O Homem Violento

...

Leyne: Eu não posso ir assim. Olha, você já parou para pensar que de repente, ele fez tudo isso para proteger você? Com tantos anos como um oficial, não é certo que ele saiba das coisas ruins melhor que nós dois?

Rodrigo: Sim, eu não estou aqui querendo difamar o meu tio. Eu devo muito a ele. Estou dizendo que ele não tem controle emocional. Se sentir que você é dele, que tem que ficar aqui com ele, acabou entende?

Leyne: {Mas agora estamos namorado, não me importaria de ser dele. Acho que isso é difícil de entender. Como eu vou ir embora assim? Se ele realmente fica descontrolado e violento...., eu nunca mais vou ver meu tio?}

Rodrigo: Leyne, não podemos perder tanto tempo assim ok. Está difícil não é? Quer uma prova? Consigo uma outra pessoa para te confirmar o que estou tentando dizer.

Tirando o celular do bolso, Rodrigo discou um número.

Rodrigo: Pode falar agora? Eu sei que o Senhor está com ele.

[Chan: Posso sim, ele está no outro carro. Estamos chegando no destino da operação. O que você quer agora?]

Rodrigo: Pode falar com o Leyne? Diga a ele a nossa preocupação em relação ao meu Tio.

[Chan: Garoto, eu estou super ocupado. E você acha mesmo que o Tez vai machucar ele?]

Rodrigo: Não sei. Mas se lembra que você prometeu me ajudar.

[Chan: Sim, mas o combinado era eu falar com o Sallene, e eu queria aproveitar o momento que temos aqui, depois da operação.]

Rodrigo: Vai ser mais útil e rápido falar com o Leyne, vou passar para ele.

Olhando seriamente para Rodrigo, Leyne pegou o celular que ele lhe ofereceu ao esticar a mão.

Leyne colocou o aparelho na orelha.

[Chan: Olá Rapaz eu sou o Chefe Chan...]

Leyne: Prazer, sou o Leyne.

[Chan: Preste atenção... O Tez não tem psicológico para entender a situação em que você se encontra. Ele descontrola-se fácil. E... Por isso pode ser bem perigoso. Se não quiser arriscar, Só vá embora logo!]

Leyne deixou a sua mão se abaixar ainda segurando o telefone. Rodrigo o pegou da mão dele.

Rodrigo: Obrigada Chan.

[Chan: Ok, por nada. Só não me chame para segurar a bronca depois hein!?]

Rodrigo: Entendo, eu me ocupo disso.

Leyne subiu as escadas correndo. Um nó se formou em sua garganta. Ele entrou no quarto e fechou a porta, em seguida se sentou no chão.

Leyne: O que eu faço agora? Eu me apaixonei por ele, eu gostaria de ver ele de novo. Mas... Será que eu não sou eu quem está ficando louco? Quem com uma mente saudável iria de apaixonar por um homem assim?

Rodrigo deixou Leyne pensamento por algum tempo, porém ficou impaciente, subiu escadas e bateu na porta.

Rodrigo: Escuta! Você tem que vir logo. Se eu conheço bem o Oficial Chan e a equipe dele... Essa operação não vai mudar... Então o meu tio voltará correndo para casa. Vamos!

Leyne secou as lágrimas e saiu

Rodrigo: Quer deixar um bilhete?

Leyne: Sim.

Leyne escreveu e colocou o papel na caixa de condimentos.

Rodrigo abriu a porta do carro para Leyne entrar e partiu em seguida.

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 Passado três quarteirões da casa, Rodrigo seguia dirigido quando um carro saiu da outra pista e se atravessou em frente, parando na direção horizontal. Rodrigo freou bruscamente, mas os carros se chocaram.

Rodrigo: Mas.. O quê? Leyne? Você está bem?

Leyne: Ai... Ai, Acho que estou sim...

Rodrigo: Fica no carro.

Leyne: O que aconteceu? Será que o motorista está bem.

Rodrigo: Não sai do carro!

Leyne viu Rodrigo sair do carro, e em seguida viu Tez lhe acertar um soco no rosto.

Leyne: Tez!!?

Tez dobrou o braço de Rodrigo para trás, e o bateu no capô do carro. Com força ele o pressionou contra o carro, e aproximou seu rosto do ouvido dele.

Tez: Quem disse que você poderia levar ele? Eu deveria te dar uma surra, mas não tenho tempo para isso. Você conseguiu o que eu te pedi?

Rodrigo: Tio...

Tez: O QUÊ DISSE?

Rodrigo: Chefe me deixa...

Tez o pressionou ainda mais contra o capô do carro.

Tez: NÃO FOI ISSO QUE PERGUNTEI! Conseguiu ou não?

Rodrigo: Não!

Tez: Vamos deixar essa tarefa para depois.

Tez falou mais baixo.

Tez:°Vá agora mesmo até a casa do Senhor Billy e o leve em segurança para o Chan. Ele vai ficar em uma casa de proteção.°

Rodrigo: Mas chefe...

Tez: VOCÊ NÃO OUVIU?

Rodrigo: Sim. Vou agora mesmo.

Tez: Não exite garoto, se não o que acontecer vai ser sua responsabilidade.

Rodrigo se levantou, olhou para Leyne com uma expressão angustiada e entrou no carro de Tez.

Leyne observou tudo ainda sentado no carro. Ele estava apavorado. Quando Rodrigo partiu dirigindo o carro que se chocou ao deles, só Tez pode ser visto. Ele se direcionou até o carro, e Leyne se desesperou. Abriu a porta e saiu correndo.

Tez: LEYNE!

Com sequelas do ferimento que teve em sua perna, Leyne sentiu que sua velocidade havia acabado, e logo sentiu as mão de Tez o segurar.

Tez: Onde você está indo?

Leyne: Ah.. Tez! Por favor... Eu só quero ir para casa ficar com o meu tio...

Tez: Não pode ir.

Leyne: Mas eu vou! Me solta!

Na tentativa de se soltar, os cabelos de Leyne balançaram, e Tez viu um corte na cabeça dele.

Tez: Você se machucou. Temos que cuidar disso.

Leyne: Não... Por favor me deixa ir embora.

Tez: Chega disso! Não temos tempo.

Tez pegou Leyne pela cintura, e o deitando nos seus ombros. Colocou ele dentro do carro, mas o carro não funcionou.

Tez: Vem, vamos ter que ir andando.

Leyne: Porque você agrediu o seu sobrinho daquele jeito?

Tez: Ele não cumpriu as minhas ordens. Você não vai conseguir caminhar mais rápido, vem aqui.

Leyne: Não! Eu posso caminhar sozinho! E... Para onde você vai me levar?

Tez: Como assim para onde? Vamos para nossa casa.

Leyne: {Ele falou "nossa casa!?" Ele ainda parece estar cuidando de mim. Mas aquele comportamento provou que ele é mesmo violento. Melhor eu não irritar ele.}

Tez se mantinha sério, e caminhava rápido, Leyne se esforçava para o acompanhar.

Leyne: Tez... A Gente vai para casa né, então quando... Quando a gente chegar você... Ai!

Parando de repente, Leyne coloca a mão na ferida de sua cabeça.

Tez: Está doendo não é? Aguente um pouquinho, já vamos chegar.

Tez beijou a testa de Leyne e o segurou nos braços mais uma vez.

Tez: É melhor você não se esforçar.

Um sorriso amável, foi o suficiente para Leyne se sentir novamente seguro.

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