CAP 10

Pego minha mochila no porta-malas.

Cecília: Não sai de perto de mim.

Fomos até os policiais.

- Essa área está interditada temporariamente.

Cecília: Eu sei, sou uma das investigadoras do caso.

Mostro o documento a ele.

- Pode liberar a passagem.

Entramos.

Cecília: Então essa é a cerca? Onde estão os equipamentos, não trouxeram nada para a excursão?

Bruno: A polícia deve ter mandado retirar, mas eles podem ter fotos de como estava.

Cecília: Fotos…Me lembre disso.

Passo pela cerca.

Cecília: Eles já recolheram as digitais da cerca? Conferiram se não há nenhum vestígio?

Bruno: Como eu já disse, a única coisa que me contaram é o que eu já te passei.

Cecília: Droga de polícia, são uns inúteis.

Continuo olhando.

Cecília: Espera, pra onde você vai?

Bruno: Como pra onde? Atrás de alguma pista.

Cecília: Bruno, estamos no local onde tudo começou, se a Lise realmente saiu ou foi levada, passou pela cerca.

Ele me olha como se eu estivesse certa.

Cecília: Abra as mãos.

Pego as luvas e coloco nas mãos dele.

Cecília: Sabe dizer se choveu durante esses dias?

Bruno: Se não me engano, duas vezes.

Cecília: Ok, então muito provavelmente não podemos coletar as digitais, mas ainda podemos achar alguma coisa como fio de cabelo.

Bruno: Olhamos por toda cerca?

Cecília: Sim, mas com mais cautela nas partes amassadas.

Bruno: Se a Lise saiu por aqui será difícil ter, ela é magrinha e pequena, passa facilmente sem encostar.

Cecília: A farda pode ter ficado presa, ou o cabelo…há muitas possibilidades Bruno.

Procuramos por bastante tempo e nada.

Cecília: Preciso de mais gente comigo, é uma pena a polícia não tá se empenhando.

Bruno: Não há ninguém na agência com quem possa contar?

Cecília: Pra esse tipo de serviço apenas um espião, mas eu posso pedir ajuda a uma pessoa.

Bruno: Quem?

Cecília: A gente conversa sobre isso depois, vamos aproveitar o tempo que temos.

Saímos mata a dentro, Analisando cada árvore, cada monte, mas nenhuma pista. Usei o meu detector de metais no chão e nada.

Quando voltamos já havia se passado seis horas, estávamos exaustos e o local era enorme.

Saio da mata com algumas teorias do que possa ter acontecido.

Uma delas é que: A Lise não saiu pela cerca, mas sim pelo lugar que entrou, afinal de contas a cerca tinha seguranças…A não ser que um deles esteja envolvido no desaparecimento, a Lise tinha poucas chances de sair sem ser notada.

Voltamos para o carro.

Bruno: Esse lugar é enorme, não chegamos na metade.

Cecília: Eu vou tornar o caso público.

Bruno: O quê?

Cecília: A Lise não tá nessa mata, Bruno.

Bruno: O quê?

Cecília: Se hoje, com as informações que o Pierre vai enviar, eu achar que algum funcionário tem chances de ser cúmplice, eu vou ter certeza de que ela não está aí, nunca esteve…

Bruno: Mas porque você pensa isso?

Cecília: O local está cercado á dias pela polícia e não há sinal de ninguém, nem mesmo uma pista conseguimos encontrar hoje.

Bruno: Acha que um dos seguranças poderiam estar envolvidos?

Cecília: Vamos descobrir se há essa possibilidade hoje.

Ligo o carro, mas antes mesmo de eu dirigir o Pierre me liga.

📲 Cecília: Pierre, já tem tudo que eu te pedi em mãos?

📲 Pierre: Está sentada?

Olho para o Bruno imaginando que possa ser alguma notícia da Lise.

Bruno: O que foi?

Coloco a mão no celular.

Cecília: Ele tem uma notícia não muito boa…

Bruno: Coloca no viva voz!

Faço o que ele pede.

📲 Cecília: Estou pronta, pode falar.

📲 Pierre: A professora Beatriz, ela foi encontrada sem vida dentro da própria casa.

📲 Cecília: Espera, o quê?

📲 Pierre: A polícia está no local do crime. Eu acho que agora o caso da Lise se torna público.

📲 Cecília: Onde você está?

📲 Pierre: Acabei de sair de lá, está um verdadeiro inferno…Reportagem, paparazzi, a mídia francesa inteira.

📲 Cecília: Eles não sabem como foi? Quando exatamente?

📲 Pierre: Um tiro na testa, alguns vizinhos disseram que escutaram um barulho durante a madrugada, mas só nesta manhã quando a mãe dela veio visitá-la, encontrou o corpo da filha.

📲 Cecília: Mãe? Mas a Beatriz tinha me dito que os pais dela haviam morrido!

📲 Pierre: Bom, parece que a professora sabia de mais coisas que deveria…E também não era tão inocente, já que mentiu a morte da mãe que está viva.

📲 Cecília: Eu vou lá, tenho que falar com a mãe dela!

Bruno: Cecília, você esteve lá ontem…

📲 Pierre: Cecília, tem alguém aí com você?

📲 Cecília: Pierre, obrigada pelas informações! Agora mais que nunca preciso que você pesquise a fundo a vida da Beatriz! A gente se fala.

Desligo o celular e coloco pra fora o ar dos pulmões.

Bruno: Vão te culpar?

Cecília: Eu estava sem mandato, é um pouco suspeito sim.

Bruno: Eu vou falar com o advogado.

Cecília: Não! Eles podem até achar que foi eu, mas não vão conseguir comprar nada, pois não fui eu quem matou a Beatriz.

Bruno: O que vai fazer?

Cecília: Vou contar que estive lá, é bem melhor que se eles descobrirem.

Bruno: Eu vou com você!

Cecília: Vamos.

Dirigo até em caminho a casa da Beatriz e quando chego no local é exatamente o que o Pierre disse.

Deixamos o carro um pouco afastado para evitar chamar atenção e caminhamos até a polícia.

Delegado: Agente Hunter.

Ele me cumprimenta logo após falar com o Bruno.

Cecília: Senhor Delegado.

Finalmente levantou o traseiro. Penso…

Delegado: Depois do surto de mais cedo, acredito eu que a senhorita tenha vindo pedir desculpas, mas no momento estou ocupado fazendo o meu trabalho. Marcamos um drink no final de semana.

Cecília: Não, não…O senhor está enganado. Na verdade eu vim até aqui para depor.

Delegado: Depor?

Cecília: Estive com a Srta.Beatriz ontem à noite.

Delegado: Você esteve?

Ele me olha com um semblante sério.

Cecília: Acredito que por não estar mais em conjunto com a polícia neste momento, e por não ter visitado a Srta.Beatriz com um mandato, o senhor deve me escutar, estou enganada?

Ele continua sério, mas dessa vez um pouco desconfiado.

Delegado: Deixem ela passar…

Eles levantam a fita e eu passo.

Delegado: O senhor pode esperar aqui.

Bruno: Cecília, qualquer coisa é só me avisar.

Cecília: Não se preocupe Bruno, não há nada demais nisso…Vamos.

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