Capítulo 13.

...Rafael....

Minha noite no motel com Isis foi inesquecível. Sinto que aos poucos estou me apegando a essa morena e creio que não irei solta-la mais.

Apesar de ser bem mais nova que eu, posso afirmar que ela tem mais maturidade que muitas mulheres por aí, muito mais que Camila. Além disso, Isis é...Perfeita. A cada dia que se passa estou mais encantado, quero sempre estar junto dela e, para ser sincero, venho sentindo coisas diferentes. Ainda não sei o que é, mas sei que é bom.

Passei o dia todo pensando na morena de cabelos cacheados, infelizmente não iríamos nos ver hoje, mas estamos sempre trocando mensagens durante o dia.

Estaciono meu carro em frente a casa de Dona Maria. Aproveitei que estava de muito bom humor e que hoje é o dia em que Camila chega mais tarde do serviço para fazer uma visita a minha pequena Ayla.

Saio do automóvel segurando a sacola com uma torta de limão.

— Dona Maria!— chamo por ela.

Passado alguns segundos, Ayla aparece na porta junto de sua avó. Minha filha abre um sorriso enorme ao me ver e corre até mim. Me abaixo e pego do chão, dando vários beijinhos em sua bochecha.

— Papai!

— Oi meu amor.— a deixo no chão.— Estava com saudades?

— Simmm, grandão assim.— faz um gesto com os braços, demonstrando o quanto sentiu minha falta.

Fico de coração partido por não vê-la todos os dias, por não colocá-la na cama todos as noites, por não poder participar mais da vida da minha pequena.

— Eu também estava! Muito!— Sorrio feliz. Olho para Dona Maria que olhava a cena sorridente.— Olá dona Maria.

— Rafael, filho. Como vem passado?

— Muito bem e a senhora?

— Bem também. Vivendo um dia de cada vez. Venha, vamos entrar.

— Claro, vamos lá.

Vamos todos para dentro e entrego a torta para Maria, no qual me agradece e diz que já irá cortar para comermos um pedaço, mesmo eu insistindo que não precisa.

— Obrigado.— agradeço ao receber um pedaço da torta e suco.— Ayla tem dado trabalho para a senhora?

— De maneira alguma, filho. Ayla é um amor, me faz companhia. Sabe que desde que meu marido faleceu, venho me sentindo sozinha.

— É bom que ela fica com a senhora.

— Sim, mas você merecia a guarda de sua filha, Rafael. Camila ultimamente não tem dado muita atenção para ela, sai com aquele homem...ah, nem gosto de me lembrar dele.— deu uma pausa, suspirando.— Eduardo evidentemente não gosta de criança, eu tenho muito medo dele perto da nossa pequena, de que ele faça algo ruim para ela.

— Não se preocupe com isso, nunca deixarei que ninguém faça mal para Ayla. E também, já foi difícil conseguir a guarda compartilhada, sabe como Camila é.

— Sei. Infelizmente minha filha só tem me dado desgosto.— Suspirou novamente.— Falando nela, tome cuidado para não esbarrar com ela quando for embora.

— Por que diz isso?— a olho confuso.

— Sabe como criança é, principalmente quando estão na fase de começar falar muito.— começou.— Ayla acabou contando que você levou uma amiga para casa, e Camila não parece ter gostado, alegando que você não deve levar uma qualquer para dentro de sua casa.

— Hum! Ela trás aquele homem aqui e ainda tem coragem de dizer isso?— Deixo um riso amargo escapar do fundo de minha garganta.— A mulher que levei lá em casa é uma boa pessoa, Dona Maria. Te prometo.

— Filho, fique despreocupado.— ela pega em minha mão, sorrindo solidária.— Ayla elogiou bastante sua amiga, disse que gostou dela e que é legal. Eu fico feliz que você esteja conhecendo outras pessoas, você merece toda a felicidade do mundo.

— A senhora é tão boa, Maria.

— Você é como um filho para mim. Desejo o seu bem e sua felicidade filho. Espero um dia poder conhecer essa jovem.

— E conhecerá! Ela é uma mulher incrível, amorosa, dócil e ficou encantada com Ayla.

— Pelo jeito, ela é finalmente a pessoa certa para você. Espero que seja muito feliz, Rafael.

[...]

Após comer o pedaço de torta, dona Maria me mostrou um vídeo que ela conseguiu gravar de Ayla nessa tarde. Ela agradeceu bastante por ter ensinado a mesma a gravar e agora não perde tempo em registrar os momentos da nossa pequena.

Brinquei com minha filha, mas já estava escurecendo e eu precisava ir embora.

Me despedi das duas e aleguei que não precisavam me acompanhar, já que Dona Maria não estava muito bem da coluna.

Saio da casa da senhora e vou até meu carro, porém, antes que pudesse entrar, ouço uma voz que não me agrada em nada:

— Olha só quem deu as caras.— Camila diz nada contente. Me volto para ela, vendo que está de braços cruzados.

— Vim ver Ayla, Camila.

— Uh, veio sozinho?— olha para os lados, parecendo procurar alguém.

— Sim.

— Você acha que sou trouxa, Rafael? Pensou que eu não iria ficar sabendo que levou uma puta qualquer para passar o dia com a minha filha.

— Primeiro, abaixa a bola, Camila. E não chame ela de puta, diferente de você, essa minha amiga tem caráter.

— Amiga?— Ri.— Não tente me enganar, eu sei que vocês....

— E se for outra coisa? Qual o problema? Você não tem nada a ver com isso!

— Você não pode ter superado tão rápido assim! Mal terminamos, Rafael! Não pode estar com outra!

— Engraçado, você nem mesmo esperou que terminasse nosso casamento para estar com outro!— exclamo irritado.

Camila me olha por alguns segundos, soltando um suspiro, ela balança a cabeça e se aproxima, ficando quase colada em mim.

— Rafael...Eu sei que fui uma idiota. Ultimamente venho pensando muito e estou arrependida do que fiz com nosso casamento. Você é tão bom para mim, nossa filha.— Toca meu rosto.— Me perdoa, eu ainda te amo, olha, se você quiser, termino com Eduardo agora mesmo e podemos voltar a ser uma família.

Se fosse a alguns meses atrás, meu coração iria dar uma pequena balançada. Mas agora...Eu não sinto nada, nem mesmo ele palpitando rapidamente.

Retiro a mão de Camila de meu rosto com certa brutalidade, me afasto dela e abro um sorriso de lado.

— Você é muito sem noção.— prefiro devagar.— Eu não quero você Camila e você não me ama, apenas não quer que eu seja feliz.

— Rafael...

— Não! Nunca voltarei para você, pode ficar com seu amante de merda. Eu vou ser feliz, sem você!

— Não vai, você não vai ser feliz sem mim, Rafael! Eu não vou deixar.

— Pare de agir como se você tivesse sido traída. Você foi a vagabunda, agora arque com as consequências.

E sem dizer mais, entro no meu carro, dando partida e saindo o mais rápido dali.

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