Capítulo 12

Cauã Narrando

Mais uma semana se passou e eu até hoje não vi mais a Carol. Meu pai sempre desconversa quando pergunto por ela, parece não querer vê-la ou falar dela, mas eu sempre dou um jeitinho de colocar o nome dela no assunto. Sei que ele não gosta, mas eu sempre faço isso.

Nos últimos dias, eu tenho sentido muitas dores na barriga e o meu pai me levou para o hospital para saber o que está acontecendo. Quando o médico me examinou, viu que uma coisa na minha barriga está inflamada e ele queria me dar injeção e rasgar a minha barriga para tirar essa coisa que inflamou, mas eu não deixei e falei que só faço se a Carol vier ficar comigo. O meu pai até tentou me enrolar, mas eu fui firme, não aceitei tomar o remédio enquanto ela não veio ficar comigo.

Sei que pode parecer rebeldia minha, mas preciso que ela fique com o meu pai, ela faz bem para ele e quem sabe um dia ela aceite se tornar como uma mãe para mim, já que eu nunca tive uma.

Eu sinto que ela tem bom coração e gosta do meu pai também, mas os dois são cabeças duras demais e eu e a minha avó daremos um jeito de dar um empurrãozinho neles. Fizemos ele ir atrás dela para eu aceitar tomar os remédios e fazer a cirurgia.

Ele foi até ela e a trouxe até mim. Como sempre, ela foi muito gentil comigo, conversou, me acalmou e então eu aceitei tomar os medicamentos que o médico mandou. Ela já é mãe e nem sabe, pois eu a adotei como a minha faz tempo.

Alguns podem olhar e dizer que sou carente e imaturo e eu aceito os adjetivos, não me importo com o que as pessoas pensam sobre mim, só quero que o meu pai volte a ter brilho nos olhos e seja feliz com alguém que realmente o ame.

Eu fingi dormir e fiquei prestando a atenção na conversa dos dois e ouvi quando eles falaram de ir ficando e tal. Por que já não se casam de uma vez? Que gente mais indecisa... Bom, eu vou é dormir, que assim eu ganho mais e depois, parece que eu vou ver a Carol sempre agora.

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Paulo Narrando

Eu quase caí de costas quando vi a minha bela fugitiva parada de pé ao lado da cama do Cauã. A vontade mesmo era de pegá-la e sair dali, mas sei que ela me mataria se fizesse isso e a deixaria assustada. Cumprimentei a todos, conversei com o Cauã e fui até ela. Ela sequer levantou a cabeça para me olhar e quando percebi que todos estavam nos observando, resolvi falar o que estava acontecendo.

Diálogo 💬

Paulo: Bom, como já devem ter percebido, nos conhecemos. É ela, Rick, essa é a fujona. — ela virou o rosto em direção à parede.

Rick: Não acredito que estava falando da Bianca esse tempo todo.

Paulo: Pois é, pode acreditar.

Carol: Gente, eu estou totalmente confusa agora. Quer dizer que o cara que anda esgotando os pensamentos e queimando os neurônios da minha amiga, é um amigo do Rick...

Bianca: Vocês estão falando como se eu não existisse, mas eu estou bem aqui.

Paulo: Você realmente vai fingir que nada aconteceu e vai continuar fugindo de mim?! — Me aproximo ainda mais dela e ela não tem para onde recuar.

Bianca: Eu... Eu não estou fugindo. — Finalmente, ela olha para mim

Carol: Por que não vão conversar na lanchonete?

Paulo: Vamos?! — Ela olha na direção da amiga que apenas balança a cabeça em sinal positivo.

Bianca: Ok. — Apressa-se em sair do quarto e todos damos risada.

Fui andando com ela até à lanchonete, até tentei pegar a sua mão, mas a mesma não deixou. Ela é muito arredia e sei bem que, provavelmente, aconteceu alguma coisa ao longo da sua jornada para ser assim e irei respeitar a decisão que ela tomar.

Nós nos sentamos numa das mesas da cantina e eu pedi dois cafés.

