Capítulo 10.

...Isis....

Pelos poucos minutos que passei com Ayla, posso concluir que ela é uma criança adorável. Apesar de um pouco tímida no início, rapidamente ela começou a se soltar comigo.

Quando chegamos no apartamento de Rafael, ela logo quis me mostrar seus brinquedos. Ele alegou que ela é uma criança muito esperta, que já está quase completando seus três anos e já quer correr para todo lado.

Estavamos entretidas, brincando de casinha. Ela era visivelmente apaixonada por suas panelinhas de brinquedo em cores roxas e rosas, o que poderia levar, quem sabe, algum dia, ela ser uma grande cozinheira.

Deixo Ayla com seus brinquedos e vou até Rafael, seu cenho estava franzido enquanto ele olhava para seu bolo de chocolate. Parecia estar macio.

— Por que está olhando assim para o bolo?— Pergunto, sem evitar soltar uma risada.

— Falta um bom brigadeiro em cima.

— E por que não faz?— questiono confusa.

— Bom, eu sei cozinhar, faço bolo e tals, mas acredite, doce não é meu forte. Uma vez deixei queimar o brigadeiro todo.— confessa, abrindo um sorriso tímido e muito fofo.

Passo por detrás do balcão, ficando bem próxima de Rafael.

— Me dê os ingredientes que eu faço. Fazer brigadeiro é minha especialidade.

— Estava esperando que dissesse isso!— admitiu, me fazendo rir.— A salvadora do dia.

— Não exagere, Rafa!

— Não estou.— Piscou.— Obrigado.

Ele dá uma espiada em sua filha, que ainda estava concentrada em sua brincadeira, e então, me dá um selinho, deixando aquele gostinho de quero mais.

Rafael me entrega os ingredientes, misturo tudo em uma panela e coloco no fogo, mexendo para que engrosse.

Alguns minutos depois, estava pronto. Esperei uns dois minutos para dar uma esfriada e então joguei em cima do bolo quadrado.

— Isso parece estar maravilhoso.— Rafael diz.— Me deixa provar.

Ele pega a panela com a rapa e passo o dedo, colocando na boca.

— Hummm!— gemeu, fechando os olhos.— O melhor brigadeiro que já comi nessa vida!

— Rafael, pare de ser exagerado!— Sorrio boba, sentindo meu rosto se esquentar.

— Não estou exagerando, Isis. É a verdade.— Me puxa com uma mão, colando nossos corpos. Ele passa um dedo pelos traços de meu rosto, me olhando de uma maneira muito, muito sexy.— É o melhor brigadeiro que já provei.

Um sorriso safado se abriu no canto de meus lábios.

— Desse jeito, vai me fazer querer pular em cima de você como uma leoa faminta.

— Eu amo essa sua sinceridade.— Sorriu de lado.— Ainda teremos muito tempo para você pular em mim como uma leoa faminta.— Pisca.

— Papai! Papai!— Ayla o chamou, vindo em nossa direção, dando alguns tropeços pelo chão.

Nos separamos rapidamente e ele a pegou no colo, girando a mesma que gargalhou com o ato simples.

— Diga minha princesa. O que foi?

— Com fome.— Passou a mão na barriga.

Que fofa!

— Ah, mas chegou na hora certa! Papai e a titia Isis acabou de fazer um bolo! Vou cortar para você.

— Oba! Bolu! Bolu!— Bateu palmas animada.

Rafael a deixa no chão e sai da cozinha rapidamente, logo voltando com uma cadeira de criança. Ele a colocou em um dos lugares, na mesa.

— Vamos comer.— ele chamou, pegando a forma de bolo e alguns pratos.

Sinto meu vestido ser puxado e olho para baixo, vendo a pequena Ayla o segurando.

— Titia, cume.

— Vamos lá meu amor.— Sorrio para ela.

Pego Ayla nos braços e a coloco na cadeira. Rafael nos serve com generosas fatias de bolo e logo começamos a comer.

— Esse bolo está uma delícia!— digo, comendo mais uma pedaço.

— Graças ao seu brigadeiro.

— Na verdade, você quem sabe fazer tudo de bom, Rafael.— acrescento, com uma pitada de malícia, no qual ele percebe.

Rafael sorri de lado.

— Papai, Cindelela.— Ayla aponta para a televisão, com a boca lambuzada de chocolate.— Assisti.

— Claro filha, mas primeiro, coma tudo, depois assistimos Cinderella.— diz e me olha.— Tudo bem para você, Isis?

— É o meu filme favorito!— Pisco para ele que novamente abre um sorriso, mas um radiante e feliz.

Ayla logo comeu todo o bolo, porém, não satisfeito, Rafael ainda lhe deu uma banana para comer.

[...]

