capítulo 15

      — Não vou deixar-la voltar a pé sozinha nesse sol de novo, Jared, leve Kate ao supermercado e depois pode levá-la para casa - ao dizer isso pude ver os olhos do alfa, que acabo de descobrir se chamar Jared, se esbugalharem .

       — Não é necessário!— digo tentando fugir de passar mais tempo com aquele ser.Eu sabia que deveria ter pedido como favor o afastamento de Jared, mas eu quis ser educado e espero que você esteja longe!

       — Também acho nonna, aliás o Niall está aí — Rita dá um tapa em sua orelha e eu o ouço ganir como cão que é.Ah, que vontade de rir do seu rosto contorcido em dor!Eu parecia uma criança quando vê o irmão ser repreendida pelos pais.

        — Você que deveria se oferecer para dar carona a garota que ajudou a sua nonna e o Niall está muito ocupado!— ela ralhou com ele e isso era com certamente hilário.O alfa, o "dono de tudo", sendo aterrorizado por uma senhora de meia-idade, quem visse, estaria - assim como eu - se segurava para não rir. 

       — Esta bem nonna.Vamos!— ele falou para mim se encaminhando em direção à porta, tive de apressar o passo, pois pelo jeito ele não iria me esperar.Eu poderia discutir e insistir para não ir, mas visto o seu tom de voz, não estava aberto para discussão.O acompanhei até seu carro e Rita estava do meu lado. 

       — Tchau querida, até logo — diz docemente para mim com um grande sorriso.Quando ela se vira para Jared, seu sorriso desaparece e sua expressão se torna ameaçadora — e você Jared se comporta!Não faça a moça achar que você é bruto e sem educação - tarde demais penso — afinal eu te dei boa educação e espero que mostre a ela!

        — Esta bem nonna — ele fala em um suspiro.Rita abre a porta do passageiro da frente para mim, eu preferia sentar atrás, não queria sentar tão perto do alfa, ele parecia estar prestes a sofrer um ataque de raiva.

       — Até logo!— ela se despede sorridente e eu aceno de volta.Após nos salvarmos, tomo coragem para falar:

        — Se você quiser deixar aqui, já está ótimo!— comentário na esperança dele concordar, mas parece em vão.

       — Minha avó me pediu para te levar ao supermercado e depois à sua casa e isso é o que vou fazer — diz determinado.Será que ele tinha tanto medo da avó a ponto de não descumprir nenhuma ordem escondida?

       — Não quero incomodar...

      — Tarde de mais não acha?A resposta continua sendo não!— a resposta pelo visto era sim.Alfa bunda mole — aliás, pelo visto é você não quer se sentir incomodado.Eu sinto o quanto você está inquieta.Tem medo de mim, mas vejamos, naquele dia que você me encarou nos olhos não estava assim — me contive para não rir de sua declaração.Ele realmente acreditava nisso?Pobre coitado!

       — Eu não tenho medo de você.Só estou me sentindo desconfortável em pegar carona — respondi, dando de ombros.

      — Apenas uma desculpa — retrucou.Isso me deu nos nervos.Era irritante como ele se perdeu.Grande e poderoso alfa… Quem visse receber tapas da avó pensaria certamente o contrário.Alfa mixuruca.Olhar nos olhos de outra pessoa é crime agora?Mas que cara chato!

       — Você que quer pensar assim, afinal isso alimenta o seu ego, não é mesmo!?O que é um alfa se não consegue intimidar alguém?Você apenas quer dizer que me consegue intimidar porque não aceitaria a verdade de não ter sido o suficiente intimidador, porque no fim das contas você seria apenas um cachorrinho mimado tentando fazer trabalho de um lobo de verdade!— falo e me dou conta do que disse.Chamar o alfa de cachorrinho mimado, onde eu estava com a cabeça?Se eu não me controlasse melhor, ela estaria em breve no chão de uma rua qualquer.As mãos dele apertavam com força o volante, seu maxilar estava trincado e seu rosto vermelho de raiva, talvez eu deva ter pegado pesado demais.

        A viagem de ida ao mercado foi silenciosa, mas não aquele silêncio de constrangimento e sim aquela de tensão em que tudo pode acontecer, como eu ser jogado pela janela.

     — Chegamos, eu te espero aqui — ele para o carro em frente ao mercado e saio grata por chegar viva até ali.Era como minha mãe dizia, eu tinha medo, mas não tinha vergonha...

        O mercado não estava tão lotado como antes, então eu não preciso me preocupar como os corredores lotados de carrinhos e nem tenho a preocupação de pegar os produtos mais em conta.Eu devo ter demorado quase uma hora procurando os produtos e analisando o preço, pois cheguei quando no carro, Jared reclama:

       — Demorou muito, por acaso foi fabricar os produtos?— eu o ignoro, não me dando o trabalho de respondê-lo.Abro a porta de trás acomodando as sacolas no banco.Jared sai do carro e me ajuda vendo que eu demoraria mais ficar sozinho.

      O resto da viagem foi silencioso, nenhum de nós dois estava a fim de conversar, a qualquer momento eu senti que ele estava prestes a causar um acidente, e se eu abrisse a boca séria para provocá-lo, ou seja, eu não queria colocar mais lenha na fogueira.Mas eu não me seguro e tenho de perguntar:

        — Você sabe o caminho?— ele olha para mim, entediado.Talvez eu deva ter fechado a minha boca mesmo. 

       — Se eu não te perguntei, o que você acha?— ele retruca de volta e dessa vez permanece calada — um grande alfa sabe tudo sobre a sua alcateia.

         — Então por que você sabe?— perguntas abruptamente, ele me olha sem sentido.Solto um suspiro de rompimento, agradecendo por lerdeza dele.O resto da viagem foi mantido no silêncio mais profundo, onde a única coisa que podíamos ouvir era o barulho dos pneus cantando na estrada.

        Após uns 20 minutos, ele parou em frente à minha casa.Agradeci pela carona e então peguei as minhas coisas, ele mal esperou para que eu feche a porta do passageiro de trás e foi embora sem ao menos se despedir.Ignorei a indelicadeza e entrei na casa.Deixei as compras em cima da mesa e comecei a procurar pela vassoura, o pano e os produtos de limpeza que havia comprado.Olhei para o relógio e ainda faltavam duas horas para que os móveis chegassem.Tempo suficiente para uma faxina.

        Joguei água primeiro no andar de cima e comecei a esfregar o chão tirando a poeira que havia ali, lavei as janelas, passeis a vassoura nas paredes e em seus cantos tirando teias de aranha.Fiz o mesmo processo em toda casa.Quando terminei passei um pano de chão.Havia terminado o tempo do cara do frete chegar e ele começou a descarregar.Ele teve de fazer duas viagens. 

      Mal acreditei quando finalmente tomei um banho e me joguei no meu colchão inflável.Meu corpo estava todo dolorido devido ao dia agitado que tive e na limpeza que dei na casa.Após tantos empecilhos, estava arrumado.Agora eu só preciso esperar pelos móveis do meu quarto e estaria tudo completo.Depois de alguns minutos, adorei pensando na manhã seguinte, em que eu começaria o meu treino.O que eu poderia esperar?

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