Capítulo 20 Você me deixa louco(a)

A entrevista tinha sido um sucesso. Alice respondeu com firmeza tudo, como seu pai ficou rico, como era a vida dela antes da riqueza, ela sempre se mostrou humilde, e não renegando suas raízes. Ela também explicou que seu pai estava arrependido de falar que depressão era frescura, era coisa de gente preguiçosa, que não quer nada da vida, que quer ganhar dinheiro sem trabalhar. Ela disse que seu pai havia sido ignorante a respeito de depressão, e estava disposto a estudar mais, e conversar com uns psicólogos e especialistas para entender melhor a respeito. Ela pediu desculpas em nome de seu pai, e logo veio a pergunta que ela não queria: se era verdade que ela e Saul estavam namorando. Ela disse que sobre isso, não queria falar no momento. Saul, que a orientou a não falar nada, estava ao lado dela, segurando sua mão, e lhe dando apoio. Ele estava orgulhoso dela, e admirado por sua coragem e sinceridade. Ele também estava encantado por sua beleza e simpatia. Ele não conseguia tirar os olhos dela, e sentia uma vontade louca de beijá-la. Mas ele se conteve, e agiu profissionalmente. Logo, a entrevista terminou, e eles foram para o escritório de Saul Maximiliano.

O escritório de Saul era um ambiente amplo e moderno. Ele tinha um ar condicionado, que mantinha o ambiente fresco. Ele tinha uma porta, que dava para a sala de reunião, onde estavam Amanda, Oliver e Alda. Amanda era uma cantora de banda, de músicas do Pará, que também era sócia de Saul. Ela era uma mulher bonita, de cabelos cacheados, e olhos castanhos. Ela tinha um estilo despojado, e usava roupas coloridas. Ela tinha uma voz potente, e um carisma contagiante. Ela era uma das clientes mais antigas de Saul, e tinha uma amizade com ele. Oliver era um ex-modelo, íntegro, mas vivido para saber como era a vida de famoso. Ele sabia lidar com fofocas, e ele era muito novo, mas muito experiente. Ele tinha feito faculdade a distância, enquanto trabalhava de modelo. Saul não ligava se era a distância, mas sim a capacidade que Oliver tinha. Ele era o vice-presidente da agência, e tinha uma ótima relação com Saul. Ele era um rapaz alto e magro, de cabelos lisos jogados de lado. Ele tinha um brinco em uma das orelhas, e olhos castanhos escuros, porém vibrantes. Ele tinha um estilo elegante, e usava ternos diferentes, mas bem cortados. Ele tinha um sorriso lindo, e uma simpatia natural. Ele era um homem bondoso e verdadeiro. Alda era a secretária de Saul, e trabalhava com ele há anos. Ela era uma mulher madura, de cabelos grisalhos, e óculos de grau. Ela tinha um estilo discreto, e usava roupas sóbrias. Ela tinha uma voz calma, e uma postura séria. Ela era uma mulher competente e leal. Ela cuidava da agenda de Saul, e dos assuntos burocráticos da agência. Ela tinha uma admiração por Saul, e o tratava com respeito e carinho.

Quando Saul e Alice chegaram ao escritório, eles foram recebidos com uma salva de palmas, e um brinde de champanhe. Todos estavam felizes, e elogiaram a entrevista de Alice. Eles disseram que ela tinha sido ótima, e que tinha melhorado a imagem do pai dela. Eles também disseram que ela e Saul formavam um belo casal, e que torciam por eles. Alice ficou sem graça, e agradeceu os elogios. Ela olhou para Saul, e viu que ele também estava sem graça. Ela sentiu uma esperança, de que ele também sentisse algo por ela. Ela queria que ele a abraçasse, e a beijasse. Ela queria que ele dissesse que a amava, e que queria ficar com ela. Mas ele não fez nada disso. Ele apenas sorriu, e agradeceu os elogios. E disse: Nós não temos nada, isso foi matéria armada pela louca da Sarah e Ari. Ele disse que Alice era sua cliente, e que estava fazendo seu trabalho. Ele disse que eles não estavam namorando. Ele disse que eles tinham um acordo, que era apenas profissional, e nunca inventaria que estavam namorando, isso foi coisa do Ari. Ele disse que eles não tinham nada, e que não queriam nada. Ele disse tudo isso, todos já imaginam, porque Saul não amava ninguém, era impossível, mas não convenceu a si mesmo.

Alice ficou triste, e confusa. Ela achou que tinha feito uma fanfic em sua cabeça. Ela achou que tinha imaginado tudo. Ele não gostava dela, e que nunca ia gostar. Ela se sentiu uma idiota, e quis ir embora. Saul: Vou pedir um uber para você. Até mais, senhora Alice. Ele disse isso, e pegou o telefone. Ele ligou para Sarah, a ex-namorada dele, que era cantora. Ele disse que tinha uma notícia para ela, e que ia mandar a passagem dela para a Argentina. Ele disse que ia deixar com o porteiro da agência, e que ela podia pegar quando quisesse.

Alice ouviu tudo, e ficou com raiva. Ela se sentiu uma burra. Ela se levantou, e andou pelo prédio de Saul, como se fosse a pessoa mais patética do mundo.

Saul, quando viu que Alice já não estava mais lá, se arrependeu. Ele não ligou para Sarah por amor, mas porque precisava, afastar ela de sua vida .

Ele correu atrás de Alice e a alcançou. "Você gosta de me ver correndo, né?", ele disse, e ela atrapalhada, bateu a cabeça na porta de vidro. Saul, todo meigo e preocupado, foi ajudá-la. E novamente ele colocou os cabelos dela para trás e desta vez a beijou. Sim, ele não resistiu. A beijou com ternura e urgência. Alice colocou as mãos ao redor do pescoço de Saul, que segurava sua cintura e a trazia mais perto dele. Ele a beijava com desejo e paixão, e ela se entregava a esse amor. Eles se separaram para respirar, porém ainda abraçados, rostos próximos um do outro. Saul sabia que havia perdido o controle. Ela era cliente, e ele não devia se envolver com ela. Logo seu olhar se tornou frio de novo. Ele se afastou, e Alice ficou com ódio. Ele brincava de morde e assopra com ela, e isso estava deixando-a louca. Ela empurrou e disse que ele era um maluco. Ela foi embora atordoada com o que ele fez. Saul soube naquele beijo que Alice era a única que mexia com o coração de gelo dele. Agora ele não tinha medo de se machucar, mas sim de machucá-la. Ele era um homem mau, que não tinha coração, pelo menos era o que ele achava. Ele não podia feri-la, porque machucar ela seria pior que todas as surras que ele levou de seu pai.