Capítulo 17.

...Isis....

Abro meus olhos devagar ao sentir a claridade invadir todo o quarto. Me espreguiço e observo ao meu redor, lembrando da noite passada.

Um sorriso bobo brinca em meus lábios. Foi tudo tão maravilhoso que parece um sonho.

Percebo que Rafael já não está mais na cama, e, ao mesmo tempo, sinto o cheiro de café quentinho invadir o cômodo.

Me levanto da cama e pego a camiseta de Rafael, a vestindo e colocando minha calcinha. Amarro meus cabelos em um coque e vou para o banheiro.

Jogo uma água em meu rosto e coloco um pouco de pasta e do líquido gelado em minha boca, remexendo. Não substitui uma escovação mas dá para o gasto.

— Bom dia, Isis.— Rafael diz assim que entro na cozinha.

— Bom dia, Rafa.— Sorrio.

Me aproximo dele e lhe abraço, sentindo seus músculos contra meu peito. Ele estava sem camisa, apenas com uma bermuda, seus fios um tanto bagunçados o que o deixava ainda mais sexy.

Acho que já estou caidinha por esse homem mesmo!

Rafael se afasta alguns centímetros e beija minha boca com carinho, sem pressa, mas sempre com desejo.

Talvez o sexo matinal seja uma boa, nunca o fiz.

— Acabei de passar um café para nós.— contou ao se afastar.— Está quentinho.

— Senti o cheiro lá do quarto.

— Comprei café moído, é mais gostoso.

Ele me dá uma xícara com o café e prepara pão de queijo de frigideira para nós. Logo tomamos nosso café da manhã em meio a uma conversa tranquila.

Era muito bom passar esses momentos com ele.

Após terminamos, me ofereci para lavar a louça, mas ele não deixou, alegando que em sua casa eu estava como uma princesa. Eu ri de sua fala, mas no fundo, meu coração disparou e adorei a forma como agiu. Se fosse Daniel, nem o café tinha preparado.

Aproveitei e lavei minha boca mais uma vez para tirar o cheiro forte de café. Fiquei encostada no balcão enquanto Rafael lavava a louça, que era pouca.

— O que vamos fazer agora?— ele pergunta secando suas mãos.

Sorrio de lado, tentando conter meus desejos impróprios aquela hora da manhã.

— Ah, não sei. O que você quiser.

Rafael se aproxima, me deixando presa entre o balcão e seu corpo. Um sorriso malicioso se abre em seus lábios.

— O que eu quiser?— indaga e assinto.— O que eu quero, minha doce, Isis.— murmurou, segurando em minha cintura.— É te colocar nesse balcão e te beijar — me ergue do chão, colocando sentada no balcão.—, sentir o seu corpo quente contra o meu e te fuder de novo.

Mordo meus lábios de leve passando meus braços por seus ombros. Agarro alguns fios de sua nunca o puxando para mais perto, se é que possível.

— É incrível como partilhamos dos mesmos pensamentos.— é tudo que digo antes de beija-lo novamente.

Dessa vez era com fervor, pressa e muito desejo. Rafael retirou minha calcinha com rapidez e logo estava me chupando com desejo, me deixando toda molhada. Seu pênis estava tão duro como uma rocha, não demorou para que nossos corpos estivessem conectados em um só novamente, que estivéssemos gemendo enquanto um dava prazer ao outro.

O sexo matinal era ainda melhor do que imaginei.

[...]

Já são por volta das nove da manhã. Rafael estava cortando um frango para fazer o almoço, enquanto eu batia um pudim para Ayla, que deveria estar quase chegando.

Despejo tudo na forma e o coloco no forno em banho Maria.

— Agora é só esperar.— digo.— Espero que Ayla goste.

— Minha filha é uma formiguinha, gosta de tudo que é doce.— Rafael fiz, me fazendo rir.— Mas dona Maria e eu sempre a controlamos, não queremos que ela desenvolva diabetes.

— E está certo, ela é muito novinha para isso.

Antes que Rafael pudesse me responder, ouvimos uma batida na porta.

— Deixa que eu atendo.— aviso.— Pode continuar cortando seu frango.

— Obrigado, linda.

Dou um selinho em Rafael e vou até a porta. Passo minha mão na blusa e abro o objeto, vendo a pequena Ayla ali, ao lado de uma outra mulher de cabelos negros, que deduzo ser a mãe da pequena.

— Isis!— a pequena sorriu contente, abraçando minhas pernas.

Pego Ayla no colo e encho seu rosto de beijos, a fazendo rir, o que aquece meu coração.

— Ayla, princesinha. Tudo bem meu amor?

— Simmm! Qui bom vuce aqui titia.

— Também estou feliz em te ver amor.

Ela me abraça novamente e então olha para o pai, que sorria com a cena. Desço Ayla no chão que vai até seu pai, que a abraça com todo carinho, me deixando boba.

