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Carlos Eduardo e Nicolas

Não existia casal mais improvável, mas também um casal mais feliz do que esses dois.

Eles se conheceram no dia em que Carlos Eduardo saiu da prisão depois de dois anos preso, e Nicolas estava indo para o seu primeiro dia como policial militar, Nicolas apressado esbarrou em Carlos Eduardo e foi ranço à primeira vista, eles detestaram um ao outro logo de cara.

Dias depois, Carlos Eduardo começou a trabalhar na lanchonete que Nicolas e seus colegas frequentavam, tudo ia bem, eles se odiavam em paz até que uma confusão no balcão chamou a atenção do jovem policial.

Nicolas se aproximou e pode ouvir um pouco da discussão.

- Gabriel eu exijo que você demita esse bandido agora mesmo, já te disse que ele é um ladrão por culpa dele meu filho foi preso, ele é uma pessoa má, uma péssima influência. Ronald

- Eu não sou uma pessoa ruim, e eu não levei seu filho idiota pro mal caminho, quando eu cheguei lá ele já era o chefe, seu filho é o chefe da maior gangue de roubo de carros do estado, só você que não enxerga isso, é por isso que eu tô solto e aquele babaca tá preso, porque a ficha dele é mais longa que a tua língua velho escroto do caralho! Carlos Eduardo

Ao ouvir o que o menor disse, o homem pulou o balcão e começou a agredir o rapaz, foi aí que Nicolas decidiu agir, separou a briga e salvou Carlos Eduardo de apanhar mais, percebeu que o garoto era provocador, mas péssimo de briga.

- Já chega! ou levo os dois pra delegacia! Nicolas

Carlos Eduardo ficou apavorado, ele estava na condicional e não queria de jeito nenhum voltar para aquele inferno.

O dono da lanchonete viu a confusão ali dentro, ficou nervoso e decidiu dar fim aquela história.

- Basta de confusão aqui, Carlos Eduardo, sinto muito mas não tem como você continuar trabalhando aqui, não quero e não posso deixar um ex presidiário perto dos meus clientes. Sinto muito rapaz mas está demitido.

- Quer saber, eu também não queria trabalhar nesse muquifo cheio de ratos e baratas mesmo. Carlos Eduardo

Os clientes começaram a cochichar, alguns olhavam com nojo pra comida, outros cancelaram seus pedidos e teve quem simplesmente saiu dali com pressa.

já do lado de fora Carlos pensava como faria pra pagar um aluguel decente, já que naquele emprego ele dormia no quartinho dos fundos. Ele viu o policial metidinho chegar e já torceu o nariz.

- Se veio rir da minha cara eu dispenso seu polícia, meu dia já tá uma bosta. Carlos Eduardo

- Eu não vou, na verdade queria dizer que sinto muito, o sistema é uma merda, sinto que tenha perdido seu emprego, mas acho que posso ajudar. Nicolas

- Como? Carlos Eduardo

- Meu melhor amigo é um empresário muito importante na cidade e tem vários negócios, um deles é uma padaria aqui perto, posso ver se ele te contrata. Nicolas

- E o que você vai querer em troca? Carlos Eduardo sabia que nada na vida vem de graça, e que ninguém é bonzinho, pelo menos não com ele.

- Nada, apenas não se meta mais em encrenca, agora vem, vamos até lá. Nicolas

Carlos Eduardo foi contratado pelo amigo do policial metidinho, ele começou a trabalhar ali, e dormia em um abrigo, no final do mês com o pagamento ele iria alugar uma kitnet

O tempo passou e Carlos Eduardo conseguiu estabilizar sua vida, acertou as contas com a justiça e agora era um cidadão de bem que não devia nada a ninguém, além disso ainda conseguiu conquistar o coração de um certo policial metidinho, os dois namoraram por um ano, depois foram morar juntos dois anos depois veio o casamento, somente no civil e um jantar com amigos, a família de Carlos Eduardo o abandonou depois que ele foi preso e a do Nicolas se afastou depois dele assumir que era gay.

Depois de 5 anos de casamento feliz, Carlos Eduardo e Nicolas decidiram que estavam prontos para serem pais, Carlos Eduardo era o mais animado deles, ele sempre sonhou em ter um bebê pra cuidar, amar e dar o carinho que nunca teve de sua família.

Durante a longa espera pelo seu tão sonhado bebê, eles sofreram muito com expectativas frustradas e sonhos não realizados, sempre que voltavam pra casa do abrigo com os braços vazios eles se sentavam no sofá juntos e choravam muito pela dor da frustração. O tempo passou e Nicolas agora era investigador da polícia civil, e ainda não conseguiram adotar. Carlos Eduardo morria de culpa por saber que ele e seus antecedentes criminais eram a causa de todo aquele sofrimento, ele odiava causar essa dor ao marido que tanto amava.

Na casa do casal havia um quarto que eles decoraram para o futuro bebê, Carlos Eduardo sempre que podia comprava um brinquedo novo e deixava lá, na esperança de um dia poder ver seu filho brincar com algum deles.

Nicolas odiava ver seu marido tão triste e deprimido, droga ele roubou a merda de um carro quando tinha 18, não era como se ele fosse um bandido perigoso, esse erro do passado não podia impedir o futuro deles!

Sete anos se passaram, e como sempre em toda a folga de Nicolas, eles iam até o abrigo ver as crianças e perguntar sobre o processo deles. Um novo diretor havia sido nomeado para o abrigo, e assim que o casal chegou foram chamados até a sala dele.

- Olha senhores Camargo, sou Maycon, o novo diretor do abrigo, chamei vocês aqui por um assunto sério.

O coração de Carlos se encheu de esperança, será que eles finalmente conseguiram se tornar pais hoje?

- Pode falar senhor, alguma novidade pra gente hoje? Nicolas

- Não, não temos nem hoje e nem nunca.

- O que disse? Carlos Eduardo

- Senhores, vamos ser sinceros, vocês são gays, de classe média, e com um parceiro com antecedentes criminais, vocês acham mesmo que alguém em sã conciencia iria entregar um bebê a vocês?

- Mas temos direito de adotar... Carlos Eduardo

- Sim, você tem, mas infelizmente não conseguimos a criança que atende os seus requisitos. Existe algo mais.

- O que ? Nicolas

- Nao quero mais que venham ate o abrigo, os funcionários ficam desconfortáveis e com medo de um ex criminoso aqui dentro, fora que não é exemplo pras crianças, então peço que não venham mais, se algo mudar entrarei em contato.

Estava na cara que aquele homem não queria ajudar ninguém.

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Comments

Iracema Aparecida Costa

Iracema Aparecida Costa

EU FICO IMPRECIONADA COM A JUSTIÇA EM MATERIA DE ADOTAR.
É TANTA BUROCRACIA QUE SE OS PAIS NÃO FOREM PERSISTENTES NUNCA LEVA A CRIANÇA PARA CASA.

2024-04-21

3

Gretchen Silva

Gretchen Silva

idiota e por isso que os abrigos vivem cheio querem escolher que tem dinheiro e não amor para da para uma criança os pobre também tem filhos e cria eles idiota

2024-04-14

1

Santos 💗

Santos 💗

quem esse diretor pensa que é???
babaca nojento😡😡😡😡😡

2024-04-13

0

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