Max

Depois de deixar Bruna no trabalho dela, eu me dirijo para a casa de um amigo para resolver alguns assuntos.

Chego na casa dele e estaciono na garagem. Assim que desço do carro, ele vem ao meu encontro.

— Max! — Pietro sorrir ao mim comprimentar. Ele estende a mão para segurar a minha. — Faz um tempo que a gente não se encontra amigo!

— O trabalho ocupa uma boa parte do nosso tempo Pietro. — falo dando um leve sorriso para ele.

— Realmente. Por isso insisto que você deveria vim em uma viagem comigo e os caras.

Pietro é um aventureiro nato. Ele e nossos outros amigos próximos, gostam de adrenalina e aventuras de tirar o fôlego. Já eu, sou mais na minha. Não é que eu não goste de aventura ou de adrenalina, mais, digamos que não curto isso com muita frequência quanto eles.

— Meu amigo, você precisa de uma boa e velha dose de ação na sua vida. Quando foi a última vez que você só saiu e relaxou, sem pensar em trabalho? Em Empresa? Hã?

Enquanto conversamos nos dirigimos até a sala de visitas dele. Sento no sofá e solto um suspiro.

— A vida não é só diversão. Além disso, eu tenho umas coisas para resolver com meu filho ultimamente. — falo distraidamente.

— Pelo amor de deus Max. Seu filho já é adulto. Ele tem que responder pelos próprios erros. Quanto tempo da sua vida você já não cuidou e se preocupou com ele? Agora é hora de você pensar em se mesmo.

Sei que Pietro está falando isso por que se importa. Mais, eu sei onde ele vai chegar com isso.

— Pietro...

Antes que eu termine minha frase, Pietro fala aquilo que eu já esperava.

— Você precisa de uma boa mulher!

Olho sério para a cara do meu amigo.

— Eu sabia que você diria isso. — solto uma suspiro cansado e me deixo afundar no sofá.

— Cara! É sério. Você precisa de uma mulher.

Bem nesse momento entra uma empregada de Pietro. Ela tem cabelos vermelhos e olhos claros. Ela me olha e sorrir. Com passos bem calculados, ela caminho até a mesa de centro com uma bandeja com dois copos com alguma bebida dentro. Consigo notar uma insinuação pequena em seus olhos para mim. Avalio a forma dela por alguns segundos. E sem intenção meu cérebro compara a figura dela com a de Bruna.

Bruna é mais bonita.

Quando noto o que eu estava pensando eu imediatamente me censuro.

Que merda você está pensando Max!

— Pode deixar as bebidas aí Clara.

Sou tirado do meu auto julgamento com Pietro falando com sua empregada. Vejo ela lançar um olhar sedutor na minha direção. Porém, apenas finjo não notar.

Quando ela está fazendo o trajeto de volta por onde veio, Pietro estende a mão e da um leve tapa na bunda dela.

— Você está pegando a sua empregada? — questiono ele enquanto pego um copo da bebida que ela trouxe.

— O que? Ela se mostrou muito interessanda em mim ajudar depois do trabalho, com certas atividades não convencionais também.

Vejo ele abrir um sorriso travesso de canto.

— Meu deus. Ela é sua empregada e ainda por cima parece ser bem mais nova que você. — falo deixando claro minha opinião sobre isso.

— Não me censure Max. Você pode acabar interessando em uma novinha também.

Pietro pega um copo da bebida também e se acomoda no sofá com uma expressão relaxada.

— Isso não vai acontecer. — sou veemente em minha opinião.

— Ah! ah! — Ele rir enquanto continua falando. — Você nunca sabe o que pode acontecer meu amigo. Você precisa de uma mulher. E eu te digo, que uma novinha pode fazer suas noites mais felizes. Se quiser posso dividir a Clara. Ela pelo jeito gostou de você também.

Peitro dá um sorriso malícioso enquanto pronuncia suas últimas palavras.

— Eca! Eu não vou ficar com alguém que você tá pegando. — falo ficando enjoado só com a possibilidade disso. — Eu não preciso disso. Uma garota nova só vai querer mais do meu tempo e só vai mim dar mais dor de cabeça. Aliás, eu não preciso de mulher nem uma no momento. — digo emburrado querendo colocar um fim nessa conversa.

