Katia: O que você quer? É da polícia?
Cecília: Digamos que sim, estou trabalhando junto com a polícia para desvendar o caso da Lisette e da sua filha.
Katia: Como sabe o meu nome?
Cecília: Fontes nos deram essa informação, mas você não precisa se preocupar, apenas as pessoas certas sabem disso.
Katia: O que você quer? Provavelmente já deve saber de tudo…Agora estou morta, com certeza ele te enviou para me matar.
Ela disse andando para trás.
Cecília: Não, a senhora não tem que desconfiar de mim…eu quero ajudar, descobrir o como posso te ajudar.
Katia: E como posso saber que está falando a verdade?
Pego a carteira no bolso e mostro a ela.
Cecília: Viu, só estou fazendo o meu trabalho.
Ela me olha um pouco menos desconfiada.
Katia: E como você vai me ajudar?
Cecília: Quero que me conte tudo, desconfiamos que o seu passado e o da Mônica possa ter relação com os casos.
Katia: Acha que o Otávio fez alguma coisa com a menina e com a minha filha?
Cecília: Não faço ideia, por isso preciso que me conte.
Katia: Tudo bem…vamos sentar.
Sentamos e ela começou a contar, eu via muito verdade no que ela dizia e não desconfiei de nada.
Katia: Ele é um psicopata, pois depois que matou a minha irmã e o meu cunhado, levou a gente para a casa dele e nos fez ser como filha e mulher pra ele, por isso eu tinha a Beatriz…quer dizer, a Mônica como filha.
Cecília: Então o seu cunhado, pai da Mônica, era parceiro do Otávio?
Katia: Sim.
Cecília: A senhora sabe o que aconteceu para eles se desentenderem?
Katia: O meu cunhado também não era flor que se cheire, eu ainda morava com eles por não ter emprego e nem ser casada, mas pretendia sair de lá o quanto antes.
Cecília: O que ele fazia?
Katia: Eles mexiam com drogas, era isso que eles faziam…Eu não sei de mais nada…
Cecília: Ok…então depois que ele invadiu a casa e matou os pais da Mônica, ele levou vocês duas para a própria casa dele?
Katia: Não sei se era a casa oficial e também nunca vi por fora, me bateram muito durante o caminho e eu cheguei desmaiada no local, a Mônica chegou acordada, mas dizia não lembrar, foram muitos dias naquele cativeiro.
Cecília: Eu sinto muito Katia, por vocês…
Katia: Quando saímos de lá, Mônica já não tinha mais vontade de viver, acabou enlouquecendo…por isso ela tinha um jeito meio estranho as vezes, desconfiava de todos.
Cecília: Eu imagino o tanto que foi traumatizante viver essas experiências, o Otávio deixava as duas trancadas? Sem direito a andar pela casa? Vocês nunca viram ou escutaram nada?
Katia: Ficamos um tempo trancadas, depois ele foi liberando e já andávamos pela casa, porém, não podíamos abrir as cortinas ou ficar no lado de fora, a casa era rodeada por seguranças e o Otávio era um homem muito frio…Mal olhava em nossos olhos, exceto quando…
Cecília: O que houve?
Katia: Quando a Monica completou 15 anos ele nos chamou para a sala e olhando nos olhos dela ele jurou que assim que se tornasse mulher se casaria com ele e eu não seria mais sua escrava sexual, passaria a ser o brinquedo dos funcionários…ele disse com essas palavras.
Ela estava chorando, me aproximei e segurei as mãos dela.
Katia: Eu não sei o que é dormir faz uns anos…Depois que ele fugiu da prisão eu e a Mônica passamos a viver um pesadelo novamente.
Cecília: Olha pra mim, eu prometo que se esse cara ainda estiver vivo eu vou encontrar ele, a senhora não vai mais precisar se preocupar.
Ela secou as lágrimas.
Katia: É bonito da sua parte, mas ninguém nunca conseguiu, e quando conseguiram foi com a minha ajuda, eu não vou chegar mais perto daquele homem.
Cecília: A senhora não vai precisar, eu prometo.
Depois que se acalmou ela terminou de me contar.
Katia: Depois desse episódio com a Mônica eu decidi sair daquele lugar nem que tivesse que morrer para que a Mônica ficasse livre…Foi então que um dia, durante mais uma noite de abusos, eu decidi que iria tentar…Ele sempre me levava pro quarto depois do ato, então quando ele se distraiu eu peguei um jarro que ficava ao lado da cama e quebrei na cabeça dele…Por um segundo travei com aquele corpo pesado e asqueroso em cima de mim, mas joguei ele pro lado e antes de sair do quarto…
Cecília: Você pode pular essa parte se for desconhecido.
Katia: Eu peguei um objeto cortante que encontrei no bolso da calça dele enquanto procurava o chaveiro e enfiei nas partes íntimas daquele animal…Saí do quarto com muita dificuldade para não me deparar com um dos seguranças e fui até o escritório do Otávio ligar para a polícia.
Cecília: E como eles souberam a localização?
Katia: Era um celular, eu vi ele guarda na gaveta certa vez e eu sabia que se ativasse a localização a polícia localizaria...Depois que liguei e disse que estava sendo mantida em cativeiro com a minha sobrinha, eles disseram que já estavam a caminho e mesmo assim eu liguei para o corpo de bombeiros para ter certeza que alguém viria…eu estava desesperada.