Eles são lindos juntos.

Olho para a mulher, que não parecia nada contente em me ver. Ela entra com pressa no apartamento nos assustando.

— Que palhaçada é essa, Rafael?— questionou brava.— Sério isso? Sabia que eu traria Ayla e está com uma vadia dentro de casa?

Os olhos de Rafael se arregalam, ele deixa Ayla no chão e a olha:

— Filha, vai lá pro seu quarto, o papai precisa conversar com a mamãe.

A pequena apenas assentiu e saiu, sumindo no corredor.

Rafael se aproxima de nós e me puxa para o seu lado, como se quisesse me proteger dos olhos fervorosos de sua ex-mulher.

— Olha a boca suja, Camila. Na frente de minha filha não!

— Pensasse nisso antes de colocar essa puta dentro de casa!— ralhou

— Olha só sua mal amada, me respeita!— exclamo, sentindo-me ofendida.

— Te respeitar? Eu sou bem mais velha que você, querida!

— Isso não me interessa. Quem te dá o direito de me ofender dessa maneira?

— Cala sua boca sua pirralha!— volta seu olhar para Rafael.— Seu gosto mudou muito hein?! Agora pega crianças?

— Cala a merda da sua boca, Camila!— Rafael ralha, sem paciência.— Você não tem o direito de vir na minha casa e ofender a minha mulher.

— Sua mulher, Rafael?— Ri irônica.— Nossa, você supera rápido.

— Chega de ser tão hipócrita, Camila. Pare de agir como se você não tivesse feito errado, como se não tivesse me traído! Porra, estou cansado de você querendo invadir a minha vida, já chega disso!— Suspirou.— Olha só, Isis não é uma criança, é uma mulher maravilhosa, você pode ser mais velha, mas não é nem metade do que ela é.

— Você só pode ter ficado louco.

— Não, eu fui louco quando me casei com você. Mas agora acabou, para de querer se meter na minha vida, me deixa em paz.— pediu, parecendo cansado.

Camila me olha de cima a baixo, com pura raiva. Ela balança a cabeça em negação.

— Vai se arrepender de pegar o homem dos outros. Você não vai ser feliz com ele sua vadia.

E sem esperar resposta, ela sai do apartamento.

Rafael fecha a porta e me olha, com os olhos marejados.

— Isis, me perdoa por isso! Você não merecia passar por essa situação.

— Rafael, está tudo bem...

— Não está! Olha a forma como ela falou com você, essa mulher só sabe estragar a minha vida!

Me aproximo dele, lhe abraçando fortemente.

— As palavras dela não me atingem, Rafael. Fiquei ofendida, claro, mas ela não vai me afetar como quer.

Com as duas mãos, ele segura em meu rosto. Uma lágrima solitária desce por seu rosto.

— Obrigado, Isis, você é sempre tão compreensiva.

— Eu sou sua mulher, não é?— brinco, o deixando ruborizado.

— Me desculpe por isso também, eu...Só escapou.

— Eu gostei.— afirmo, o deixando surpreso.— Gostei muito, Rafa.

Seus olhos agora brilhavam, mas não eram lágrimas. Meu coração batia mais rápido.

— Isis...Sei que faz pouco tempo que nos conhecemos, mas eu tenho sentido algo muito bom por você. Eu quero realmente tentar, mudar o status com você.

— Eu também sinto algo, Rafael. Mas, se assumimos e alguém da faculdade descobrir...

— Ninguém vai descobrir, eu não vou deixar.— garantiu.

— Mas não é cedo demais?

— Talvez seja, mas, podemos guardar segredo por enquanto.— sugeriu.— Até saber o que realmente sentimos um pelo outro.

— Então estamos meio que namorando?

— É, meio que sim. Talvez poderíamos dizer que estamos tentando para ver no que vai dar.

— Eu acho isso bom.— Sorrio para ele.— Então vamos tentar!

Rafael me dá um selinho longo, repleto de sentimentos que ainda não decifrei.

— Eu acho melhor ir embora.— aviso a ele.

— Não, fica conosco.

— Nem mesmo tenho roupa, Rafa. Não é bom que Ayla fique me vendo assim.— Aponto para a camiseta.— Amanhã nos vemos, vou falar com meus pais para fazer o almoço. Aí eu te aviso.

— Tá bom, sendo assim, aceito. Mas o que vai dizer a eles?

— Que estou conhecendo uma pessoa especial.

Rafael sorri e me beija novamente. Nos separamos rápido ao ouvir Ayla o chamar.

Eu estava feliz, no final, Camila nos fez perceber que já estava na hora de avançar um passo a mais.

***Esta obra está sob contrato com a NovelToon, e a pirataria, como a reimpressão sem permissão, é estritamente proibida.***

***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***