CAP 18

Depois que saímos de lá e voltamos para o carro, eu me dei conta de que o que fiz não foi certo, o velho podia morrer do coração pela forma que o ameacei…Mas que se dane, eu estou farta de tantos caminhos sem saída, depois que soube da história da Mônica e da Katia, estou três vezes mais desesperada para encontrar a Lise.

Bruno: Cecília!

Quanse bato de frente com um carro.

- Mais que porr@, tá cega?

Cecília: Vai se…

O Bruno fecha a janela cortando a minha fala.

Bruno: Está errada e ainda quer discutir? Passa pra cá, deixa que eu dirijo.

Trocamos de lugar e eu acabo pegando no sono no banco.

Bruno: Cecí?

Escuto a voz dele bem longe.

Cecília: Bruno…

Sorrio pra ele e só então me dou conta de que não estou mais dormindo.

Cecília: Meu Deus!

Tomo um susto e saio do carro.

Bruno: Estava sonhando?

Cecília: Eu acordo meio atordoada...

Entramos na casa.

Bruno: Parece que todos já foram dormir, vamos ver o insuportável.

Cecília: Bruno…

Eu rio e seguimos até o escritório.

Pierre: E aí?

Contamos tudo que descobrimos e o Pierre diz quem é o segurança.

Pierre: Josh Estiano.

Ele me entrega o papel do relatório.

Cecília: Josh Estiano, 45 anos, solteiro, estadunidense, ficha criminal zerada, trabalha como segurança desde seus 27 anos e foi contratado por uma grande empresa de segurança da França há três anos atrás, porém, decidiu fazer a diária na excursão da escola por estar de férias da sua empresa e precisar de uma grana extra.

Pierre: Sobre o dia ele conta que não viu nada de estranho no local, nem mesmo sinal de alguma criança querendo sair ou saindo da cerca, que estavam lá para justamente impedir que isso acontecesse.

Bruno: Cara de pau, se eu pego esse infeliz eu quebro a cara dele!

Pierre: Há alguma possibilidade dele ser inocente?

Cecília: Ele com certeza facilitou pra alguém, você tem ideia de onde ele está?

Pierre: A polícia deu ordens para que não saíssem da cidade até segunda ordem, então ele provavelmente está por aqui.

Cecília: Vou mandar os dados dele para o Jerry, ele vai conseguir localizar em que local ele esteve da última vez que fez uma compra.

Pierre: Boa.

Cecília: Até lá vamos pensar na melhor forma de chegar nele.

Pierre: Bom, eu já vou indo…acho que já demos um grande passo hoje, estou quebrado de sono.

Cecília: Pierre, nem sei como agradecer…Está sendo o meu braço direito…os dois, na verdade.

Olhei para o Bruno.

Bruno: Pierre, obrigado por tudo que está fazendo e me desculpe a forma que lhe tratei mais cedo.

Pierre: Não se preocupe, eu te entendo…Gosto de te tirar do sério.

Bruno: É, eu já percebi.

Eles se dão as mãos.

Pierre: Estamos muito perto de encontrar a pequena Lise, muito perto.

Bruno: Eu acredito, obrigado.

Depois de apertar a mãos do Bruno ele vem até mim.

Pierre: Dorme.

Cecília: Você também. Obrigada.

Acompanho ele até a porta. Quando voltou o Bruno está sentado no sofá.

Bruno: Sei que precisamos dormir, mas comer também é importante.

Cecília: Comida? O que é isso mesmo?

Vamos para a cozinha.

Depois do jantar subimos e o Bruno mais uma vez fica me observando da porta do quarto.

Cecília: Boa noite?

Bruno: Boa noite…

Cecília: Fecha a porta?

Bruno: Claro.

Ele sai.

Cecília: As vezes acho que ele fica esperando um convite pra dormir comigo.

Dou risada e vou para o banho.

Penteio o meu cabelo e falo com os meus pais depois que saio do banheiro, minutos após desligar o celular alguém bate na porta.

Cecília: Bruno?

Abro a porta e fico parada olhando pra ele.

Bruno: Eu queria lembrar que o seu parceiro chega amanhã.