Cecília: E então?
Katia: Fui até o cativeiro, libertei a Mônica e vi que tinha algo de errado…eles já tinha reparado que algo estava acontecendo. Foi então que eu e Mônica nos escondemos em um dos quartos e ficamos lá até sermos encontradas pela polícia…Lembro de escutar muitos tiros, e quando nos encontraram eu tinha certeza que não era a polícia, mas felizmente foi…
Cecília: Você foi uma heroína Katia.
Katia: Eu tentei…E só assim conseguimos ter um pouco mais de dignidade depois…A polícia prendeu o Otávio e nos deram essa nova “identidade”, que não nos protegeu de nada…
Cecília: Vamos descobrir quem está por trás disso Katia, se for o Otávio, ele irá pagar bem caro.
Katia: Se não foi, ele provavelmente já sabe onde estou, coloquei meu rosto na televisão para todos verem…
Cecília: Você estava em um momento difícil, eu vou te proteger.
Katia: Como filha?Não conseguiram proteger a Mônica…a coitada estava reconstruindo a vida…
Cecília: Katia, vamos fazer o seguinte…você vem comigo.
Katia: Com você? Pra onde?
Cecília: Pra casa de um amigo, lá você está segura.
Katia: Não, eu não quero incomodar.
Cecília: Katia, eu teria feito a mesma proposta a ela se estivesse aqui, por favor…faz uma pequena mala e vamos.
Ela pensa um pouco.
Katia: Eu vou arrumar minhas coisas.
Eu sorrio e enquanto ela arruma as coisas eu dou uma olhada nas coisas da sala, tinha uma foto virada, era a mesma que vi na casa da Mônica…
Cecília: Ela não estava mentindo…só estava assustada.
Katia:Estou pronta.
Cecília: Vamos.
Vamos para o carro.
Katia: Eu não sei porque, mas confio em você e acredito que vá me ajudar como disse.
Sorrio.
Cecília: Fico feliz em escutar isso de uma mulher tão forte como você, obrigada.
Chegamos na casa do Bruno e entramos.
Camille: Cecília.
Nos abraçamos.
Cecília: Oi querida.
Camille: Olá…Você não é…
Cecília: Sim, a mulher dos jornais, mãe da Beatriz.
Camille: Ah..
Katia: Olá moça, você é a irmã da menininha desaparecida?
Camille: É, sou sim…
Katia: Eu sinto muito moça, mas sua irmãozinho será encontrada, confie.
Camille: Amém, eu confio sim.
Cecília: O seu pai chegou?
Camille: Ainda não.
Cecília: Vou fazer uma ligação, a senhora pode me esperar aqui?
Katia: Claro.
Camille: Sente-se, deixe a bolsa aqui em cima.
Katia: Obrigada.
Me afasto delas e ligo para o Pierre.
📲 Cecília: Pierre?
📲 Pierre: Estou fazendo o que a senhorita me pediu, lembra? Ficar ligando não ajuda.
📲 Cecília: Calma…onde está o Bruno?
📲 Pierre: O Ken tá do meu lado, até que me ajudou hoje.
📲 Cecília: Ótimo, mas eu pedi pra você trazer ele pra casa, o Bruno não sabe nem mexer numa arma direito.
📲 Pierre: Não subestime ele.
📲 Cecília: Ok, onde você está?
📲 Pierre: Estamos saindo do posto de gasolina mais próximo do local do desaparecimento da Lise, estamos com os arquivos todos no pen drive.
📲 Cecília: E eu descobri uma coisa, na verdade várias…Conversaremos assim que chegarem, se as câmeras de segurança nos der mais uma dica, melhor ainda.
📲 Pierre: Tô chegando gatinha.
Ele encerra a ligação.
Cecília: “gatinha”…
...Bruno…...
Esse cara é chato pra caramba, não sei como suportei essa tarde ao lado dele.
Pierre: Bora, a Cecília já tá enchendo o saco.
Bruno: Você não é o meu pai, sugiro que fale direito comigo.
Pierre: Uuuh, que medo.
Ele me olha dando risada e eu fecho a cara.
Chegamos em casa e eu dou graças a Deus.
Bruno: Porque está descendo do carro?
Pierre: A Cecília quer falar algo.
Bruno: Ok, podem deixar passar.
Ele vem atrás observando tudo.
Bruno: Boa noite…
Fico surpreso quando vejo que tem mais alguém em casa. A Cecília levanta e apresenta a Katia.
Cecília: Podemos conversar?
Bruno: Claro.
Vamos para o escritório.
Pierre: Cecília?
Cecília: Eu sei que parece loucura, mas ela me contou tudo e eu sei que não está mentindo…Essa mulher na sala é uma sobrevivente.
Bruno: Ok, eu não vou julgar sem escutar tudo antes…
Ela começa a nos contar tudo que conversaram.
👀👀👀👀
Amores, eu sei que está muito suspense por enquanto, mas essa primeira fase é assim mesmo, aguardem…
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Atualizado até capítulo 73
Comments
Zenith Afonso
Gente....quando a autora começa a enrolar,,é porque não está com ideia,,,,para continuar com a " trama ".....
2024-11-21
0
Lívia Maria Esf
Eu adoro isso, depois tudo se resolve!
2024-10-17
1
Carmem Lùcia Pimenta
PIERRE É TERRÍVEL KKKKKK
2024-09-11
1