15. A Nova era

A tarde caía sobre a pequena casa que Cedric compartilhava com Lysander. Ao entrar, encontrou Evangeline. Lysander brincava alegremente com alguns brinquedos no chão, suas risadas preenchiam o ambiente.

— Cedric, você voltou. Como foi? — perguntou Evangeline com um sorriso, observando Cedric pegar Lysander nos braços.

Cedric se aproximou de Lysander e o ergueu no ar, provocando risadas jubilosas do pequeno. O sorriso de Lysander iluminou o ambiente, e Cedric sentiu um alívio caloroso ao ver que seu filho estava seguro e feliz.

— Obrigado por cuidar dele, Evangeline. Não sei o que faria sem sua ajuda. Tudo correu bem, não é o que eu esperava, mas pelo menos temos paz sem os bruxos negros — agradeceu Cedric, seus olhos refletindo a gratidão.

Evangeline notou a expressão diferente no rosto de Cedric, algo mais suave e caloroso do que costumava ser. A transformação em sua atitude não passou despercebida para ela.

— Você está bem, Cedric? Parece diferente, mais relaxado — comentou Evangeline com curiosidade.

Cedric olhou para Lysander, que sorria inocentemente, e então voltou o olhar para Evangeline.

— Acho que tudo está começando a se esclarecer. Os bruxos negros desapareceram, e estou determinado a cuidar de Lysander da melhor maneira possível — confessou Cedric, compartilhando uma parte da verdade.

Evangeline assentiu, reconhecendo a carga que Cedric carregara por tanto tempo e que agora parecia estar se aliviando.

— É bom saber. Se precisar de mais alguma coisa, estarei aqui. Além disso, desde que os bruxos negros desapareceram, fiquei sem emprego, mas acho que é uma boa notícia neste caso — acrescentou Evangeline com um leve riso.

Cedric sorriu diante da positividade de sua amiga, agradecido por ter alguém em quem confiar nestes tempos de incerteza.

Enquanto o crepúsculo envolvia a pequena casa de Cedric, ele se sentou com Evangeline. Lysander brincava alegremente ao lado, alheio à conversa dos adultos.

— Evangeline, eu sei que isso pode atrair muita atenção, mas faz parte do que eu tenho que fazer. Preciso assumir a responsabilidade de derrotar os bruxos negros, só assim haverá paz no reino — expressou Cedric com determinação, olhando para Lysander com amor.

Evangeline assentiu, compreendendo a gravidade da situação. Conhecia os olhares curiosos e os sussurros que seguiriam Cedric daqui para frente. Ele seria o mago que queimara tudo, o homem sobre o qual a atenção do reino se concentraria.

— Cedric, é um risco enorme. Você pode ser alvo de ataques, e o fato de ter derrotado os bruxos negros foi mais por pura sorte. Não consigo deixar de me preocupar com você e, especialmente, com Lysander — mencionou Evangeline sinceramente, seu olhar preocupado.

Cedric apertou a mandíbula, mas sua determinação não vacilou.

— Não tenho muitas opções, acho que desta vez terei que levar o treinamento a sério — assegurou Cedric, olhando seriamente para sua amiga.

Evangeline suspirou, reconhecendo a nobreza na decisão de Cedric.

— Entendo. Farei o possível para ajudar, Cedric. Mas você precisa saber que não poderei cuidar de Lysander para sempre. Eventualmente, precisarei encontrar outro emprego — advertiu Evangeline, preocupada com o futuro incerto que os aguardava.

Cedric assentiu, agradecido pela honestidade de Evangeline. Sabia que a situação seria complicada, mas sua determinação não vacilava. Levantou-se e acariciou a cabeça de Lysander, que o olhava com olhos curiosos.

— Obrigado, Evangeline — disse Cedric.

— Está bem, Cedric, nos vemos depois — disse Evangeline antes de colocar o capuz e caminhar em direção à escuridão.

A noite envolvia a casa de Cedric com seu manto escuro, enquanto Evangeline se despedia, deixando-os na intimidade de seu pequeno lar. Cedric observou Lysander, o pequeno ser que havia alterado sua vida de maneiras inimagináveis. A criança sorria plácidamente, alheia à tempestade que se aproximava.

