Capítulo 4

Ricardo Narrando

Hoje o Cauã está me perturbando para comprar outro vídeo game, desde a hora que ele acordou. Eu já não aguento mais ouvir isso sair da boca dele. Eu vou levá-lo ao shopping mais tarde hoje para comprarmos, pois ele merece. Sempre faço algumas trocas com ele em relação à escola. Se ele cumprir com as obrigações escolares direitinho e tirar boas notas, ele ganha algum presente de sua escolha.

Ontem teve reunião de pais para entrega do boletim de notas bimestrais e como sempre, eu saí orgulhoso, o meu filho foi o destaque da sala novamente. No boletim constava que a sua menor nota foi 88 pontos em matemática. Eu já sabia, pois ele cometeu um deslize numa das provas mensais e ele ficou muito chateado, chegou a ter febre por esse motivo e eu fiquei bastante preocupado e senti-me até um pouco culpado por cobrar dele. Mas a sua psicóloga dele, após conversar com o mesmo, tranquilizou-me que o motivo da febre foi ansiedade e não medo ou qualquer outra coisa.

Levei ele até a loja e fiquei bastante surpreso ao encontrar a Carol e a Bianca trabalhando lá. Ela estava linda como sempre e a Bianca sorria animada ao ver-me. Percebi que a Carol estava um pouco travada, mas imaginei logo o motivo. Ela até tentou disfarçar e tal, mas depois ela foi relaxando.

Percebi uma surpresa no seu rosto quando o Cauã me chamou de pai, ela com certeza não sabe quem sou eu. Ela deve pensar que sou apenas o dono da boate em que nos conhecemos e preciso falar que estou instigado com ela até hoje depois daquele dia. Pensei nela e não imaginava que a encontraria hoje, sei que talvez pudesse vê-la novamente na boate, mas não cogitei a hipótese de ficar com ela novamente, porém quando vi, já estava convidando para jantar comigo hoje.

Ela aceitou o meu convite e não sei se estou sendo presunçoso demais, mas notei que ela ficou bastante animada com o meu convite, pude notar um certo brilho nos seus olhos e acredito que os meus também brilhavam. Hoje eu pego essa mulher do jeito que eu quero, ela não vai se esquecer dessa noite.

Também preciso tratar de um assunto importante com ela e esse foi um dos motivos pelo qual a convidei para sair, não quero tratar desse assunto de qualquer maneira.

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Um tempo depois 🍃

Cheguei na porta da casa dela e buzinei e, passados alguns poucos minutos, ela saiu pelo portão sendo acompanhada por uma senhora que me parecia ser alguém próximo de ser sua avó, dada a idade que ela aparentava ter. A mulher fez questão de trazê-la até o carro e eu desci para abrir a porta para ela entrar e também aproveitei para cumprimentar a senhora que me abriu um enorme sorriso.

Diálogo 💬

Senhora: Boa noite, belo rapaz! - Eu abri um sorriso sincero ao ouvir as suas palavras.

Rick: Boa noite, linda senhora! - beijo a sua mão e viro-me para a Carol - Boa noite, senhorita. Está linda!

Carol: Boa noite! Obrigada. — Ela estava com vergonha. — Vó, pode entrar, vai ficar resfriada.

Senhora: Está me chamando de velha?! — Quase soltei uma gargalhada, mas contive-me. — A idade vai chegar para você também, sua mal criada. Deixe ela! Qual o seu nome, rapaz?

Rick: Me chamo Ricardo, mas pode me chamar de Rick e pode ficar tranquila, pois vou cuidar da sua neta da melhor maneira possível. Trarei ela sã e salva para casa. Ah, perdoe-me a falta de educação, mas não perguntei o seu nome.

Senhora: Me chamo Odete. Gostei de você, rapaz! Parece ser um bom partido. — Senti um frio na espinha, ela está criando expectativas, mas não posso corresponder.

Carol: Vó, não pense besteiras, por favor. Isso é só um jantar.