— Olha aí. Esse seu mau humor é uma sinal claro de falta de sexo.

O maldito continua falando e rindo as minhas custas.

— Quer que eu tire esse sorrisinho da sua cara?

Percebendo que agora eu não estou brincando, ele parar de rir e fica sério. Mais para minha infelicidade é por pouco tempo.

— Só dizendo... uma novinha é perfeita para você.

— Por que diz isso Pietro? — pergunto colocando a mão na minha testa já farto dessa conversa.

— Elas só querem atenção, sexo sem compromisso e poder dizer para as amigas que ficaram com um cara mais velho e rico. Sem complicação.

Peitro está sorrindo como um vitorioso de merda.

— Tira esse sorrisinho triunfante do rosto, idiota. Uma hora dessas essa merda vai explodir na sua cara. — o advirto.

— Bem, bem. Isso nunca vai acontecer meu amigo. Eu sou igual o "Perna Longa". Ninguém mim pega. — Ele fala com uma cara sínica.

Pietro rir do seu próprio trocadilho enquanto eu torço por dentro para ele quebrar a cara.

— Mais, mudando de assunto. O que aconteceu de tão grave com o seu filho?

Agora Pietro assumiu uma postura reta e séria. Por isso Pietro é um dos meus melhores amigos. Ele brinca e zoa, mais, sabe a hora de falar sério e tomar uma ação adulta e madura.

— Ahhh... — solto um suspiro cansado. — Ele arrumou uma noiva.

— Não entendi. Isso não é bom? Você queria que ele aprendesse a ter responsabilidades. E não existe mais responsabilidade do que o casamento, certo?

Pietro me olha confuso. Em seus olhos azuis um misto de confusão. As sobrancelhas grossas dele se juntam, indicando que ele não compreendeu minha fala.

— Sim. Teria sido bom se ele não estivesse traindo a moça com a sua melhor amiga. E para piorar, ela os pegous no flagra no dia da minha festa. Que por sinal foi o dia que ele ia mim apresentar para ela.

Por uns minutos Pietro não fala nada e apenas me encara boquiaberto.

— Cara. Foi essa baixaria que eu perdi na sua festa? — fala com cara de espanto. — Droga! Eu deveria ter ido. Eu sábia!

Pietro parece bem chateado por ter perdido isso. Por outro lado eu não vejo nem uma graça nisso.

— Não tem graça Pietro. A moça ficou arrasada. Não foi essa atitude que eu ensinei para aquele garoto.

— Tem razão. Gabriel agiu feio. Nunca é boa coisa trair uma mulher. — Pietro balança a cabeça em sinal de negação. — Mais me diga. O que aconteceu com a noiva? Ela surtou? Teve briga de cabelo?

Agora Pietro parece bem empolgado com os detalhes da minha festa.

— Você quer saber detalhes? Onde estava na noite da minha festa cretino? — arqueio uma sobrancelha para ele.

— Amigo, você não pode me culpar. Entre ir a uma festa e passar a noite com uma bela mulher que eu conheci em um bar. Qual você acha que eu ia escolher?

Balanço a cabeça em descrença.

— Você não toma jeito mesmo. Não foi a festa do amigo para poder dormir com uma moça aleatória e agora quer detalhes.

— Óbvio. Eu só trabalho com detalhes.

Pietro me olha com a cara mais lisa e um sorrisinho arrogante.

— Não,não teve briga. E a noiva está na minha casa.

— Na sua casa? Por que?

Agora ele se inclinou do assento do sofá para mais perto de mim. A curiosidade estampada nos olhos.

— Apenas estou ajudando ela. — dou de ombros.

— Hum... ajudando? Quanto anos ela tem?

Eu não quero responder as perguntas de Pietro. Mais, me convenço de que não tem mal nenhum.

— Não sei direito ainda. Mais ela aparenta ter quase a mesma idade do meu filho.

— Uau! Uma novinha? Ela é bonita?

Quando vejo o sorriso de merda no rosto dele enquanto pergunta isso, por algum motivo me sinto irritado.

Olho para Pietro com raiva latente em meus olhos.