Paulo: Por que está fugindo de mim? Eu fiz alguma coisa de errado? — ela me olha imediatamente

Bianca: Não, claro que não. Eu só... Não sei... Ninguém nunca quis ficar comigo mais de uma vez. Ninguém nunca foi atrás de mim e essa atitude, assustou-me um pouco.

Paulo: Como assim?

Bianca: Eu sempre fui aquela que se apaixona já na primeira vez e se ferra depois. Os caras geralmente se assustam com o meu jeito chiclete e nunca querem mais do que eu encontro e eu fico lá, apaixonada e bloqueada nas redes sociais. — rimos juntos.

Paulo: Olha, eu não sei qual o tipo de homem, você ficou antes de mim, mas eu não sou assim. Eu fui atrás de você, porque realmente gostei do seu jeito e quis ficar de novo e quando você fugia de mim, pensei que pudesse ter cometido algum erro e só queria pedir-lhe desculpas.

Bianca: Claro que não! Você não fez nada de errado, a errada sou eu. Você é o primeiro homem que fez isso e eu não soube lidar, foi só insegurança mesmo. Já fui traída e isso não foi legal.

Paulo: Eu entendo tudo o que você passou e sei que por ser bem mais velho do que você, pode causar algum medo, pode parecer que só quero zoação e vou te chutar na primeira oportunidade. Mas é o contrário, é justamente por ser mais velho que não sou assim. Sou todo sério, mal abro um sorriso, mas o que eu quero é ter alguém do meu lado. Você conseguiu cativar-me com esse seu jeitinho.

Bianca: Eu tô muito confusa. Você está dizendo que está apaixonado por mim?

Paulo: Ainda não posso afirmar isso com toda a certeza, mas o que eu posso dizer, é que nunca me senti assim por ninguém. Eu nunca fui atrás de ninguém, eu nunca desejei fazer isso com ninguém.

Bianca: E o que vamos fazer com isso?

Paulo: Vamos tentar. Eu não estou pedindo você em namoro, mas vamos ficar juntos.

Bianca: Mas e se não der certo?

Paulo: Se não der certo, nós sentamos e conversamos. Mas o importante é tentar.

Bianca: Tudo bem. E como isso funcionaria? Você poderia ficar com outras pessoas e eu também?

Paulo: Isso não! Não aceito dividir o que é meu com outra pessoa.

Bianca: E eu sou sua, é?! — Fala fazendo gracinha.

Paulo: Se me aceitar, será minha sim. Ouça bem, Bianca! Ninguém toca no que é meu. Se me aceitar, eu serei seu e você será somente minha.

Bianca: Promete? Eu estou cansada de ser enganada.

Paulo: Eu não sou homem de duas palavras. E eu prometo. — estendo a minha mão na sua direção.

Bianca: Tudo bem, vamos tentar. Mas, se eu estiver grudenta demais, se eu passar dos limites com a minha falação, me fale. Não guarde para você e use isso como um motivo para humilhar-me depois, pois aí eu ficarei chateada e você será mais um que quebrará o meu coração.

Paulo: A base de tudo, é o diálogo e eu acho que será muito difícil que um dia eu ache ruim ficar grudado em você.

Bianca: Ok, vamos tentar.

Paulo: Venha cá, dê-me um beijo, está aí toda distante de mim. — Ela se levanta e se senta ao meu lado.

Eu a abraço com carinho e beijo os seus lábios com calma, enquanto acaricio o seu rosto cuidado. Ela é um diamante e vou cuidar muito bem dessa pedra preciosa que, agora, tenho nas mãos.

Terminamos o nosso café e voltamos ao quarto. Bianca estava toda feliz e dessa vez, aceitou que eu segurasse a sua mão para irmos de caminho ao quarto. No corredor, haviam duas enfermeiras que ficaram me olhando sem o menor pudor e pude perceber a Bianca ficar constrangida e de certa forma, com medo da minha reação, mas o que eu fiz foi segurá-la pela cintura e beijar os seus lábios num selinho demorado. Ela sorriu para mim e continuamos andando.

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