6. Sofía Harrington

Cedric, após dar um passeio pela rua com uma sensação de incerteza no estômago, chegou à antiga residência de Sofia. Ao tocar a campainha, passos foram ouvidos lá de dentro e, finalmente, a porta se abriu lentamente. Lá estava Sofia, uma mulher com cabelos loiros cortados até os ombros, olhando para ele com uma expressão tranquila e um pouco intrigada.

—Bom dia, Cedric—, disse Sofia com sua voz doce e calorosa. —Vejo que finalmente decidiu aparecer.—

Ela parecia ter se esforçado para manter a decoração o mais idílica possível, mas ao mesmo tempo, as paredes estavam cheias de aparelhos mágicos que emanavam uma espécie de poder vivo. Era como se a casa tivesse vida própria.

Enquanto Cedric não conseguia deixar de olhar emaranhado na magia que envolvia Sofia e sua casa, lembrando-se de tempos felizes passados juntos, esta visita tinha um propósito muito específico: descobrir mais sobre a origem de Lysander.

Enquanto Cedric continuava a observar os objetos mágicos dentro da casa desempenhando suas funções, Sofia dirigiu sua atenção para Lysander, o bebê que ele havia trazido consigo. Ao observar o pequeno, Sofia se aproximou e pediu permissão para segurá-lo.

—Posso pegá-lo por um momento—, disse Sofia com um sorriso terno. —Nunca estive tão encantada com um bebê antes.—

E assim, ela pegou Lysander e o acariciou, encorajando-o quando ele começou a chorar.

—Tudo bem, pequeno—, dizia Sofia enquanto tentava consolá-lo. —Você ainda está aprendendo a controlar suas emoções.—

Neste momento, Cedric pôde ver que Sofia possuía uma calorosa e inconfundível natureza maternal que lhe transmitia confiança.

—Espero que ele não saia como um mulherengo como você—, disse Sofia com um toque de sorriso em sua voz, sem esconder a ironia de seu comentário.

Sofia aproximou Lysander de uma estatueta de uma coruja feita inteiramente de bronze mágico, que emitia um brilho esverdeado e se movia como se estivesse viva, movendo sua maquinaria através da magia.

Lysander olhou curiosamente para o animal e logo começou a rir e brincar com as penas da coruja, deixando de chorar momentaneamente. Sofia observou o efeito positivo que a figura tinha no bebê e sorriu de regozijo.

Cedric começou a explicar sua razão para ter visitado Sofia. Ele contou como Adriana, , havia dito que ela poderia fornecer informações sobre a verdadeira mãe de Lysander e que, como era sabido, sua busca pela cidade tinha trazido consequências inesperadas.

—Vim aqui porque Adriana me disse que você poderia me ajudar com Lysander—, lembrou Cedric enquanto olhava para Sofia com um tom de esperança em sua voz. —Talvez sua magia possa me ajudar.—

Neste momento, Sofia interveio com uma surpresa evidente em sua expressão.

—Eu também sei por que você veio aqui—, disse com calma e sem revelar como obteve a informação. —Adriana me informou sobre sua visita, Cedric, e também soube de suas aventuras pela cidade em busca da mãe de Lysander.—

—Sabia que, enquanto procurava respostas por toda a cidade—, começou a relatar Sofia com um sorriso ironizado, —em um momento, você saiu seminu do bar da Camila, você é um desavergonhado e pouco homem.—

As portas se abriram e entrou Elena Kesington, outra antiga namorada de Cedric que parecia estar visitando aquela casa. Cedric imediatamente reconheceu a mulher com cabelos pretos e corpo pequeno, que tinha sido fácil de lidar em seu tempo.

—Elena—, cumprimentou Sofia ao vê-la. —Cedric acabou de chegar.— Neste momento, Cedric lembrou-se de que Elena era conhecida por ser uma mulher determinada e com uma voz forte, que às vezes fazia com que sua voz pudesse ser ouvida por toda a cidade, mesmo que suas aventuras fossem de caráter pessoal.

Elena mal olhou para o mago, disse a Cedric: —Não me surpreende que você venha aqui, você sempre foi um mulherengo.—

A voz de Elena soou com força. De alguma forma, os antigos pergaminhos mágicos de Sofia usados como proteção da casa desabaram sobre Elena, como centenas de pássaros voando com a intenção de silenciá-la ao mesmo tempo que ela tentava expressar sua opinião em voz alta e criticar Cedric.

Elena gritou e se agitou para tentar se livrar dos pergaminhos mágicos, mas estes pareciam ter uma vontade própria e agir contra ela. Sofia observou o que aconteceu com preocupação, enquanto Lysander continuava chorando nos braços de Cedric.

Num esforço para acalmar a situação, Sofia tentou cuidar de Lysander para afastá-lo do que parecia ser uma briga mágica inesperada.

—Tranquilo, Lysander—, disse com voz suave enquanto tentava controlar os pergaminhos em seu poder.

Mas Cedric não ficou impassível diante da situação e decidiu usar sua magia de fogo para tentar resolver o problema inesperado. Em um único segundo, ele concentrou toda sua energia mágica e reduziu a cinzas os pergaminhos que atormentavam Elena, restabelecendo o silêncio na sala.

Depois do incidente com os pergaminhos mágicos, Sofia decidiu focar no assunto principal que havia levado Cedric à sua casa: encontrar a verdadeira mãe de Lysander. Ela perguntou a Cedric para contar a Elena sobre suas ações recentes na cidade e o que ele sabia sobre a localização da mãe desconhecida.

Enquanto isso, Elena se aproximou lentamente dos outros dois com um olhar inclemente dirigido a Cedric. Seu rosto expressava indignação pelas ações de seu antigo amante e preocupação pela situação em que todos se encontravam.

Ao chegar perto de Cedric, sem mencionar palavras, Elena o golpeou com uma força surpreendente na bochecha direita. O mago se desconectou por um momento, sentindo a cabeça começar a girar pelo golpe recebido.

—Você é um homem irresponsável. Nem mesmo sabe quem é a mãe do seu bebê e, pior, andou seminu por toda a cidade.—

Atordoado pelo golpe de Elena e pelas revelações, Cedric dirigiu seu olhar fixo e irritado a ela enquanto se contorcia no chão.

—Quero saber quem é a mãe dele, mas não sei onde encontrá-la.—

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