A Troca

Eram onze horas e dez minutos quando Tez chegou barco Tenência. Ele não se surpreendeu com o aumento de homens ao lado de do Homem chamado Guaco. Porém não esperava ficar tão cedo, frente a frente à Richard Maldonado.

O homem loiro, possuía a mesma altura de Tez, porem seu porte físico era menor. Ele usava um terno cinza claro sem gravata, um sapato prateado e estava com um cigarro na mão.

Richard: Como vai senhor Sallene, soube que a aposentadoria lhe fez bem, mas está tão vivido que nem parece um velho fracassado. Vejo que trouxe nosso pacote. Que inteligente.

Leyne estava parado atrás das costas de Tez, e ao ouvir seu nome deu um passo a frente, encarando o inimigo.

Richard: Céus, você é de uma petulância encantadora moleque. Por muito menos que um olhar desses, e eu já acabei por eliminar vários funcionários meus.

Tez: Onde está o Rodrigo?

Richard: Tragam Ele aqui!

Guaco e seus homens, trouxeram Rodrigo e colocaram perto de Tez.

Rodrigo: Chefe, não precisa se preocupar comigo. Está tudo sobre controle.

Richard gargalhou

Richard: Tudo sobre controle?? É muito otimista. Esses jovens, o que fazemos com eles não é Sallene?

Richard pegou o braço de Leyne e o trouxe para si. Enquanto se distanciava de Tez, Leyne sorriu.

Tez: {Esse sorriso... É igual aquele sorriso que ele me deu no jardim. Não posso deixar que me levem ele}

Guaco: Senhor Richard! Podemos soltar o outro?

Richard: Pode entregar ele, mas não precisa desamarrar as mãos. E quanto a você Senhor Sallene, eu lamento não poder te dar mais atenção, mas o meu irmão insistiu que ele mesmo, quer colocar as mãos no nosso amiguinho fugitivo aqui, então sabe como é, essas coisas de irmãos... Ah, esqueci, você não sabe.

Com a voz pacifica, Tez falou começou a dar instruções com seu olhar para Rodrigo, enquanto seu semblante queimava de raiva, ele não se desviava de Richard.

Tez: Rodrigo, você vai ligar para o Chan, e contar sobre isso. Leve o Leyne para casa e não saiam de lá até eu voltar para cuidar dos dois, entendeu?

Rodrigo: Sim senhor!

Guaco: Que engraçado, isso é...

O grito de Guaco ecoou pelo barco. Tez arremessou uma adaga em sua mão, e em seguida outra em seu pescoço. De forma muito ágil, ele lutou com os homens que estavam ao redor, deixando apenas um aos cuidados de Rodrigo.

Rodrigo: Tez! O Richard!

Tez olhou na direção apontada por Rodrigo, e viu que o homem, colocará Leyne a sua frente, segurando uma arma na altura de sua cabeça.

Richard: Se você não tivesse dado um jeito nos meus homens, eu mesmo faria isso. Estou cansado de dizer que devem revistar bem os visitantes.

Diferente do que Richard esperava, Tez já veio ao seu encontro, atirando com uma arma que acabara de tirar da cinta embaixo do seu braço. O impacto do ombro do homem indo para trás, soltou Leyne, que correu rapidamente para os braços de Tez.

Tez: Ei.. Me escuta!

Tez segurou o rosto de Leyne o fazendo olhar para si

Tez: Você corre para o Rodrigo, e ajuda ele para irem embora para casa e aguardem eu chegar. Vai rápido!

Leyne: Sim.

Leyne obedeceu imediatamente às ordens de Tez.

...

Leyne: Rodrigo! Você está ferido não é?

Rodrigo: Não é nada demais.

Leyne: Vem, vamos sair daqui.

Leyne apoiou Rodrigo, e mesmo mancando deu apoio a ele até chegarem ao lado de fora, onde entraram no carro de Rodrigo.

Rodrigo: Você sabe dirigir?

Leyne: Bem mal. E com o meu pé machucado, acho que não consigo ir muito longe.

Rodrigo: Então deixa que eu faço isso. Os dois trocaram de lugar, ligaram o carro e deixaram o porto oeste.

III

Na casa de Tez, Leyne cuidava dos ferimentos de Rodrigo. Ele colocou um curativo na cabeça, bem acima da sobrancelha direita.

Leyne: Espero que você não tenha quebrado nenhum osso, Isso eu não sei ver. Você não pode chamar aquele médico velhinho do outro dia?

Rodrigo: Posso sim, mas agora de madrugada? Acho melhor deixar para amanhã cedo. Eu fui descuidado. Quando percebi os dois carros tinham cercado o meu. E eu acabei sendo levado. Acabei mudando os planos do meu tio, e o deixei preocupado.

Leyne: Não fala isso. Como poderia imaginar a intenção daqueles homens. Me surpreende eles terem palavra, pois devolveram mesmo você.

Rodrigo: Isso não é bem verdade. Acredito que ele ia mandar aquele tal de Guaco e seus homens derrubarem a gente.

Leyne caminhou até a porta de vidro. Ele olhou para fora e ficou assim por alguns minutos.

Rodrigo: Não se preocupe com ele. Até o raiar do sol ele já estará aqui com a gente.

Leyne: Não deveria... Mas estou sim, muito preocupado com ele. Aqueles homens, são terríveis, podem jogar sujo.

Rodrigo: Você gosta muito dele não é?

Leyne: Ah!? Não. É que... Ele me salvou varias vezes. Eu só... Sou grato.

Rodrigo: Ele também gosta de você.

Leyne: Não gosta. Ele não gosta de mim, ele só não quer que eu morra de fome... Ele faria isso com qualquer outra pessoa por aí. E isso tudo só se estendeu porque... Porque ele estava me enganando para me levar para os inimigos.

Rodrigo: É serio! Eu nunca vi ele desse jeito. Você fez ele rir, fez ele se preocupar, e mesmo que em circunstâncias precisas, fez ele sair de casa. O meu tio ficou muito triste quando a minha mãe foi morta. Ele era o oficial chefe, e não pode fazer nada.

Leyne: Ela também foi injustiçada não é? Eu lamento. Então o Tez trabalhava na delegacia? Ele era um oficial.

Rodrigo: Sim, ele era. Quando não conseguiu justiça pela partida da minha mãe, ele começou a caçar sozinho. Ele se vingou do primeiro filho dos Maldonados, mas por sua conduta errada, o aposentaram mais cedo, alegando problemas traumáticos.

Rodrigo: Não fique chateado com o meu Tio, ele é difícil as vezes, mas é uma excelente pessoa.

Leyne: Eu, não estou chateado.

Leyne se sentou no sofá e colocou a mão sobre os lábios

Leyne: {Então por isso ele precisava de mim, porque eu virei a ponte para que ele chegasse até os outros culpados. Céus Tez, você não podia ter me falado? Eu gostaria de ter entendido os seus motivos. Acho que saber tudo isso... Só aumenta o que sinto por você. Volte inteiro por favor!}

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