Capítulo 14

Carol Narrando

Acordo com o meu celular despertando, dou um pulo da cama quando vejo o horário marcando às 6h45 da manhã. Que droga! Combinei com o Rick de o motorista me pegas às 7h. Estou extremamente atrasada!

Saio correndo, passo uma água no corpo, lavo o rosto e escovo os dentes mesmo no chuveiro, não dá tempo de ter frescura agora. Tomo café e escovo os dentes novamente e vou ao meu quarto.

Eu estava arrumando a minha bolsa para sair, quando vi o meu celular tocar, olhei e era o Ricardo, abri um sorrisinho bobo, logo atendi.

📱 Ligação on

Rick: Bom dia! Como você está?! - Essa voz rouca dele acaba comigo, pela manhã então...

Carol: Bom dia! Estou bem e você?

Rick: Estamos aqui esperando você e o bonitão achando que você não vem. Como você disse para ligar, eu liguei para falar com ele.

Carol: Passe para ele, por favor.

Cauã: Carol, você prometeu que não ia me deixar sozinho. Você mentiu.

Carol: Eu estou indo, meu amor. Eu só precisei vir em casa para tomar um banho e descansar um pouco, já estou voltando. Inclusive o motorista do seu pai já está aqui na porta.

Cauã: Vai demorar muito a chegar? — Ouço ele fungar e dou um sorriso lembrando do seu jeitinho.

Carol: Não, estou saindo de casa, já vou entrar no carro, só vou me despedir da minha avó. Daqui a pouquinho estarei aí com você. Pode ser assim?!

Cauã: Estou te esperando. — Ele entrega o celular para o pai dele.

Rick: Também estou te esperando.

Carol: Kkkk Bobo. Já estou a caminho. Até daqui a pouco. Beijos

Rick: Até, beijos

📱Ligação off

Desliguei e fui em direção à cozinha, chegando lá, a minha avó estava lá lavando a louça do café, precisei brigar com ela, que nem ligou para mim. Saí rapidamente de casa, não queria atrasar mais.

Chegando no hospital, dirigi-me ao quarto do Cauã e quando entrei, ele estava conversando com os médicos. Fui até o leito e dei um beijo no rosto dele e ele agarrou o meu pescoço num abraço, mas logo soltou-me e continuou a conversar com o doutor.

Cheguei perto do Rick e ele deu-me um selinho e abraçou-me. Ele me deixa desconcertada todas as vezes que faz isso.

Ficamos esperando a equipe terminar os procedimentos e quando eles nos deram espaço, fomos até ele e ficamos conversando com ele.

Diálogo 💬

Rick: Você está bem, filho?!

Cauã: Estou com um pouquinho de dor, papai. Mas hoje vai passar, não é?!

Rick: Sim, meu amor! Vai passar e nós estaremos aqui para cuidar de você.

Carol: Eu prometi para você e vou cumprir, vou estar pertinho de você sempre que precisar, tá bom?!

Cauã: Você prometeu, já sabe né?!

Carol: Sim, não se preocupe! — dou um sorriso a ele na tentativa de lhe passar confiança.

Rick: Posso chamar o médico para lhe dar o remédio de hoje?

Cauã: Pode sim, papai. Eu amo vocês!

Rick: Eu também te amo, meu filho.

Carol: Eu... Eu... Também amo você. — Falo sem jeito, pois nunca disse isso a ninguém.

O médico entra e aplica um remédio na veia dele, ficamos ali conversando e ele vai adormecendo aos poucos. O meu coração ficou apertado em vê-lo nessa situação, mas é necessário. Os assistentes logo vieram e eu e o Ricardo demos um beijo nele e ele foi levado.

O meu coração estava acelerado e estava com muito medo e ansiedade. Estou tentando imaginar como o Rick está se sentindo.

Olho para trás e vejo ele de costas olhando pela janela, logo me aproximo e vejo ele passar a mão no rosto, ver isso cortou o meu coração.

Diálogo 💬

Carol: Não precisa ter vergonha de mim, grandão! Você pode contar comigo sempre, estou aqui com você.

Rick: Não gosto que me vejam nesse estado, mas não consegui segurar, meu filho é tudo o que eu tenho. Daria a minha vida pela dele se fosse preciso.

Carol: Eu sei disso e perto de mim, você não precisa ser essa rocha sempre. Vem, deita aqui no meu colo de novo. — Ele vem deitando rapidamente.

Rick: Ei, eu sou o mais velho aqui e quem deveria dar colo sou eu. E o colinho que eu quero te dar é de outro jeito.

Carol: Nem nessa hora você deixa de ser esse pervertido... Kkkkk inacreditável!

Rick: Não posso perder a oportunidade nunca.