Já são por volta das nove da noite, e o fim de tarde foi bem agitado.

Depois de comer, dei um banho em Ayla com Rafael ao meu lado, ela adorou, pulou e jogou água para todo canto, o que nós gerou muitas risadas. Rafa a repreendia quando necessário, mas ele sempre deixa que sua filha faça novas descobertas e tome suas decisões.

Ayla escolheu vestir seu pijama de ursinhos, penteio os cabelos dela e os deixo soltos. Depois, fomos para a sala, assistimos Cinderela e Rafael pediu nosso jantar, no qual foram x-salada para a pequena e dois x-bacon para nós dois.

Assistimos mais um filme depois de Cinderela, porém, a pequena dormiu na metade. Rafael a pegou no colo e fui junto, mas quando ele a colocou na cama, abriu os olhinhos sonolentos.

— Histolia, papai.

— Vou pegar o livro, filha.

Rafael pega um livro infantil, que conta várias histórias dos clássicos, como da branca de neve, chapeuzinho vermelho, os três porquinhos e mais.

Ele se senta em uma cadeira ao lado da cama e eu me sento na beirada.

— Titia— ela me olhou, de forma carinhosa.— Lê pra eu.

Sinto meu coração se derreter com seu pedido. Rafael me olha e entrega o livro, me fazendo rir.

— Tudo bem. Qual você quer?

— Blanca di Nevi.

Abro o livro na história de Branca de Neve e começo a ler.

— Era uma vez, em um reino distante, uma princesa que...

Li quase toda a história, mas por ter gastado toda sua energia durante o dia, ela acabou dormindo antes da metade do livro.

Fechei o objeto e, de maneira ousada, me inclino e deixo um beijo em seus cabelos.

— Durma com os anjos, meu amor.— sussurro.

Deixo o livro na cadeira e olho para o batente da porta, onde Rafael estava com os braços cruzados e apenas observando. Nem havia percebido que ele saiu de meu lado.

Me levanto e vou até ele, que fecha a porta do quarto.

— Bom, acho que já está na minha hora.— comento, passando a mão por meu vestido, porém paro, pois Rafael me olhava em silêncio, parecendo ter um brilho em suas íris.— O que foi?

Ele nada diz, apenas se aproxima e toca meu rosto.

— Ayla te adorou.— afirmou.

— Ah, será mesmo?

— Com certeza! Ela deixou que você desse banho nela, brincou e assistiu os filmes que queria. Sem contar que... olha, a hora do livro, antes de dormir é sagrado para Ayla, as únicas pessoas que leem sou eu e a avó, nem mesmo a mãe ela deixa, porém, ela lhe pediu. Você conquistou minha filha.

Deixo um sorriso bobo escapar.

— Bom, eu também adorei ela. É uma criança muito esperta, carinhosa e amorosa. Eu...me apaixonei por Ayla.

Rafael passa a mão por seu rosto, sorrindo largamente. Ele me puxa, colando seu corpo ao meu.

— Meu Deus. Finalmente você apareceu em minha vida, Isis. Pessoas que gostam da minha filha tem todo meu coração.

— Então, ganhei o seu e você ganhou o meu, mas terá que dividir com Ayla.— brinco.

— Isso não será problema. Estou tão feliz que sou capaz de gritar.

— Deixa para amanhã, se não vai acordar ela.— Deixo um riso divertido escapar.

— Obrigado por ser incrível. E por ter aparecido em minha vida.

— Eu quem agradeço, Rafa. Você tem sido o homem que eu nunca conheci de verdade.— murmuro, olhando para sua boca.— Com certeza, foi o destino querendo nos unir.

— Não tenho mais dúvidas!

E sem esperar, Rafael cola seus lábios no meu em um beijo ardente. Só fomos nos separar quando a falta de ar se fez presente.

— Queria que você pudesse passar a noite aqui.— murmurou.

— Ainda é cedo para isso.— Sorrio.— Ainda mais com Ayla aí. Vamos deixar para outro dia.

— Tudo bem. Quando vamos nos ver de novo?

— Bem, acho que na aula. Amanhã tem um almoço em família lá em casa, bem que poderia lhe levar, mas...

— Vamos com calma.— concluiu, me fazendo assentir.— É o certo a se fazer. Ainda mais que você também acabou de sair de um relacionamento.

— Sim. Vamos com calma. Se conhecendo melhor.

— Vamos fazer isso.— Sorri.— Mas vamos trocando mensagens?

— Com toda certeza!

— Ótimo.

Rafael me dá mais um beijo, dessa vez, carinhoso. Ele finaliza com selinhos e um em minha bochecha.

Pego meu celular e então, ele me leva para casa, finalizando nossa tarde e noite fantásticas. Espero poder repetir esse momento.

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