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Enquanto a relação entre Hugo e Arthur dava sinais de estar indo bem, as coisas entre o casal Carlos Eduardo e Nicolas, e o pequeno Simon iam de mal a pior.

O pequeno não se conformava em estar longe de seu amigo, não aceitava ser tocado pelo casal, e sempre jogava objetos neles quando diziam que não poderiam levá-lo até Arthur.

-Simom não gota dus gandão malvado e feio, Simon que fica com o miguinho Tutu, não quelo fica aqui!!

- Pequeno não faz assim, já está tarde e o Arthur está dormindo, amanhã levamos você pra ver ele tudo bem?

- Não, você menti po Simon ! todos us adutos menti po Simon! Eu odeio voxes dois, eu odeio muito muito!

O pequeno correu para o quarto que agora era dele e se escondeu embaixo da caminha, e ficaria lá escondido até que os dois gigantes devolvessem ele pro seu amigo.

Nicolas era um homem alto, com seus exatos 2 metros ele era o investigador mais alto do seu distrito. Carlos Eduardo também não era pequeno, tinha 1,90 de altura,então era compreensível que o menor chamasse os dois de grandões ou gigantes.

Carlos Eduardo sofria muito com a rejeição do pequeno, ele amou Simon no instante em que viu o rapaz pequeno e frágil com sua chupeta velha e gasta na boca, sabia que Simon precisava de cuidados, de amor , carinho e proteção, e ele queria proporcionar tudo isso ao seu pequeno bebê grande.

Mas ver o pequeno tão desolado, e ouvir ele dizer que o odiava com a voz carregada de sofrimento partiu seu já tão frágil coração.

Carlos Eduardo se perguntava se ele tinha tomado a decisão errada, estava claro que o menor não queria estar ali, ele estava infeliz e desconfortável naquela casa.

- Amor, será eu fiz tudo errado? Deveríamos deixar ele ir? Será que ele vai nos odiar pra sempre? não suporto ver ele sofrer assim.

Nicolas não sabia o que fazer ou o que falar. Ver a dor nos olhos do marido que tanto adorava era como tortura, seu amor havia sofrido muito por saber que eles não poderiam ter um bebê, ele viu então no Simon, que apesar de maior de idade fisicamente, mentalmente ainda era um bebê, a oportunidade de poder amar e cuidar de uma criança como ele sempre sonhou. Mas ver a forma como Simon estava tratando os dois deixava o policial ainda mais desanimado.

- Se deixarmos, ele vai ir pra um albergue, onde tem muitas pessoas, ninguém vai cuidar ou proteger ele, muitas pessoas não entendem ele, e apenas vão machucar ele. Nicolas

- Não posso permitir isso, quero que ele esteja bem e seguro, mas também quero que ele goste de mim amor. Carlos Eduardo

- Ei sei vida minha, mas precisamos ser pacientes ok, hoje é só o primeiro dia. Nicolas

- Estou preocupado que ele fique doente, por estar no chão frio, mas já fiz de tudo e ele não sai debaixo da cama. Carlos Eduardo

- Vamos deixar um cobertor lá embaixo pra ele se aquecer, mas aposto que assim que nós sairmos ele vai correr pra se deitar na cama. Nicolas.

Nicolas não sabia quanto marrento e teimoso Simon era, ele achava que se fosse na cama ele estava aceitando morar ali com os dois estranhos, o mesmo com a coberta, não pegou apesar de estar com muito frio, ele não queria que os grandões achassem que conquistaram eles queria deixar claro que queria ir embora.

E assim ele passou a noite toda no chão tremendo de frio.

Quando o dia raiou, uma forte chuva começou, Simon tinha saído debaixo da cama para ir ao banheiro, apesar de ter dificuldade ele conseguiu, mas quando estava voltando para debaixo da cama ele ouviu um som muito forte de um trovão, apavorado e com medo ele sentou no chão com as mãozinhas tampando as orelhas, ele sempre teve muito medo de trovões e estava com medo então começou a chorar porque estava com medo e sozinho.

Carlos Eduardo e Nicolas ouviram o choro do pequeno pela babá eletrônica e correram pro quarto dele no mesmo instante, quando chegaram no quarto e viram o pequeno caído no chão com as mãozinhas nas orelhas Carlos Eduardo correu pra pegar o pequeno no colo, sentou com ele na cama e notou que ele estava muito gelado.

- Xiiii, tudo bem meu bebê, estamos aqui com você não precisa ter medo, tudo vai ficar bem.

Carlos Eduardo ninava o pequeno nos seus braços com Nicolas ao seu lado fazendo carinho nos cabelos pretos de Simon.

- Ei amigão, eu vou encher a banheira com água bem quentinha pra você, você quer levar um brinquedo pra banheira com você?

O assunto pareceu interessar o pequeno que tirou o rostinho que estava escondido no peito de Carlos Eduardo e olhou pra Nicolas desconfiado.

- Simon podi?

- Claro que pode pequeno, tudo neste quarto é seu, os brinquedos, as roupinhas, tudo é seu.

- Simon podi leva o homiranha pá toma bainhu?

- Pode sim bebê, agora vamos lá, o Dada vai tirar essa roupinha pra você e o homem arranha tomar banho.

Simon não sabia tomar banho sozinho, e já estava acostumado a ter pessoas fazendo isso por ele.

Nicolas ficou com o pequeno na banheira enquanto Carlos Eduardo procurava algo pra ele vestir. eles compraram roupas de vários tamanhos porque não sabiam quem iriam adotar e nem a idade, o maior escolheu uma jardineira jeans e uma blusa de manga longa vermelha. Quando já ia chamar os dois, Simon sai do banho com seu roupão de estampa da patrulha canina, Carlos Eduardo achou ele uma gracinha, não resistiu e tirou uma foto, Nicolas também tirou foto dele na banheira e até fez um vídeo bonitinho de Simon brincando com o boneco do homem aranha.

Depois de secar e vestir Simon, Nicolas decidiu perguntar ao Pequeno sobre o dia.

- Eu campeão, o papai quer saber se você quer passear hoje comigo e com seu dadá, você quer pequeno? vamos comprar muita coisa bonita pra você.

Simon ficou confuso, aqueles dois não eram seus papais, seus pais viraram estrelinhas.

- Voxe não é papai do Simon, papais do Simon vilou estelinha!

- Por isso mesmo pequeno,já que seus papais não estão mais aqui, eu e o dadá queremos cuidar e proteger você .

- Simon não que!

o menor bateu o pé no chão e inchou as bochechas, Nicolas decidiu não insistir.

- E passear você quer? Quando voltarmos, podemos chamar o Arthur pra brincar com você, o que acha?

- Ebaaaa, Simon vai brincar com o Tutu!!

Apesar de estarem muito decepcionados pelo garoto não ter reagido bem a história dos pais, estavam felizes de ver o pequeno tão feliz e animado.

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