Nessa hora a mãe dele entra no quarto e vê a cena dele deitado no meu colo e sorri, mas em momento algum ele se movimenta no sentido de levantar-se dali.

Eu estava com vergonha da mãe dele, mas ele parecia não se importar nem um pouco com a situação.

Marília: Bom dia, filho, bom dia, querida! Como foram as coisas?

Rick: Bom dia, mãe! Tudo certo por aqui, graças a Deus. Mas confesso que estou um pouco aflito.

Carol: Bom dia, dona Marília! Deu tudo certo, ele foi bem mais calmo, aceitou fazer a cirurgia e vai dar tudo certo.

Marília: Que bom, graças a Deus! O seu pai me ligou hoje pela manhã, filho. Ele está voltando, chega ainda hoje e vem direto para o hospital.

Rick: Não precisa, mãe. Vai ficar tudo bem. Diga a ele para ir descansar, não precisa ficar aqui.

Marília: Até parece que você não conhece o seu pai, Rick, ele é duas vezes mais teimoso que você. Vá se acostumando, Carol, daqui a pouco você vai presenciar uma cena de ciúmes e aí você me conta. — Eu estava roxa de vergonha, não acho que chegaremos a esse nível.

Carol: Que isso, imagina!

Marília: Vou me calar e vou deixar vocês dois descobrirem sozinhos...

Rick: Já deu, mãe, vai deixar ela sem graça.

Marília: Ok! Não falo mais. — Faz movimento como se tivesse fechando a boca num zíper.

A partir daí, eles ficaram conversando amenidades e eu participava do assunto de vez em quando, mas a maior parte do tempo eu fiquei em silêncio. Num dado momento, percebi que estavam demorando demais para retornar ao quarto. Quando olhei o horário no meu telefone, já estava próximo das 12h e eles haviam nos falado que duraria no máximo uma hora e meia. Estou com o coração acelerado e apertado, não sei, é um misto de sensações.

Olho para eles que parecem não ter percebido quanto tempo já se passou e estão conversando e sorrindo. Lembrei-me do terço que a minha avó colocou na minha bolsa e o peguei e comecei a rezar para que tudo estivesse bem.

Finalmente a porta da sala foi aberta e por ela passou uma equipe inteira, trazendo a maca que continha um Cauã extremamente pálido e apagado em cima dela.

Apressei-me em levantar-me para ir ao seu encontro, mas um enfermeiro me impediu de me aproximar e eu comecei a ficar desesperada. Nesse momento, o Ricardo me abraçou e eu pude sentir o quanto o coração dele estava acelerado, com certeza a mesma sensação que a minha.

Eu não fui capaz de tirar os meus olhos dele, eles o manipulavam de um lado ao outro, ajeitando os aparelhos e o soro como se fosse um boneco de pano. Essa cena foi a pior que eu poderia ter visto em toda a minha vida.

Por fim, finalmente eles pararam de mexer nele e ficamos na sala apenas nós e o médico. Eu já não aguentava mais tanto suspense.

Carol: Fale logo o que aconteceu, Doutor! Por favor, não enrole mais. Por que ele está nesse estado?

Dr.: Infelizmente ele teve um sangramento na área operada e nós tivemos um pouco de dificuldade em conter, mas tudo foi resolvido e nós precisaremos mantê-lo dormindo um pouco mais para receber a bolsa de sangue. Faremos isso para não assustá-lo.

Carol: Eu sabia, estava sentindo que alguma coisa estava errada.

Rick: Como assim, ele teve uma hemorragia e eu não fui informado? E se eu tivesse perdido o meu filho? — ele avança no médico e a mãe dele o segura, eu já não tinha mais forças para nada.

Marília: Ouça bem, doutor, se o meu neto tiver qualquer complicação, esse hospital e principalmente você, serão responsabilizados. Você deveria ter nos informado sobre isso imediatamente.

Dr.: Eu não poderia deixar o meu paciente sozinho para vir falar com vocês, foi necessário fazer dessa forma.

Rick: Reze muito para que o meu filho acorde bem e saudável. — Ele me solta e vai até à maca.

O médico saiu da sala, estávamos todos apreensivos e com o coração muito apertado. Uma enfermeira entra no quarto trazendo o sangue e coloca na veia do Cauã. Doeu-me tanto ver aquilo que eu saí do quarto e sentei-me do lado de fora. Estava com os olhos ardendo e o coração apertado.

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Comments

Pedro Miguel

Pedro Miguel

Aí Autora Deixa ele siar dessa

2024-04-25

3

Valdijane Souza

Valdijane Souza

Cauã vai ficar bem sim

2024-04-23

5

Isabel Barbosa De Melo Batista

Isabel Barbosa De Melo Batista

meu Deus que agonia

2024-04-23

0

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