10. Natalia Longfield 3

Cedric, sentindo a pressão da urgência, acelerou o passo pelos corredores intermináveis da dimensão encantada de Natalia. Cada espelho e quadro que encontrava parecia ser apenas uma ilusão, confundindo-o ainda mais enquanto a mansão se estendia como um labirinto sem fim.

Enquanto corria, os sussurros dos quadros se intensificavam, como vozes distantes tentando se comunicar com ele. Cedric, sem tempo para decifrar suas mensagens, buscava desesperadamente um lugar para se esconder.

Finalmente, avistou um armário em um canto. Com movimentos rápidos e silenciosos, abriu a porta e se escondeu em seu escuro interior. Cedric embalava Lysander em seus braços, tentando acalmar o bebê enquanto segurava a respiração.

— Tudo ficará bem — murmurou Cedric, sua voz mal audível na penumbra do armário.

Enquanto permanecia escondido, o mago observava pelas frestas da porta entreaberta, atento a qualquer sinal de Natalia. Os sussurros mágicos da dimensão envolviam o pequeno refúgio.

Na quietude do esconderijo, Cedric esperava, sabendo que a resolução desse mistério determinaria não apenas seu próprio destino, mas também o de seu filho. Cada sussurro dos quadros e cada reflexo nos espelhos alimentavam sua determinação de libertar-se dessa dimensão distorcida e proteger Lysander da obsessão desmedida que os cercava.

Cedric, dentro do obscuro resguardo do armário, sentia a pressão crescente da magia que emanava de Natalia. Cada passo que ela dava ressoava nos corredores.

Cedric, com Lysander nos braços, esforçava-se para ocultar sua mana, como se pudesse diluir-se na sombra do armário.

Cedric mantinha sua concentração enquanto embalava o bebê.

O som dos passos de Natalia se aproximava, e Cedric conteve a respiração, sentindo a energia mágica da elfa vibrar no ar. Quando pensou que ela havia passado, soltou um suspiro contido.

No entanto, antes que pudesse relaxar completamente, a porta do armário se abriu lentamente, revelando Natalia com seus olhos enlouquecidos fixos em Cedric e no pequeno Lysander.

— Achou que poderia se esconder de mim, Cedric? — disse Natalia com um sorriso distorcido, seu olhar penetrando na escuridão do armário.

Em resposta, Lysander, sentindo a tensão, começou a chorar nos braços de Cedric. A ansiedade de Cedric aumentou ao ver seu filho afetado pela situação.

— Você deve controlar seu filho, Cedric. Não tolerarei interrupções — disse Natalia, com uma voz fria que contrastava com a ternura que mostrara antes.

A indignação refletiu nos olhos de Cedric.

— Controlar meu filho? Ele é um bebê! Não pode esperar que fique calmo nesta situação — respondeu, sua voz tremendo com uma mistura de raiva e preocupação.

Natalia, no entanto, mostrou uma faceta inesperada. Sua expressão tornou-se infantil, e com lágrimas prestes a aparecer em seus olhos, disse com um tom frágil:

— Desculpe, Cedric.

Cedric, sentindo uma estranha mistura de empatia e desconfiança, manteve Lysander perto, tentando consolar o bebê enquanto observava Natalia com cautela. A situação era mais complicada do que imaginava, e as lágrimas nos olhos da elfa adicionavam um matiz inesperado.

...

Cedric, na cozinha com Lysander dormindo em seus braços, observou com precaução Natalia enquanto ela se aproximava com um sorriso que denotava seu desequilíbrio emocional.

— Cedric, agora que Lysander está dormindo, poderíamos continuar o que estávamos fazendo antes — sugeriu Natalia, seu tom carregado de uma mistura de desejo e obsessão.

Cedric, ciente da necessidade de ganhar tempo e encontrar uma solução para a situação, decidiu mentir.

— Claro, Natalia. Faremos o que quiser, mas primeiro preciso encontrar a mãe de Lysander. Ela deveria cuidar dele adequadamente, não acha?

Natalia, ao mencionar a mãe, pareceu hesitar por um momento. Seus olhos refletiram uma mistura de desconfiança e anseio.

— A mãe de Lysander? Eu poderia ser ela? — perguntou, com um rastro de insegurança em sua voz.

Cedric, mantendo seu ato, respondeu com seriedade:

— Você não pode ser, Natalia, não se quiser ficar comigo. Quero garantir que Lysander tenha tudo de que precisa. Se encontrarmos a mãe dele, eu poderei dar a você toda a atenção.

Natalia, embora relutante, finalmente assentiu. Cedric, escondendo seu verdadeiro propósito, propôs-se a usar essa oportunidade e manipular Natalia.

— Cedric, me dá tua palavra? — perguntou Natalia, seus olhos buscando sinceridade nos dele.

Cedric, sentindo a gravidade da situação, assentiu solenemente.

— Dou-te minha palavra, Natalia. Uma vez que eu encontrar a mãe de Lysander, voltarei para você, sem que ninguém atrapalhe nosso caminho.

Natalia pareceu concordar a contragosto, e nesse momento, a mansão começou a distorcer ao redor deles. Quadros e espelhos tremiam, como se a própria realidade se contorcesse sob o peso da magia.

— Está bem, Cedric. Estarei te esperando. Mas lembre-se, não demore demais — disse Natalia, com um olhar intenso que deixava entrever suas emoções tumultuadas.

Num piscar de olhos, a dimensão encantada começou a desaparecer, e Cedric sentiu a transição enquanto saía desse enigma mágico. Enquanto a realidade se recompondo, Lysander continuava dormindo em seus braços.

Com Lysander ainda nos braços, Cedric o envolveu com sua capa, garantindo proteger o bebê da instabilidade mágica deixada para trás. Cada passo que dava se afastando da mansão era um suspiro de alívio e, ao mesmo tempo, um peso em sua consciência pela mentira que havia tecido.

Enquanto se aventurava pela noite, Cedric segurava seu filho, sabendo que a promessa feita a Natalia poderia complicar seu caminho.

Uma voz conhecida quebrou o silêncio da noite. Freya, acompanhada por seu grupo de amigos e Sofia, apareceu entre as sombras, revelando preocupação e determinação em seus rostos.

— Cedric! — exclamou Freya, correndo em sua direção. — Estávamos decifrando a magia para te resgatar.

Cedric, ao ver seus amigos, sentiu uma mistura de gratidão e apreensão.

— Não há tempo para explicações. Natalia pode nos descobrir a qualquer momento. É hora de fugir!

Os amigos, compreendendo a urgência na voz de Cedric, não hesitaram e começaram a correr para um lugar seguro.

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