Cecília: É verdade, eu já havia me esquecido.

Bruno: Você vai busca-lo no aeroporto?

Cecília: Não, o Anthony conhece essa cidade melhor que eu, eu vou mandar a localização amanhã cedo.

Bruno: Era isso, boa noite mais uma vez.

Cecília: Boa noite.

Quando estou fechando a porta ele volta.

Cecília: Bruno, eu acho que você quer me dizer alguma coisa…

Bruno: É, eu quero sim…é que o Pierre, ele parece gostar de você.

Cecília: Você diz no sentido amizade?

Bruno: Não Cecília, ele gosta de você como mulher…Pelo menos é o que parece.

Cecília: Ok, mas o que tem isso?

Bruno: Bom, nada…eu só queria te dizer pra ficar esperta com ele, ele pode tentar se aproximar por status.

Cecília: Bruno, eu sou mais esperta que aparento ser, você não precisa se preocupar com isso…Por mais que eu ache que é só coisa da sua cabeça.

Sorrio.

Bruno: Eu posso está enganado sobre a parte do status, mas tenho certeza que ele está interessado em você.

Cecília: Tudo bem, mas…isso te interessa tanto assim?

Ele ficou um pouco sem jeito.

Bruno: É…na verdade é só uma preocupação de amigo, afinal, é isso que nós somos…

Cecília: Ah, claro.

Bruno: Era isso, eu já vou indo…

Cecília: Bruno.

Ele volta.

Cecília: Passa pra falar com a Camille, ela vai gostar.

Ele assentiu e eu fechei a porta.

...Bruno…...

Não sei o que é, mais algo no Pierre não me convence que ele é 100% sincero, não digo em relação ao caso, mas penso que talvez ele queira se aproximar da Cecília por status, até porque ele deixou isso claro quando aceitou a proposta de ajudá-la.

Ir falar com a Cecília sobre isso foi a pior cilada, ficou na cara que estou incomodado e não é um incômodo bobo de amigo, eu realmente não gosto da ideia de ter esses dois juntos, mas ao mesmo tempo não sei porque estou preocupado com isso, é a vida dela e ela sabe se cuidar, como ela mesmo disse.

Decido seguir o que ela pediu e passo no quarto da minha filha, as vezes com a correria das investigações eu acabo nem falando direito com ela durante o dia, pelo menos antes de dormir eu tenho que desejar uma boa noite, assim como eu fazia quando ela era mais nova…só que a diferença é que eu não ia sozinho, a mãe dela estava lá.

Bruno: Filha?

Bato na porta e ela manda entrar.

Camille: Pai…

Ela estava penteando o cabelo.

Bruno: Como está?

Sentei na cama e ela ficou da penteadeira me olhando.

Camille: Bem, a senhora Katia me fez companhia o resto do dia.

Bruno: Amanhã o seu segurança chega e você vai poder ir pra escola acompanhada dele, já resolvi tudo.

Camille: Sério?

Bruno: Sim, a partir da semana que vem você já volta na escola.

Camille: Pai…eu não vou parecer uma péssima irmã se voltar a estudar enquanto a Lise está…

Bruno: Até lá a Lise já vai está em casa.

Camille: Como tem tanta certeza?

Bruno: Estamos chegando lá, demos um grande passo hoje.

Camille: Que bom pai, eu não vejo a hora da Lise entrar por aquela porta e eu poder abraçar ela…Oferecer a ela um pouco do carinho que eu deveria ter dado desde sempre, mas estava focada nas redes sociais e em outras drogas que só servem para destruir as pessoas…

Ela começa a chorar e eu levanto para abraçar ela.

Bruno: Ei, o que houve?

Camille: Não é nada…

Bruno: Por favor, se abre comigo, eu posso ajudar você.

Camille: Não pode pai, é coisa de mulher…

Respiro fundo e balanço a cabeça.

Bruno: Tá, mas saiba que estou aqui para o que precisar.

Ela me abraça.

Fico no quarto dela até ela decidir ir para a cama, depois do boa noite eu vou para o meu quarto e fico pensando no que pode ter acontecido com q Camille…sendo lá o que for, amanhã irei pedir para a Cecília conversar com ela.

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