— bem, acho que vamos ter um recorde de velocidade dessa vez, bem, vamos ser rápidos então, não esperava que fosse tão rápido assim. — Alfred vê que a ideia de dificuldade do jogo foi para o buraco com Evely sendo uma maníaca por livros.
— é vamos, vamos logo, toma Aquiles. — Evely joga a esfera para Aquiles, era óbvia a preferência de Evely.
— deixa eu ver aqui, "A verdade pode ser uma bebida amarga".
— põe mais difícil Alfred, "crônicas de gelo e fogo, livro 2 a fúria dos reis" de Georg R. R. Martin. — Evely vai buscar o livro quase sem muito alarde.
todos soltam risos, pois vêem que esse era o jogo perfeito para Evely, e que Alfred não tinha chances alguma.
— sinto vontade de não seguir o roteiro do último livro, são todos beast seller, quem fez essa lista tava duvidando da habilidade de vocês só pode. — Alfred perde a linha pela primeira vez.
ninguém antes tinha conseguido chegar no fim de um jogo em menos de uma hora, isso era bom para as apostas, mas feria o ego de Alfred.
— e então Alfred próximo? — diz Evely pegando a esfera e jogando para Ive.
— é né, fazer o quê, amanhã será um jogo quase impossível, só avisando para não ficarem tão alegres. — Alfred não queria ficar por baixo.
— ta, mas foco no agora, qual a próxima frase? — Evely pergunta.
ninguém se importava muito, estavam todos acostumados a perder jogos, afinal, eles perderam 3 jogos, óbvio que tinham medo de morrer, mas ver esse jogo irritando Alfred era bem mais contagiante.
— ok, ok, então a próxima frase é "eramos dois contrários, ela encobrindo com a palavra o que eu publicava pelo silêncio", dessa vez eu sai do papel e peguei um livro que eu mesmo estou a ler, e então senhorita sabe tudo de livros? — Alfred pergunta tentando dificultar para Evely, mas em vão, literatura era o que Evely mais gostava.
— fácil, "Dom Casmurro" de Machado de Assis. — diz Evely indo quase sapateando indo buscar o livro, só que dessa vez a esfera não saiu. — ue Alfred? — pergunta bastante confusa.
— um momento, vou mudar aqui, estava preparado outras opções, eu pensei que se saísse do papel você errava, mas, parece que a senhorita realmente é muito boa, admito a derrota, parabéns 47 minutos, record com folga dentre todos os jogos que já aconteceu aqui, pronto liberei a esfera.
— entendi obrigada. — Evely diz pegando a esfera e jogando para Beatriz.
— parabéns, vocês têm quase um dia de descanso, se preparem bem para o dia de amanhã, estarei aqui se precisarem, podem chamar. — Alfred desliga o interfone.
— é parece que ganhamos fácil por causa da Evely, muito obrigado Evely, eu vou aproveitar para dormir um pouco estou muito cansado. — diz Aquiles levantando-se e indo para o quarto.
— acho que também vou, tudo isso me deu canseira e quase não dormir. — Beatriz diz também indo.
e aos poucos todos vão, todos estão cansados, duas noites seguidas naquele microquarto os deixou cansados, fora que ainda estavam meio para baixo com mais uma morte.
A tarde chega, e todos levantan-se, parecem estar com bem mais energia, o cansaço junto da notícia ruim, foi atenuada pelo descanço, e todos se juntaram na praça de alimentação, e começaram a bolar um plano para se salvarem, caso o próximo jogo seja muito difícil.
— bem gente, alguém tem ideia sobre como salvar todos amanhã? Aparentemente não tem mais quartos, o esconderijo que eu sei só cabe um, precisamos achar outros esconderijos. — diz Aquiles enquanto come várias uvas.
— é difícil de saber, o Alfred disse que terá algo diferente na última noite se falharmos, vamos só esperar, já que ele não fala nada, mas acredito que tirando o seu esconderijo, eles já acharam os outros, por isso a Geni morreu, provavelmente o seu por ser peculiar de mais, deve ser o mais difícil de achar. — Ive tenta achar uma explicação lógica para Geni ter morrido facilmente e Aquiles não.
