Max

— O QUE O SENHOR ESTÁ DIZENDO!?

— Isso mesmo que você ouviu Gabriel. Você tem gastando muito dinheiro, e se fosse com coisas promissoras eu poderia até relevar, mais você só gasta com besteira!

Estou tendo mais uma discussão com meu querido filho. Não sei quantas vezes já brigamos por causa do mesmo motivo. No entanto, ele não parece aprender nunca. Então tive que tomar uma atitude séria.

— Pai! Eu não posso ficar sem dinheiro!

Meu filho fala desesperado. Chega a ser meio engraçado. Ele pode ficar dias sem me ver, ou falar comigo, mas não pode ficar sem o meu dinheiro.

— Ótimo, então comece a trabalhar. — digo calmamente enquanto me reclino na minha cadeira.

— Trabalhar!? Eu!?

— Você fala de trabalho como se fosse uma praga — o encaro sério — acho que te mimei demais.

— Pai...

— Não insista Gabriel! — levanto o tom da minha voz — Agora acabou! Você só fica de farra em farra, não faz nada de útil com a sua vida! Você precisa aprender a ter responsabilidades!

— Pai!

— Eu disse para não insistir Gabriel! — aponto o dedo para ele enquanto semicerro meu olhar nele — Vou te dar duas opções, ou você começa a trabalhar e mostra que pode agir como um adulto...

— Ou... ?

— Ou você arranja um relacionamento. Um relacionamento também é um compromisso, e requer responsabilidade.

Gabriel parece pensar sobre suas opções. Depois de alguns minutos de silêncio ele volta a falar.

— Eu preciso casar?

— Não precisa, o que você precisa é fazer o relacionamento durar. Tem que ser algo sério, e com uma boa moça. — o advirto.

— Então o que ? O senhor vai me deixar sem mesada até decidir que eu sou adulto suficiente? — Ele indaga incrédulo.

— Sim! E convenhamos Gabriel, você já é um homem de 22 anos, eu nem deveria mais te dar mesada!

Ele me olha de cara fechada. Porém ele sabe melhor que ninguém que não adianta tentar me fazer mudar de ideia.

— Ok!

Ele sai emburrado, batendo forte a porta do meu escritório.

                         【Oito Meses Depois.】

— Está dizendo que vai se casar? — levanto uma sobrancelha em desconfiança.

— Isso mesmo que você ouviu querido pai — dar um sorriso triunfante.

— As coisas entre você e essa moça são sérias?

— Pai nós vamos nos casar, óbvio que são sérias.

— Para quando planeja o casamento? Essa moça não está grávida né?

Sei que não deveria fazer tantas perguntas assim, no entanto, essa história está indo rápido demais.

— Para a primeira pergunta, a gente não decidiu ainda, faz dois meses que pedi a mão dela. E para a segunda, não pai, ela não está grávida. — Ele revira os olhos na última resposta.

Suspiro de alívio ao saber disso.

— Quando vai me apresentar ela? — pergunto curioso.

— Quando o senhor achar melhor — Gabriel sorrir e se estica para pegar um biscoito de cima da mesa de chá.

— Caramba! — arregalo os olhos — Estou impressionado, realmente as coisas são diferentes com essa moça. Você nunca traz nem uma mulher para eu conhecer.

— Ela é a mulher certa para casar pai.

Ele diz de uma forma tão convicta que não tem como eu questiona-lo mais.

— Eu não sei o que dizer.— passo minhas mãos pelo meu cabelo o jogando para trás — Estou muito feliz por você filho. — sorrio para ele.

— Obrigado pai. — Gabriel enche a boca de biscoitos.

— Estou tão feliz que se realmente se casar com ela eu passo a liderança da empresa para você.

Ao ouvir as minhas palavras, ele até deixa o biscoito cair.

— Está falando sério!?

— Estou, por que está tão surpreso? — rio um pouco da cara de boboca que ele está fazendo.