Com passos silenciosos, Cedric se preparou para fazer o jantar para Lysander.

Depois do jantar, Cedric deitou Lysander ao seu lado, observando com ternura o rosto sereno da criança. Na penumbra do quarto, prometeu a si mesmo que faria tudo o que fosse necessário para manter Lysander seguro.

Cedric se deitou, mas seus pensamentos continuavam ativos. Observou Lysander com uma mistura de amor e preocupação. Como uma criatura tão pequena poderia abrigar um poder tão grande? Cedric sabia que precisava treinar e dominar esse poder, não apenas por seu bem, mas pelo bem de todos ao seu redor.

A noite avançou em silêncio, apenas interrompida pelo suave murmúrio de Lysander em seu sono. Cedric mergulhou em reflexões, comprometendo-se a treinar dia e noite, a enfrentar qualquer desafio com coragem.

Depois de garantir que Lysander estivesse confortável, Cedric fechou os olhos, pronto para mergulhar no reino dos sonhos.

A madrugada envolvia a academia de magos quando Cedric, com Lysander nos braços, chegou ao local de treinamento acordado com seu pai, Magnus. As luzes tenues iluminavam o caminho enquanto Cedric se dirigia à figura imponente de Magnus, que o esperava com um olhar severo.

Ao observar Lysander nos braços de Cedric, um lampejo de algo parecido com ternura cruzou os olhos de Magnus, mas foi rapidamente substit

uído por sua expressão habitual séria. Cedric sentiu a pressão das expectativas enquanto seu pai o repreendia por não ter deixado Lysander aos cuidados de outra pessoa.

— Cedric, não poderia tê-lo deixado com alguém de confiança enquanto treina? — repreendeu Magnus, com seu tom autoritário.

Cedric segurou Lysander com firmeza, defendendo sua escolha.

— Todos têm que trabalhar, pai. Não posso deixá-lo com qualquer um. E não permitirei que coloquem ele em perigo. Lysander merece mais que isso — respondeu Cedric, com determinação em sua voz.

Magnus franziu o cenho, mas depois pareceu considerar as palavras de seu filho. Após um breve momento de silêncio, falou com uma mistura de seriedade e pragmatismo.

— Desde o dia em que decidiu mentir, Cedric, você se tornou o herói deste país. Terá dinheiro de sobra para contratar alguém de confiança para cuidar de Lysander. Não precisa carregar tudo sozinho — aconselhou Magnus, reconhecendo a nova realidade.

Cedric apertou a mandíbula, compreendendo as implicações das palavras de seu pai.

— Não o deixarei com qualquer um, pai. Nem todos são de confiança — declarou Cedric, sua determinação inabalável.

— Deixe-me pegá-lo em meus braços — disse Magnus, mal ousando proferir tais palavras, como se mal se atrevesse a realizar tal façanha.

— Aqui está. Cuide bem dele — disse Cedric ao entregar Lysander a Magnus, sua voz continha um traço de desconfiança.

Magnus pegou o pequeno com certa desajeitada, não mostrando a destreza nem a ternura que Cedric teria desejado. Embora, ao se dirigir ao filho, suas palavras foram rigorosas.

— Deixe-o comigo. Você precisa se concentrar em seu treinamento se quiser controlar esse poder. Não permita que a distração o enfraqueça.

Cedric, relutantemente, se afastou de seu filho e começou a executar sua rotina de exercícios mágicos. No entanto, sua mente estava dividida, incapaz de se concentrar totalmente no treinamento. Cada lampejo de magia que liberava era seguido pela preocupação com o bem-estar de Lysander. Apenas observou enquanto Magnus desaparecia da sala.

As imagens do que Magnus poderia fazer com seu filho, do monstro que ele fora no passado, pairavam como sombras na mente de Cedric. O medo se misturava à determinação enquanto continuava sua prática, ciente de que a proteção de Lysander dependia de sua habilidade para controlar o poder que agora fingia possuir.

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Comments

Jossileide cardeal

Jossileide cardeal

será que o pai dele teria coragem pra sequestrar o próprio neto??

2024-05-17

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