— faz sentido, então só podemos sentar e esperar por amanhã? — Beatriz pergunta.
— é oxigenada, infelizmente, se perdermos amanhã, e a coisa especial que o Alfred falou não for muito boa, ai estamos ferrados.— diz Ive um tanto quanto triste.
— a, mas não tem porquê ficar triste, vamos dar o nosso melhor, apesar de tudo, se eles querem nos matar, vamos combinar de sobreviver, pelo menos mais 2 noites. — Aquiles coloca a mão direita no meio.
todos colocam as mãos juntas e sobem, e dizem "isso", e depois fica um pequeno silêncio.
— mas então gente, agora que parei para pensar, nos nunca conversamos direito sobre o passado, só o que aconteceu que foi trágico no primeiro dia, mas vocês não gostam de nada? tipo além do que fazem? — Evely pergunta tentando aumentar a confiança em cada um.
— bem, sempre foi difícil, quando sai do orfanato, não fazia ideia do que fazer, ensino médio completo, nenhum dinheiro para faculdade, arrumei 2 trabalhos, depois juntei uma boa grana, comprei uma minicasa, e fui trabalhar no fastfood, não tenho muito do que falar, sempre fui bem solitário, nunca me senti pertencer a algum lugar, ai aconteceu tudo que já sabem, e pow, hoje estou aqui. — Levy conta basicamente sua vida.
— a minha foi quase igual, tirando que morava de alugel, e tinha muitos homens tentanto a minha beleza, e me querendo. — Beatriz brinca.
— a tá bom, super magrinha assim oxigenada? — Ive zoa, ambas realmente se tornaram amigas depois de passarem bastante tempo dentro do cubículo.
— a nem vêm, eu sou linda, nada do que diga vai me afetar, o que vem de baixo não me atinge. — Beatriz zoa Ive que se contenta.
— comigo a mesma coisa, só que eu achei um lugar na acadêmia, pena que foi tudo por água a baixo em pouco tempo. — Aquiles diz lembrando do que aconteceu.
— tenso, eu morava sozinha, em uma kitnet, sonhava em ser jogadora, no fundamental um monte de moleque me zoava por causa dos peitos grandes, eu batia em todos, mas infelizmente eu não consegui nenhum namorado.
— óbvio, a peituda é uma ogra. — Beatriz zomba.
— vai se ferrar, no fim, estamos aqui.
— é, estamos aqui. — Evely pensa no passado até agora. — antes eu ia para todas as festas que podia ir, dava em cima de quem dava bola, mas aos poucos fui percebendo que era uma grande furada, cada dia mais parecia pior, haha, as vezes sinto que seria melhor ter nascido mulher, a vida deve ser bem mais fácil, tirando obviamente menstruação e parto. — Evely diz lembrando da vida superdifícil só porque virou trans.
— fácil nada, é muito difícil, ninguém te leva a sério, só olham para o sei corpo, não temos força o suficiente que nem os homens, tipo músculo sabe, é difícil mover as coisas e tudo mais, ficar sozinha é perigoso. — Beatriz diz lembrando da vida difícil.
— é acho que a vida de ninguém foi fácil, aiai, mas quer saber, chega de melancolia, porque não fazemos algo legal em grupo de novo? — Evely pensa novamente em fazer aquilo.
— Evely só pensa nisso, deixa para de noite, todo mundo ta aqui cansado, vamos fazer de noite como se fosse nossa última noite, já que provavelmente amanhã, se falharmos, acredito que vai ser difícil estarmos juntos. — diz Aquiles sabendo que Evely é uma grande tarada por sexo.
— ave, ok então, ta marcado, de noite será nossa melhor noite, sem arrependimentos, só prazer, mas mesmo assim, vamos sobreviver, e festejar depois de tudo. — Evely levanta a pequena taça de suco.
— é vamos sobreviver. — diz Aquiles.
E todos repetem, e tentam aos poucos esquecer que podem morrer, e que já perderam 2 amigos.
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Atualizado até capítulo 20
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