capítulo 13

          Quando cheguei, o mercado estava lotado, e eu nem havia entrado para fazer essa observação, apenas vi o estacionamento e várias pessoas saindo e entrando.

          Eu estava me preparando para uma batalha que seria ali, conseguir desviar de carrinhos ou de crianças correndo, ou tentar pegar o último produto em promoção.Uma batalha que poucos entenderão. 

           Prestes a entrar, vi uma senhora de idade com cabelos brancos diversas sacolas, ela andava com dificuldade por conta do peso e suava muito.Talvez não tenha feito diferença se eu demorasse um pouco para ajudá-la, ela poderia se acidentar e o peso não fariam bem para ela.Minha mãe sempre me ensinou a ajudar o próximo.

          — Com licença — falo-me aproximando hesitante — gostaria de ajuda?— ela me olha por um tempo como que me avaliando minuciosamente, talvez a procura de uma brincadeira de mau gosto.Droga, estava falando em inglês e ela era evidentemente italiana.

         — Você é novo aqui?— ela questiona em inglês, algo que me fez quase ajoelhar e agradecer aos céus por isso.Fiquei sem entender o porquê disso, estava apenas oferecendo ajuda e talvez essa informação não fosse tão crucial naquele momento, mas resolvi responder da melhor maneira possível, afinal ela poderia me ajudar a me localizar também.

         — Na verdade, sim, ontem cheguei à tarde e hoje fui conhecer um pouco a alcateia e fazer compras para a minha nova casa.

        — Ah, sim, por isso está falando inglês americano e gesticulando com as mãos como uma mímica — eu sorrio um pouco envergonhada

        — Digamos que eu não me preparei para a viagem o suficiente para aprender o italiano básico.

        — Vai passar muito tempo aqui?— Ah, sim, por um longo, longo tempo para o meu azar

        — Sim, eu me mudei recentemente para cá, sou uma das novas recrutas da alcateia e esse é o meu segundo dia aqui — respondo dando o meu melhor sorriso que a senhorinha logo retribui

         — Ah, então você vai ter bastante tempo para aprender a língua nativa, não se preocupe, mas respondendo sua pergunta, adoraria, moro um pouco longe daqui e o motorista que geralmente me leva teve alguns problemas e chamar um táxi não é uma opção boa, são vigaristas, todos eles!— ela diz com tanto desprezo que me quis saber o que havia acontecido para que ela dissesse aquela forma.

        — Hum, entendo.Bem, me dê algumas sacolas para levar.Ah e meu nome é Kate — digo-me apresentando para ela.

        — Rita, mas meu neto me chama tanto de nonna que esse parece ser meu nome — ela comenta, me fazendo rir.Dada as apresentações, ela me entregou algumas sacolas que estavam em seu braço esquerdo — que, por sinal, estavam bem pesadas.Mas eu posso levar facilmente graças a minha força sobrenatural.Tinha me oferecido para levar mais algumas, mas ela decidiu dizer que eu já estava fazendo de mais.Visto que eu não tinha lugar para insistência, começamos a andar.

           No caminho até sua casa conversamos diversas coisas, como o seu neto ser uma verdadeira criação, como estava ficando velho e suas articulações não eram mais as mesmas, coisas que todos os idosos diziam.Quando mencionou qual alcateia vinha, ela tinha uma prima que morava ali perto e começou a falar sobre a sua família.A minha espécie era que ela falava inglês e eu não me esforçava tanto com o italiano.A nossa caminhada foi repleta de histórias de Rita e sua família, e ao contrário de outros velhos, suas histórias eram bem interessantes e até mesmo engraçadas.

           Depois de uma meia hora de caminhada em baixo do sol, chegamos finalmente a uma bela mansão que eu tinha a sensação de ter-la visto em algum lugar, pois me era familiar, mas de onde, era a questão.Era rodeada por graus de ferro e permitia que víssemos o enorme jardim e ao fundo uma mansão ainda maior.Quem deveria morar ali?Como era seu interior?

            — Chegamos.Muito obrigada pela ajuda querida — ela agradece carinhosamente por tentar pegar as sacolas de mim, mas eu recuar e isso a deixa confusa.

          — Eu te ajudo a levar as sacolas lá dentro — insisto.Estava exausta assim como ela, mas depois de ver a enorme propriedade fiquei curiosa.

          Minha mãe sempre me disse que minha curiosidade poderia me levar a ter sérios problemas, realmente já me meti em algumas encrencas por ser curiosa, me perder na floresta era um ótimo exemplo disso.Ela sempre achou engraçada como uma pessoa tímida poderia se meter em tantas encrencas devido à curiosidade e a resposta era sempre a mesma: Laila e Jéssica. 

Sempre unidos, as duas poderiam me convencer a fazer várias coisas que iriam dar merda no final.Eram elas as que ficaram por dentro de toda fofoca, e quando era realmente interessante, a ponto de me chamar atenção, eu ia atrás até estar em grandes apuros.

          — Não precisa, já ajudou muito querida.

         — Não será incomodo algum, eu te ajudarei a levar — insisto e ela vê que dessa vez quem ganhou havia sido eu.

         — Obrigada — gratidão, sorrindo.Por algum motivo, ela parecia não querer que entrasse na mansão, pudesse ler em seu rosto.Algo a incomodava, mas não sabia o que poderia ser.Isso atiçava ainda mais minha curiosidade.Será que o patrão dela poderia brigar por ela deixar uma estranha entrada?Mas quem devia ser esse patrão?

         Nós entramos em uma cozinha enorme, onde tudo parecia ser de inox, as bonecas, os móveis, e eu comecei até a cogitar que os ladrilhos poderiam ser feitos do mesmo material.Além do inox que predominava metade da cozinha, também tinha uma mesa feita de pedra cinza com alguns bancos para sentar, de inox, e tinha alguns empregados organizando o local.

         — Senhora Rita — cumpriu um homem em italiano, ele era corpulento com traços italianos, ao contrário de nosso alfa surfista, e pele morena.Em seguida ele faz uma pergunta a Rita que a responde com gentileza, mas dessa vez eu não entendo absolutamente nada.Será que era algo referente ao dono da casa?

         — Aceita algo, Kate?— ela pergunta em inglês para mim enquanto colocava as sacolas na mesa.

         — Não, obrigada, na verdade, eu preciso ir, tenho às quatro horas em casa para receber o cara do frete que vai entregar as minhas coisas e eu preciso fazer as compras antes.

        — Por favor, eu insisto que vá para a sala e descanse um pouco

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