capítulo 14

     — Não, obrigada, na verdade, eu preciso ir, tenho às quatro horas em casa para receber o cara do frete que vai entregar as minhas coisas e eu precisava fazer as compras antes.

        — Por favor, eu insisto que vá para a sala e descanse um pouco, deve estar cansada, você não vai conseguir fazer nada nesse estado - ela fala me guiando a sala não me deixando alternativa a não ser me sentar no sofá de couro marrom escuro e aceitar um copo d'água.  A sala era enorme, a parede estava em tons neutros e os moveis também não se sobressaiam do tema. Era uma sala simples e elegante, não tinha muito o que descrever dela.

        — Gostou da sala? — pergunta Rita, me observando. Ela estava sentada no sofá tranquilamente como se fosse a dona dali, me sentia de certo modo desconfortável, eu não conhecia o dono daquele lugar e estava sentada no sofá dele. Sentia-me deslocada ali.

        — Sim, é muito elegante.

       — Concordo, meu marido realmente tinha bom gosto, e fico feliz que meu neto não tenha mudado — quando ela falou aquilo eu me senti envergonhada. Ela era a dona dessa casa, dessa enorme mansão e eu nem ao menos pensei nisso quando ela me convidou para ir à sala. Se antes me sentia deslocada, imagina agora? Mas também como poderia deduzir com ela fazendo as compras e usando roupas tão simples?

        — NONA! — ouvi uma voz soando da escadaria, olhei para trás assim como Rita e a figura que vi me deixou paralisada. Era ninguém menos que o alfa descendo as escadas. Tentei me encolher para que ele não me visse. Será que seu eu saísse correndo para a cozinha, ele me veria? Talvez eu poderia ir rastejando.

         — Nonna, perché è qui? (Vovó, porque ela está aqui) – ele perguntou em italiano e o máximo que entendi foi "vovó, porque ela aqui?". Será que ele me viu? Claro que sim, ele perguntou sobre mim. Meu plano de fuga foi por água abaixo... Ah não ser que eu tenha entendido, visto que meu italiano era péssimo.

         — La conosci, carmello? (Você conhece ela, Carmelo?) — respondeu Rita. Será que eles ainda estavam falando de mim? Como era desconfortável vê-los conversando e não saber nem se eu estava no meio da conversa. Deve ter sido por isso que ele começou a falar italiano, mas como ele sabia que eu não sabia falar e entender as palavras direito? Era um grande mistério.

        — Nonna, non chiamarmi caramello in pubblico (Avó, não me chame de caramelo em público.) — ele reclamou, e então pude entender que Rita o chamou carinhosamente de caramelo e ele não gostou e o motivo possivelmente era que eu estava ali, ou pelo menos eu achava que era isso, eu sabia falar espanhol e alguns termos do italiano e do espanhol eram bem parecidos, mas, ainda assim, eu não me arriscava o suficiente para tentar me comunicar. Do jeito que era azarada, alguém poderia levar algo como ofensa. Será que se eu chamar ele de caramelo ele fica irritado? Eu não sei se iria pagar para ver, exceto se ele estiver especialmente insuportável, aí sim serei obrigada a apelidá-lo e espero ter de dizer isso em público, quem sabe assim ele deixa de ser arrogante?

       — Scusa caro — ela se desculpa. E finalmente uma frase que sabia "desculpa". Pelo menos isso — Questo è Kate e Kate este é o meu neto — ela nos apresenta nas duas línguas, assim como ele apenas aceno a cabeça. Pelo visto, ele também não estava aberto a dialogo.

        — Bem, Rita, obrigada por sua hospitalidade, mas eu preciso fazer as compras no supermercado e voltar para a casa logo — digo como uma tentativa de escapatória, não queria passar mais tempo do que o necessário na companhia do "surfista arrumado". Acho que após viver uma desventura como aquela sempre me recordaria que ali vivia o alfa, já que só o aviso do guia não adiantou.

      — Que isso querida, eu que agradeço pela sua ajuda e me desculpe ter te atrapalhado. Te recompensarei por esse trabalho — ela fala sorrindo e eu só penso me recompense fazendo com que seu neto fique em longe de mim. Será que pegaria mal se eu dissesse isso ou deveria esperar ele sair?

        — Não, imagina! Foi um prazer te ajudar, espero te rever um dia — só deixando bem claro, eu disse você.

        — Também espero, só que sem um trabalho para você fazer. Quem sabe você não venha para um café da tarde, ein? — ela diz dando uma risadinha que eu retribuo. Pude observar Jared bufar baixinho.

         — Quem sabe, não é mesmo? Agora estou indo, até — me despeço me encaminhando para a porta, mas paro quando Rita me chama.

         — Não vou deixá-la voltar a pé sozinha nesse sol de novo, Jared, leve Kate ao supermercado e depois pode levá-la para casa - ao dizer isso pude ver os olhos do alfa, que acabo de descobrir se chamar Jared, se esbugalharem.

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