Odete: Tudo bem, se querem se enganar, eu quem não direi nada. Até mais, rapaz. Cuide bem da minha neta, ela é tudo o que eu tenho.

Rick: Não se preocupe, ela estará segura comigo. Trarei ela de volta e estará bem cuidada.

Odete: Boa noite para vocês e tenha juízo menina. — Ela entrou em casa e eu abri a porta para a Carol entrar.

Fomos direto para o restaurante e quando chegamos, notei que ela estava bastante surpresa e admirada com o local. Tenho certeza de que, provavelmente, ela nunca tenha entrado num lugar assim e fiquei um pouco arrependido de ter escolhido um restaurante tão chique, não quero que ela fique desconfortável, mas se ela quiser, iremos embora imediatamente.

Não sei o porquê de estar pensando tanto no conforto dela, nunca fui assim, mas ela está causando-me sensações estranhas.

Rick: Não gostou daqui? Se quiser, podemos ir embora.

Carol: Está tudo bem, estou encantada, como esse lugar é lindo!

Rick: Vamos pedir algo para beber, você gosta de vinho ou prefere outra bebida?

Carol: Pode ser um vinho.

Rick: Ok, vou escolher um que seja legal. — O garçom se aproximou e fiz o pedido da bebida.

Carol: Você tem costume de vir sempre aqui?

Rick: Venho quase toda semana. — Notei uma certa decepção no seu olhar. — Esse restaurante é meu e preciso vir sempre conferir se está tudo ok.

Carol: Ah! — ela demonstra alívio e também surpresa pela informação — Parabéns, o seu restaurante é lindo!

Rick: Obrigada! Preciso primeiramente conversar sobre uma coisa com você. Aquele dia na boate, aconteceu uma coisa séria com vocês e não quiseram contar-me, mas fui atrás e descobri o motivo do choro da sua amiga e do "medo" que estavam sentindo.

Carol: O que quer dizer? - Ela estava assustada.

Rick: Vi as filmagens do boate e sei que a sua amiga foi ameaçada por um homem, eu sei bem quem ele é e o que fez contra vocês.

Carol: Como sabe se não contamos a ninguém?

Rick: Como eu disse, olhei as filmagens das câmeras e procurei saber quem é o cara. Sei também que ele ameaçou expôr fotos íntimas da sua amiga, mas dei um jeito nisso e ela pode ficar tranquila, não existem mais fotos ou ameaças. O ex namorado dela também já tomou um rumo e ela não precisará mais ficar com medo.

Carol: Como assim?!

Rick: Ele está morto.

Carol: 😨 Meu Deus!

Rick: Eu sei que é muita informação, mas precisava contar isso para tranquilizar vocês. Não precisa ficar com medo de mim, eu só quis proteger vocês.

Carol: Eu não sei o que dizer.

Rick: Você está assustada e eu entendo, mas não poderia deixar vocês nas mãos desse bandido.

Carol: Eu não sei se fico com medo ou se lhe agradeço.

Rick: Não precisa ter medo de mim, eu não sou um homem comum, você entenderá. Mas não farei nada contra você.

Carol: Ok.

Rick: Vamos fazer os nossos pedidos?

Carol: Pode escolher para mim? Não conheço nada daqui.

Rick: Claro! Vou pedir o meu prato preferido para nós dois, tenho certeza que irá gostar. — Ela deu um sorriso para mim e pareceu estar mais animada.

Após esse momento, a conversa fluiu normalmente e ela parece ser uma pessoa muito bacana, apenas se fecha para as pessoas, sei que deve carregar alguma dor. Mas não vou aprofundar em conhecer sobre ela, pois isso não passará dessa noite.

Depois do nosso jantar, eu a convidei para ir a outro local e ela aceitou. Levei ela para a minha casa, não era essa a intenção, mas quando me dei conta, já estava entrando pelo portão de casa e pude mais uma vez, contemplar surpresa no seu rosto. Sim, minha casa é enorme, só que para mim, já é tão comum que não me espanta mais.

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