CAPÍTULO 12

Alice sem medo de fantasmas entrou na mata adentro enfrentando seus medos. Chegou até aqui e não voltaria atrás. Estava muito cansada pela longa jornada até chegar nesse lugar tão sonhado. As coisas iam ser esclarecidas, estava no lugar certo. Quanto a isso ela não tinha dúvidas, era preciso ter coragem e paciência. Ter cautela em cada decisão que ia tomar.

"O que essa floresta esconde de tão especial?". E assustador que deixou paranoica sonhar todas as noites com esse lugar. E sombrio? Seria um tesouro guardado? Tinha ansiedade em desvendar esse mistério. Precisava acalmar-se para não colocar tudo a perder. Um passo em falso seria fatal para seus planos. Estava sozinha e lutava contra seus medos (inseguranças) e contra o tempo.

Temia que seu marido estivesse atrás dela, e isso jamais poderia acontecer. Sem saber por que seu instinto estava sempre em alerta sobre o caráter do seu marido. Mesmo que ela tenha se convencido de que era o homem da sua vida. Ou quem sabe seu salvador da pátria, mas sentia que havia algo de podre nessa história! Que nada estava esclarecido, e só ia descansar depois que descobrisse seu passado?

E que tudo tem uma (explicação) sonhos pesadelos sinais e bilhetes anônimos que ela recebia diariamente, mas não sabia quem era. Seria um anjo da guarda alertando do perigo? Ou um inimigo querendo tirar vantagem usando o medo? Coragem de entrar na floresta não faltava mesmo sentindo aquela sensação, e frio na barriga. Mas não se pode misturar as coisas. Não tinha medo de entrar na floresta e ser devorada por um animal selvagem. E sim seu medo era que tudo não passasse de uma ilusão criada por ela mesma, e ter que passar por uma louca, e ser internada pelo seu marido em algum hospital psiquiátrico. Ela tinha medo.

Nunca desistiu do que buscava. Era uma mulher de forte personalidade, e de frágil não tinha nada. Era mais forte do que ela mesma imaginava. E na medida em que o tempo ia passando mais segura de si ficava. Já estava fora do alcance do seu marido. Agora sem ele por perto não se sentia na sombra dele. Sentia-se mais livre, solta e mais leve e com a doce sensação de liberdade. Coisa que ela nunca teve.

Mais coisas surpreendentes poderiam surgir em sua vida. A pergunta é! O que será? Dentro da mochila ela trouxe alguns alimentos, só não entendia porque tinha um revólver carregado calibre 38 cheio de balas, seria ela uma assassina? Sentiu medo, e quando pegou a arma na mão ficou surpresa. E como sabia manejar? Queria arriscar dar um tiro, mas já era noite e não queria atrair perigo para sua tenda que acabara de se armar. Sem entender, estava tendo coragem que não sabia de onde vinha.

E por si mesma estava descobrindo coisas, sem entender sabia manejar um revólver como se já tivesse usado para alguma coisa. Sabia armar uma tenda perfeitamente bem? E trazendo com ela uma rede e material de pesca. Como isso era possível se ela saiu às pressas de casa, como ela poderia fazer isso e como essas coisas foram parar na sua mochila?

Com ela trouxe um par de botas de couro de cano longo e uma lâmpada; um punhal, um facão de dois gumes mais afiados do que uma navalha. E até um guarda-chuva. Em pensamento se perguntava “Quem faria isso por mim? Se só eu sabia que ia sair de casa?” Quem seria o anjo da guarda que estava ajudando ela a sair de casa? Seria um dos empregados que sabia da sua situação?

Seria Judite a pessoa mais próxima dela? Mas como se parecia ser uma admiradora nata de Alexandre que vivia elogiando ele sempre como um bom marido? Ou era apenas um disfarce? E que Judite sabia de coisas muito mais do que poderia imaginar, mas como Alice não confiava em ninguém essa hora ficava difícil chegar a uma conclusão mais adequada, e mais segura!

Agora ela precisava dormir e descansar sobre a fogueira que ficava à beira do acampamento. Estava bem armada caso surgisse algum animal. E coragem não faltava para sua estranheza, era como se ela sabia que um dia enfrentou esses tipos de situação como se já tivesse se criado naquela floresta que dominava bem aquele lugar.

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