CAPÍTULO 14

Não tinha medo de fantasma! Estava com seus pés no chão, e não se assustava por qualquer coisa. Ouvia gritos de crianças presas em algum lugar e sabia que naquela casa abandonada alguma coisa aconteceu, mas o que? Perguntava- se ela. De repente as imagens de duas meninas de cabelos loiros e olhos azuis balançando numa praça, ali mesmo ela estava vendo.

Queria poder abraçar e tocar, mas eram apenas imagens e ficou no vácuo. Aquelas estranhas visões e temia pensar no pior. E se elas estivessem mortas por alguma razão e por quê? Havia uma cadeira feita de madeira, sentou e ficou olhando as montanhas e o verde em volta tentando buscar mais pistas a respeito das visões que estava tendo.

"De fato, tinha duas filhas lindas e que estavam vivas!". Restava saber onde elas estavam? Alice corria contra o tempo. Seu coração batia forte no peito, sentia a presença delas em algum lugar. Estava em pânico sem saber que lado seguir e ir atrás dos rastros de suas filhas. Elas estavam vivas! Vivas? Pensava ela eufórica.

Sentindo coração bater mais forte, sem saber se era desespero ou medo. E se tudo não passasse de uma ilusão? Precisou sentar na cadeira que havia na casa abandonada do lugar, e não sabia de quem era aquela casa afastada de todas que havia naquela região.

Precisava se acalmar e voltar à realidade e enfrentar os fatos de que tudo podia ser ilusão ou louco desejo que fosse verdade o que ela sentia. Tinha que reagir e tentar desvendar esse mistério e saber o que estava por trás disso tudo e se realmente suas filhas estavam vivas mesmo?

Então sair dessa casa até porque não sabia de quem pertencia. poderia ser um esconderijo de bandido e sequestradores, e se por acaso foi sequestrada um dia? Mais uma dúvida se passava na sua cabeça. Estava pálida com as visões espontâneas que estava tendo sobre suas filhas na sua frente num balanço de praça sorrindo e ela empurrando feliz com a cena. - Nunca fui prostituta na minha vida, algo de errado aconteceu comigo? Preciso de ajuda, mas onde? Tudo é confuso na minha cabeça!

Ela saiu daí e foi andando tonta ainda pelos últimos acontecimentos: sem saber que direção seguir. As lembranças estavam vindo à tona. Precisava sair daquela casa e recuperar seu estado emocional abalado pelas dolorosas lembranças que agora tinha certeza que tudo que seu marido falou a respeito dela era mentira. Ela deu um grito alto, "desgraçado!".

Faltava achar o início da ninhada como se diz: no ditado popular? Foi andando pelas estradas estreitas e tentando encontrar respostas que mais precisava. Olhava para trás sentindo estranha sensação de que estava sendo seguida por alguém, era como se estivesse sendo vigiada por alguma alma penada, mas sabia que não era ninguém!

Era seu passado que perseguia. Restava saber quem foi. Se for tudo que Alexandre falou. Uma drogada e prostituta esposa de um dos maiores criminosos e traficantes das rocinhas de São Paulo. Seu coração ardia sabia que Alexandre mentiu, só não sabia por que inventaria uma história dessas! E por quê? E se ele for o bandido dessa história?

Foi andando ainda tonta! Queria chegar o quanto antes em algum lugar, mas que lugar. Cansada de tanto andar e não chegar a lugar algum. Até que (viu) mais uma casa abandonada à sua frente. Havia outra ponte que precisava atravessar até chegar lá. Não sabia quem era. Bateu palmas para saber se havia alguém em casa. Até que saiu uma senhora de cabelos brancos perguntando quem era.

— Quem é?

— Eu me chamo Alice, estou perdida e nem sei que lugar é esse! Pode me informar onde estou? — A senhora ficou olhando simpaticamente para Alice como se quisesse dizer alguma coisa e levantou as mãos para o céu e agradeceu a Deus sem saber se chorava ou gritava, correu para os braços dela gritando.

— Filha, você voltou? — Apalpou ela da cabeça aos pés e Alice não entendeu nada. O que estava acontecendo e convidou para entrar depressa?

— Entre filha que vai vir chuva!

— Chuva? Como se ainda tem sol?

— Daqui uns dez minutos, vai vir chuva quando sinto dor no ombro com certeza vem chuva! — Dor no ombro fez Alice lembrar daquela palavra em algum lugar? Só não sabia da onde. Aquela senhora simpática não era estranha, era familiar.

— Entre filha, sente-se, vou preparar um café, temos muito que conversar e você vai me dizer por onde tem andado. Porque sumiu esse tempo sem dar notícia?

— Alice estava confusa, não sabia que lugar conhecia aquela senhora porque ela o chamava de filha se nem conhecia? Seria uma senhora caduca das ideias como dizem por aí.

— Desculpe-me, eu tenho que perguntar! Nós nos conhecemos? — A senhora olhou espantada não acreditando no que estava ouvindo.

— Como assim? Nós não nos conhecemos? Filha, você não está reconhecendo a sua mãe, esqueceu- se de mim por acaso? Depois que conheceu aquele marginal que deve ter feito uma lavagem cerebral em você? — Confusa Alice ficou boiando entre suas ideias

"E agora o que vou falar? Ela diz ser minha mãe?" Será que a deixei por causa das drogas e fui embora? Mas alguma coisa está errada nessa história? Até ontem nem sabia que tinha mãe viva? E agora essa senhora se diz ser minha mãe? Se bem que é bem familiar! Mas aí dizer minha mãe seria bom demais, “um milagre”.

— Como assim minha mãe? Eu não me lembro de nada? Não sei desde quando a minha vida está num verdadeiro inferno porque tenho sonhos estranhos e por causa desses sonhos que vim parar aqui. Eu estou tentando lembrar quem eu fui no passado, as lembranças não me ajudam em nada. Sinto-me presa naquela casa e nem sei quem eu sou! Alexandre me contou umas histórias estranhas, que nem sei se acredito? — A senhora se chamava Janete e aparentava ter 60 anos, já com cabelos brancos e com marcas de sofrimento. Ficou olhando para Alice sem saber o que dizer. Balançou a cabeça com ar de admiração e alegria ao descobrir que sua filha estava viva, e não morta como soubera por notícias em jornais.

Se bem que sempre soube que sua filha estava viva em algum lugar. Sentiu sua filha sendo sincera e que estava desesperada precisando de ajuda, e muita coisa precisava saber, restava saber se estava preparada para ouvir toda história da sua vida.

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Fatima Gonçalves

Fatima Gonçalves

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2025-03-23

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