CAP 14

Chego na casa do Bruno e como a minha entrada já está autorizada, acabo pegando ele de surpresa.

Bruno: Cecília, não vi você chegar.

Cecília: Troquei de carro, este é um pouco mais discreto.

Bruno: Trocou porque acha que está sendo perseguida?

Cecília: Na verdade eu não acho, mas é sempre bom.

Bruno: Alguma atualização? Você demorou pra voltar, achei que tivesse desistido de vir.

Cecília: Claro que não, eu preciso ficar aqui até o Anthony chegar.

Bruno: Anthony, seu irmão?

Cecília: Sim, ele será o responsável pela segurança da Camille.

Bruno: Ótimo, assim fico despreocupado.

Cecília: Eu estava com o Pierre, ele descobriu algumas coisas sobre a Beatriz que acho importante a gente investigar.

Conto pra ele tudo que Pierre e eu conversamos.

Bruno: Você vai conversar com a mãe dela?

Cecília: Não só com a mãe dela, a outra professora e a diretora também…Os seguranças contratados, serão os próximos.

Bruno: O que vai falar com elas?

Cecília: Ver se a história da Beatriz bate com a da outra professora, descobrir o motivo pelo qual ela foi internada, o porque mentiu ao dizer que os pais estavam mortos e quem são aquelas pessoas na foto que a Beatriz me mostrou na noite que eu visitei ela.

Bruno: Ela te mostrou fotos?

Cecília: Eu meio que vi, acho que ela já estava acostumada com o trabalho da polícia e não imaginava que eu exploraria o resto da casa.

Bruno: Então você realmente acha que se seguimos essa linha do assassinato da Beatriz, encontraremos os responsáveis pelo desaparecimento da minha filha?

Cecília: Você não acha estranho isso acontecer com uma das pessoas presentes no dia do desaparecimento da Lise? Bruno, obviamente tem uma ligação.

Bruno: Me desculpe Cecília, eu só tenho medo de ficarmos em algo e no final perdermos tempo.

Seguro a mão dele.

Cecília: Ei, confia! A Lise estará de volta em breve.

Bruno: Está dizendo isso para me tranquilizar ou realmente acha que a Lise está bem?

Cecília: Eu tenho certeza que a Lise está bem. Pensa comigo, e se a Beatriz tiver visto algo que pudesse nos ajudar a chegar até onde a Lise está? Essa ou essas pessoas mataram ela para diminuir as chances de encontramos a Lise.

Bruno: Faz sentido…Mas porque a minha filha?

Cecília: É o que vamos descobrir assim que chegarmos ao assassinato.

Ele se joga de costas no sofá e eu aperto as mãos dele. Ele me olha.

Cecília: Vamos conseguir.

Ele me olha de forma estranha.

Cecília: O quê?

Bruno: Você nem parece a mesma de antes, está tão mudada…Antes era sensível, agora é uma mulher forte.

Cecília: Eu nunca fui sensível, só me via assim por conta da minha doença.

Bruno: Por falar nisso, como você está?

Cecília: Eu faço acompanhamento com a médica mais exigente de todas, inclusive tenho que responder as mensagens dela.

Bruno: Eu sinto tanta falta de NY, depois que tudo isso passar eu farei questão de tirar umas férias com as minhas filhas.

Cecília: A porta da nossa casa sempre estará aberta para vocês, serão bem vindos lá.

Bruno: Vocês são incríveis.

Ele aperta ainda mais a minha mão e só então eu percebo que não o soltei. Solto da sua mão rapidamente e paro de olhá-lo, levanto do sofá e ele se recompõe.

Cecília: Bom, já é madrugada e eu preciso descansar um pouco…Amanhã estarei de pé bem cedo.

Bruno: Vamos, eu vou te mostrar o seu quarto.

Subimos a escada e ele me leva até o quarto de hóspedes que tem uma visão ótima dos fundos da casa.

Bruno: Fique à vontade, meu quarto é o último caso precise de algo.

Cecília: Está tudo ótimo, muito obrigada Bruno.

Digo encarando ele que está na porta parado.

Cecília: Nos vemos amanhã, boa noite.

Bruno: Boa noite Cecí.

Ele sai e eu fecho a porta.

Cecília: Ai Bruno, não começa a me iludir…

Sento na cama e pego o meu notebook. O Pierre não havia me mandado os relatórios ainda, então resolvo ver a mensagem da Nayla.

Respondo e ao invés de me responder, ela liga.

📲 Cecilia: Acordada uma hora dessa?

📲 Nayla: Culpa dos seus sobrinhos, o Lourenço viajou agora a pouco e eu tive que colocá-los pra dormir sozinha hoje. Me diz, como você está?

📲 Cecília: Estou muito bem fisicamente, só um pouco ansiosa com esse caso.

📲 Nayla: O Lourenço me contou, ele disse que os seus pais falaram com ele e passou algo no jornal de hoje à noite também…Como o Bruno está? Ficamos de ligar amanhã para conversar e oferecer algum tipo de apoio.

📲 Cecília: Os meus pais foram rápidos em passar as informações dessa vez…Estamos dando o nosso melhor por aqui.

📲 Nayla: Eu imagino que esteja, por isso quero te pedir que pense na sua saúde também, não pode fazer muito esforço, sem bebidas ou cigarros!

📲 Cecília: Não se preocupe, eu estou ótima.

📲 Nayla: Muito bem…Cecília, lembre-se de dizer ao Bruno que pode contar com a gente no que precisar, eu sei que ele está passando por um momento delicado pois não consigo nem imaginar eu no lugar dele.

📲 Cecília: Pois é amiga, uma situação bem difícil…Mas vamos encontrar a Lise, você vai ver.

📲 Nayla: E pra você, como está sendo trabalhar para ele?

📲 Cecília: Normal, assim como os outros trabalhos…Porque não seria?

📲 Nayla: Claro, claro….Foi só uma pergunta inofensiva.

📲 Cecília: Sei…

Conversamos por alguns minutos e depois de encerrar a ligação eu fiquei no notebook pesquisando os locais mais próximos do local da excursão. Mandei tudo para o Pierre esperando que na manhã seguinte já tivéssemos acesso às câmeras de segurança.

Luto contra o sono, mas acabo dormindo. Na manhã seguinte acordo com o Notebook no colo, olho o horário e levanto às pressas quando vi que o velório iria começar em uma hora.

Após fazer minha higiene e ficar pronta, desci para a sala. O Bruno já me esperava, nos cumprimentamos e saímos após um rápido café da manhã com a Camille.

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