— Opa! Opa! — Pietro levanta as mãos para os altos. — Se acalme meu amigo. Eu não tô afim de virar picadinho hoje.

Ele rir igual um idiota da minha cara.

— Que seja! Eu vim aqui para falar de negócios. Vamos começar?

Pergunto impaciente querendo mudar de assunto.

— Ok. Mais, só por curiosidade. Qual o nome dela?

— Isso é sério? Eu não vou te falar.

— Horas! Então eu não vou começar a nossa reunião de negócios.

Olho incrédulo para ele. Pietro assume novamente uma postura relaxada.

— Não pode está falando sério! — digo ainda não acredito nele.

— Ahhh, eu estou falando muito sério meu amigo.

O infeliz pega o copo de bebida e dar uma leve golada enquanto sorrir sínicamente.

Maldito seja!

Fecho os olhos e suspiro por paciência.

— Bruna. O nome dela é Bruna. Agora deixa de manha princesa e vamos começar essa merda de reunião logo!

— Agora sim. — dá uma leve risada. — E fale direito comigo. Sou delicada.

Pietro faz uma pose e balança os cílios. Ele age de um jeito tão idiota que quase caio na risada. Nem parece que ele é adulto e tem a mesma idade que eu.

— Eu já me arrependi de ter tido essa conversa com você.

Minha fala faz Pietro rir mais ainda.

—Não se arrepende que eu sei. — Ele sorrir levemente. — Agora vamos falar de negócios?

Depois que a conversa é esquecida, eu e Pietro vamos para outro cômodo e nos lançamos em nossa reunião. Basicamente, Peitro quer fazer uma sociedade com a minha empresa. Então, estamos discutindo os prós e os contras.

O tempo passa rápido. Enquanto eu e ele ainda estamos atolados de pontos para repassar, eu checo meu celular, mais nem uma mensagem aparece ou ligação perdida.

Ela ainda não me ligou. Será que ainda está trabalhando? Ela conseguiu outra carona para casa? Eu deveria ligar e perguntar?

Vários pensamentos passam pela minha cabeça. Pietro nota meu estado submerso e me tira do meu transe.

— Está tudo bem Max?

— Hã? O que? — pergunto confuso.

— Você está preocupado com alguém?

— Não.

Eu respondo isso rápido demais, e claro que tal fato não passa despercebido por Pietro.

— Jura? Por que eu consigo ver a verruga de preocupação na sua testa brilhando como um globo de discoteca.

—Idiota!

Eu murmuro irritado e Pietro rir bastante.

Quando estou quase considerando estrangular meu amigo, meu celular toca. Vejo um número desconhecido. De repente meu coração acelerar e a única coisa que consigo pensar é se será a voz da Bruna que vou ouvir do outro lado da linha. Rapidamente deslizo meu dedo sobre o botão verde.

Max - Alô?

Bruna - Ham... Max?

Quando a voz dela soa em meus ouvidos, baixa e meio incerta, sinto um sentimento estranho e engraçado que se espalha pelo meu peito.

Max - Sim. Você já saiu do trabalho?

Bruna - Sim. Mais está chovendo muito. Você já terminou a sua reunião?

Percebo Pietro me olhando de forma atenta e curiosa. Lentamente me viro na cadeira para ter um pouco de privacidade.

Max - Ainda não.

Bruna - Oh! Entendi. Tudo bem então. Eu vou pedir um táxi.

Max - Não! Eu vou buscá-la. Fique onde está.

Sou rápido em minha resposta. Pois a ideia de Bruna esperar nessa chuva até um táxi a pegar não mim agrada.

Bruna - Tem certeza? Eu não quero atrapalhar.

Olho para Pietro que está com os braços cruzados sobre a mesa, levemente inclinado na minha direção com uma sobrancelha levantada em sinal de interrogação.

Max - Não. Você não atrapalha. Eu já ia encerrar as coisas por hoje.

Dou um sorriso sínico para Pietro. Pego as chaves do meu carro em cima da mesa e levanto da cadeira.

Max - Eu já estou indo. Não se mexa.

Desligo o celular e começo a andar para fora da casa do meu amigo sem nem olhar para trás ou me despedir. Meu único pensamento focado em chegar rápido onde Bruna está.

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