CAP 13

...Cecília Hunter…...

Depois de finalmente conseguir falar com o Anthony, ligo para os meus pais para saber como eles estão.

Agora que o caso irá se tornar público eu posso dizer a eles do que se trata e que o Bruno é o pai da Lise.

Passamos um tempo conversando e eles só desligaram a chamada de vídeo quando tiveram certeza que eu estava sem um arranhão. Caso contrário o meu já teria enviado o jatinho para me buscar, ele é tão dramático, ainda acha que sou sensível.

Tomo os meus medicamentos e saio do hotel. Por questão de segurança, escolho ir no carro reserva que a agência deixou disponível pra mim. Faço isso pois não sei se o assassinato da Beatriz já era premeditado, ou se o responsável pelo crime me seguiu até a casa dela.

...Camille Durand…...

Depois que a Cecília sai o meu pai vai para o escritório, vou para o meu quarto e pego uma foto minha e da minha mãe quando eu era pequena…Lembro como se fosse hoje o dia em que vi o meu pai pela primeira vez, finalmente teria um pai comigo, já que quando a minha mãe engravidou ele já tinha voltado para os Estados Unidos e os dois perderam contato…Só depois de alguns anos, quando eu tinha cinco anos de idade, eles se reencontraram e a minha mãe contou tudo.

Minha mãe e eu morávamos com o meu avô, ela fazia faculdade com muito esforço e trabalhava também…Nunca me deixou faltar nada, porém depois que o meu pai chegou, a nossa vida foi mudando para melhor…Meu avô faleceu logo quando a minha mãe se formou, isso fez com que ela focasse muito no trabalho, nos trazendo bons resultado financeiros também.

Eu era feliz, pelo menos costumava ser antes da partida dela e do afastamento do meu pai. Parece que voltei a ser aquela garota que não conhece o pai, pois mesmo tão perto ele está sempre bem distante…Só voltamos a interagir agora, por conta do desaparecimento da Lise, antes ele mal falava com a gente, só o necessário…Por isso eu digo que perdi os meus pais naquele maldito acidente, não só a minha mãe.

As redes sociais foi uma forma de escapar da dor do luto, a minha tia já tinha certa popularidade e depois que ela passou um tempo morando com a gente eu aprendi algumas coisas sobre moda, etiqueta, essas coisas…Sempre fui vaidosa, mas hoje em dia sou referência para várias meninas, isso exige que eu continue aprendendo, com isso estou cada dia melhor.

Depois do desaparecimento da Lise, eu não vou mais a escola, o meu pai não quer que eu corra risco…Por um lado eu entendo, mas por outro é super complicado, pois eu já entrei na escola um ano atrasada, com 18 anos eu já deveria está na faculdade, mas estou cursando meu último ano na escola, por isso não queria repetir.

Também tenho ficado distante da redes sociais, inventei uma desculpa de que estava doente, mas pelo tempo que sumi as pessoas devem achar que virei saudade. Depois que souberem que a Lise é minha irmã, vão entender.

Depois de um tempo deitada na cama sem fazer nada, levanto e vou até o escritório do meu pai.

Camille: Pai?

Bruno: Oi filha, a Cecília já voltou?

Camille: Não…Eu só queria conversar um pouco.

Bruno: Ah claro, entre.

Entro e me sento de frente pra ele.

Bruno: Aconteceu alguma coisa meu amor?

Camille: Pai, é que eu me dei conta de que vou acabar repetindo o ano se não voltar a estudar…Você sabe como o colégio é exigente…E se eu sair para estudar em casa, vou ter que repetir o primeiro e segundo ano também.

Bruno: Eu realmente não tinha parado pra pensar nisso…Mas fique calma querida, eu vou resolver para você não se prejudicar.

Camille: Resolver como?

Ele pensa um pouco.

Bruno: Olha, a Cecília pediu para que enviassem uma pessoa da confiança dela, ele cuidará da sua segurança e talvez possa te acompanhar no colégio.

Camille: Como assim me acompanhar no colégio? Lá tem várias segurança pai, como ele pode me acompanhar?

Bruno: Os seguranças estão focados em tudo e todos, ele será exclusivo para você.

Camille: Olha pai, eu não vou dizer nada…Sei que está com a cabeça cheia e eu também, então se essa for a única opção e a escola aceitar, por mim tudo bem.

Eu faço de ir embora e ele levanta.

Bruno: Camille.

Camille: Oi

Bruno: Me dá um abraço.

Vou até ele e o abraço.

Depois que nos separamos do abraço, eu vou para o meu quarto.

Camille: Segurança…Só me faltava essa, um cão de guarda para ficar no meu pé na escola.

...Bruno Durand…...

Depois que a Camille sai do escritório eu decido descer um pouco, já estava à um tempo assistindo as reportagens sobre a morte da Beatriz imaginando que talvez pudesse chegar a alguma pista dó desaparecimento da minha filha.

Ligo para a Cecília já que ela não voltou ainda, mas penso que ela provavelmente está resolvendo alguma coisa do caso da Lise e decido esperar mais um pouco.

...Cecília Hunter…...

Durante o caminho de volta recebo uma ligação do Pierre. Atendo e ele diz que tem algo importante para me contar. Marcamos de nos encontrar em um café pouco movimento da cidade e quando chego o Pierre já está.

Cecília: Oi.

Pierre: Olá Cilada, como você está?

Cecília: Estou bem, mas se me chamar de Cilada novamente…

Ele riu.

Pierre: Como conseguiu fazer o delegado mentir?

Cecília: Anda Pierre.

Pierre: Tá…Olha só, eu descobrir uma coisa sobre a Beatriz que talvez explique algumas coisas.

Ele abriu o notebook.

Pierre: A Beatriz já foi internada em um hospital psiquiátrico durante a adolescência.

Cecília: Sério? Mas, qual o motivo?

Pierre: Teremos que pesquisar a fundo, fazer uma visita ao hospital ou conversar com a mãe dela…Mas pelo que me parece não foi nada grave ou diagnóstico, pois a Beatriz não conseguiria um emprego em lugar algum.

Cecília: Sim, você tem razão. Amanhã eu irei tentar uma conversa com a mãe dela depois do velório…É óbvio, irei analisar a situação dela antes, é possível que ela não esteja em condições de falar sobre isso agora.

Pierre: Veremos…Bom, eu tenho outra coisa pra você. Chequei a ficha criminal de todos os profissionais daquele dia, todos sem histórico criminal.

Cecília: Algo te chamou a atenção? Quero esses relatórios no meu e-mail.

Pierre: Não, nada mais.

Cecília: Ok, acho que estamos no caminho…A Beatriz com certeza sabia ou viu algo, ou estava envolvida talvez.

Pierre: Pelo visto sim.

Cecília: De qualquer forma eu irei no velório amanhã, quero conhecer a outra professora e a diretora.

Pierre: Espero que essas mulheres não morram.

Cecília: Não fala isso nem de brincadeira…Eu tenho que ir agora, obrigada por me ajudar com isso, não esqueça de enviar para o meu e-mail.

Pierre: Pode deixar, boa noite agente cilada.

Cecília: Boa noite Pierre.

Volto para o carro e sigo para a casa do Bruno.

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