Entendendo

Em frente ao olhar ansioso de Leyne, Tez ficou em silêncio por alguns minutos, até que se afastou, caminhando até a porta do quarto.

Tez: Eu não sei.

Leyne: Como assim não sabe? É só me deixar ir embora não é? Não existe mais um perigo lá fora, pelo que entendi... Eu entendi errado?

Tez: Sim. Você entendeu errado. Na verdade, desde o princípio você acreditou no que eles queriam que acreditasse. As pessoas que queriam se livrar de você não eram irmãos daquela mulher, Jiulane... Eles fazem parte da empresa. Provavelmente essa mulher descobriu algo sobre eles, por isso eles tiveram que eliminar ela.

Leyne: Bem... Apesar de tudo, ela era mesmo inteligente. Ela descobriu logo de início o desvio de dinheiro. Mas mesmo assim Tez, o problema não foi solucionado?

Tez: Ainda não. Tem mais um deles, e esse era quem mais queria ver você. O Richard iria te levar até esse outro irmão dele.

Leyne: Mas, porque? Se eu não sei quem eles são, e fui escolhido apenas para ser descartado.

Tez: Queria ter todas as respostas que você precisa... Mas eu não tenho.

Voltando a se aproximar de Leyne, Tez tocou em seu rosto gentilmente.

Tez: Fica aqui comigo... Até esse outro irmão sair de cena. Tem uma amigo meu rastreando ele, assim que o encontrar, você pode ir.

Leyne: {De alguma maneira, sinto que não me importaria de ficar mais, mas não como um prisioneiro.}

E quanto tempo vai demorar?

Tez: Eu não sei, mas creio que não será muito.

Um sorriso aliviado se fez no rosto de Leyne. E deixou Tez, constrangido ao ver.

Tez: O que foi esse sorriso? Não entendo a sua expressão.

Leyne: Será que você pode ser assim sempre?

Tez: Assim como?

Leyne: Percebeu o que fez agora? Você me explicou tudo. Não me deixou atormentado com isso. Se quer saber, mesmo que eu tivesse outra alternativa, eu tenho que confiar em você, tenho que acreditar na sua palavra... E quando você faz isso... Sinto que estamos nos entendendo bem melhor. Obrigada.

Tez não se segurou, e beijou Leyne novamente. Por alguns segundos, Leyne correspondeu aquele beijo até sentir que lhe faltava força nas pernas. Quando sentiu a mão de Tez apoiando a sua cintura ele se afastou.

Tez: O que foi?

Leyne: O que foi digo eu. Porque me beijou de novo?

Tez: Porque eu tenho que responder isso?

Leyne: Céus, acabei de falar para você, que quando explica a situação toda eu fico bem, porque eu sei o que está acontecendo... E Depois.. Você nem avisa que vai me beijar.

Tez: Eu não sabia que essas coisas tinham que ser comunicadas.

Leyne: Para mim sim... E quer saber? Nada de dormimos no mesmo quarto. Fique no seu, e eu no meu. E não faça mais isso!

Tez desviou o olhar de Leyne

Leyne: Ei! Tez! Você vai ter que me dar sua palavra, vamos! Nada de beijos ok? Fala!

Tez: Se é o que quer... Pode ser.

Leyne: Pode ser não! Me dê sua palavra!

Tez foi saindo do quarto.

Leyne: {Esse maluco! O que ele está pensando que eu sou? Mas... Ainda bem que conversamos melhor hoje.

III

Nos três dias que se passaram, Tez recebeu os cuidados de Leyne. Assim que a sua ferida era tratada, ele ia para cozinha preparar as refeições, enquanto Leyne cuidava de outros assuntos, especialmente o jardim. Durante a parte da tarde, Tez entrava em sua sala de coleções para limpar e organizar, e com uma xícara de café preto amargo na mão, ele observava o lado de fora, pela porta de vidro. Tudo era bem parecido com a sua rotina anterior, mas agora, alguma coisa o fazia sorrir mais, todas as vezes que ele via Leyne no jardim.

...

Na manhã do quarto dia, Leyne não encontrou Tez no quarto para poverificar a sua sua ferida. Ele então desceu as escadas, e foi olhar em outros cômodos. O barulho de água vindo do lado de fora, chamou a sua atenção, e o fez se dirigir até lá. Assim que se aproximou, ele viu Tez nadando na piscina.

Leyne: {Nossa ele parece ótimo. Realmente a recuperação dele é incrivelmente rápida.}

As costas largas de Tez eram bem definidas, embora a sua pele fosse bem bonita, algumas cicatrizes se destacavam.

Leyne: {Esse homem só deve ter brigado na vida. Uma rotina assim deve ser bem exaustiva, e triste também}

Tez se apoiou na beirada da piscina e subiu. A água descia pelo seu corpo, enquanto ele jogava os cabelos para trás. Ele olhou para Leyne e sorriu maliciosamente.

Leyne: {Céus... Igualzinho ao meu sonho... Agora eu até que beijaria ele.}

Passo a Passo Tez veio caminhando na direção de Leyne.

Leyne: {O que ele pretende? Será que vai me beijar? Porque ele olha daquela forma e não fala nada?}

Tez: Entra comigo!

Leyne: Oi?

Tez: Vem comigo!

Leyne: Não, eu... Não sei nadar muito bem, vou passar vergonha...

Tez: Quer que eu te leve a força?

Leyne: Não.

Tez: Então entre!

Tez parou na mesinha ao lado de Leyne, pegou uma garrafa de água que estava ali e bebeu. Em seguida estendeu as suas mãos na direção de Leyne.

Leyne: Não! Não precisa, já estou indo.