— Não vá esquecer que falou isso. — Gabriel aponta o dedo na minha direção.

— Não vou. — levanto as mãos ao alto rindo — Apenas a traga para eu conhecer-lá. Eu vou dar uma festa daqui a doze dias. Você pode trazer ela com você.

— Ok meu velho — diz sorrindo

                           【Três Dias Depois.】

— Para onde agora senhor?

Jax meu motorista particular pergunta.

— Que tal tomarmos aquele café gelado na rua lunettes?

— Uma boa escolha senhor!

Meu motorista concorda enquanto olha para me através do espelho retrovisor.

— Ahhhhhh — solto um suspiro longo afrouxando a gravata. — Hoje o dia foi bem cheio — encosto minha cabeça no banco do carro, e fecho os olhos.

— O senhor tem trabalhado muito chefe.

— É verdade, mais logo vou poder descansar, assim eu espero.

— O senhor diz isso por causa do casamento do seu filho?

— Sim, ele finalmente parece ter crescido e aprendido sobre ser um homem de verdade.

Se fosse qualquer outra pessoa eu não estaria tendo essa conversa, mais eu confio muito em Jax, que é alguns anos mais velho que eu, ele também trabalha para me a anos.

— O jovem mestre cresceu bastante.

Mesmo com olhos fechados, eu percebo uma nota de admiração e ternura na voz do velho homem.

— Quando o senhor o viu pela primeira vez ele era bem pequeno. Não era Jax? — pergunto sorrindo, ao relembrar os velhos tempos.

— Sim, kkkk — Jax rir com as lembranças — Ele era bem pequeno, muito bagunceiro, o senhor se via rodado com ele. — Jax rir mais ainda agora.

— Ele me deixava de cabelos brancos, kkkk

— Lembro como ontem, quando eu cuidava dele para o senhor ter tempo de se concentrar em estudar certas áreas da empresa que precisavam melhorar, ou se preparar para uma dessas reuniões importantes. — Jax sorrir falando disso.

— Verdade, o que teria sido de me sem você Jax? Você não só aceitou ganhar pouco no começo da minha carreira, como também me ajudou mesmo fora do seu horário de trabalho, e ainda por cima eram questões pessoais.

— Eu apenas via que o senhor tinha potencial para ir longe, só precisava de uma ajuda de vez em quando. — Ele rir falando isso — Além disso, eu sempre o vi como um amigo além de meu chefe. E amigos se ajudam.

— Foram dias difíceis, mais também muito felizes. — sorrio para Jax através do espelho.

— Concordo senhor. Por eu ter presenciado tudo, eu melhor que ninguém sei quantas lutas o senhor enfrentou para criar um império, sendo pai solteiro aos 20 anos de idade apenas.

— Eu só espero não ter errado com Gabriel.— digo de forma triste.

— O senhor não errou, fez de tudo por ele, deu a ele tudo o que você não teve. O senhor o ensinou e criou bem. — Jax fala tudo isso com uma voz calma e convicta.

— Obrigada amigo — digo sorrindo para ele.

Ouvi isso de um amigo, tirou um certo pesso das minhas costas.

— Senhor aquele não é o jovem mestre Gabriel? — Ele olha para um direção específica da rua.

Olho na mesma direção que Jax.

Vejo Gabriel com uma garota meio alta, ela tem cabelos loiros, pele branca, uma silhueta bem bonita. Ele se clínica e a beija apaixonadamente.

— Parece que já sei quem é a tal noiva — sorrio falando isso.

Gabriel parece me ver, mais não tenho certeza. Ele pega na mão da garota e a puxa para dentro de uma cafeteira.

— O senhor ainda vai a conhecer não é? — Jax pergunta.

— Sim, mais agora eu vou ter que treinar uma cara de surpresa — digo colocando a mão no queixo enquanto penso.

— Isso eu gostaria de ver, kkkk — Jax rir.

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