A manhã chega com um som abafado, uma sinfonia de grilos e pássaros que parece mal se conectar com o turbilhão que sinto por dentro. Ao abrir os olhos, vejo a luz do sol filtrando-se através das cortinas, uma visão quase irônica de normalidade em meio ao caos que se desenrola. A sensação de estar sendo observada permanece, um eco constante que me faz sentir como se cada movimento meu fosse meticulosamente monitorado.
Desço para o lobby do hotel, tentando recuperar alguma sensação de normalidade. O ambiente continua a mesma maravilha de opulência, mas hoje a beleza não é suficiente para suavizar o desconforto que sinto. Cada passo parece carregado de uma expectativa sombria, uma sensação de que algo está prestes a acontecer.
Enquanto tomo um café da manhã decadente, minha mente está longe do que está sendo servido. A carta de ontem à noite ainda está fresca em minha memória, e a sensação de que algo maior está em jogo só aumenta. Tento me concentrar em comer, mas meu estômago está fechado para qualquer alimento. É como se o jogo tivesse se infiltrado até nos aspectos mais simples da minha vida.
De repente, uma mensagem no meu telefone chama minha atenção. É uma notificação de um aplicativo de notícias local, com um alerta urgente. Com o coração acelerado, abro a mensagem e vejo a manchete: “Assalto a Banco: Investigação Secreta em Andamento”. A sensação de que algo está errado se intensifica. O nome da agência de turismo EtnoSum aparece de forma destacada no artigo. Isso não pode ser uma coincidência.
Saio do hotel e sigo para o endereço da agência de turismo. O caminho para lá é familiar, mas hoje tudo parece mais sombrio. As ruas parecem mais desertas, e o ar está carregado com uma tensão quase palpável. A cada passo, sinto um peso crescente sobre meus ombros, uma sensação de que estou prestes a descobrir algo que não estou pronta para enfrentar.
Chego à frente da agência de turismo EtnoSum e paro por um momento, observando o prédio. É um edifício antigo, com um ar de formalidade que parece estar em desacordo com o clima atual. O vidro da vitrine está embaçado, e não consigo ver muito além da fachada.
Entro na agência e sou recebida por uma recepcionista com uma expressão neutra. O ambiente interno é tão imperturbável quanto o exterior, com móveis elegantes e uma decoração sóbria. A recepcionista me pergunta como pode ajudar, e eu me sinto nervosa, sem saber por onde começar.
— Preciso entregar um bilhete — digo, tentando manter a voz firme. — Foi instruído a entregá-lo aqui.
Ela dá uma olhada no bilhete e me pede para aguardar enquanto consulta alguém. A espera é agonizante, e o som do relógio na parede parece mais alto do que o normal. Cada tique-taque é uma lembrança constante de que estou em território desconhecido, prestes a descobrir algo que pode mudar tudo.
Finalmente, a recepcionista retorna e me encaminha para uma sala de reuniões no fundo do corredor. A porta está entreaberta, e um homem de terno escuro está sentado à mesa, revisando alguns papéis. Quando ele levanta o olhar, percebo que há algo familiar na expressão dele, uma frieza que me faz sentir um arrepio na espinha.
— Você deve ser Sophia — diz ele, sua voz calma e controlada. — Pode se sentar.
Sento-me lentamente, o coração batendo descompassado. O homem começa a falar, mas suas palavras parecem se perder em um turbilhão de pensamentos confusos. Ele menciona algo sobre a próxima fase do jogo, e eu tento acompanhar, mas a ansiedade me impede de compreender completamente.
Quando ele termina, me entrega um envelope selado e me pede para não abri-lo até que eu esteja sozinha. O envelope é pesado e parece carregar um peso simbólico. Saio da sala com o envelope em mãos, sentindo que o peso da minha missão se torna ainda mais opressor.
A sensação de que estou sendo puxada para um buraco profundo e escuro cresce a cada passo. O envelope em minhas mãos é um lembrete constante de que há algo muito maior em jogo, algo que eu mal compreendo. Ao sair da agência, sinto a necessidade de abrir o envelope imediatamente, mas também sei que devo ser cautelosa.
Volto ao hotel, a mente fervilhando com perguntas e a expectativa de descobrir o que vem a seguir. A sensação de estar sendo observada não diminui, e cada canto parece esconder um novo segredo. Abro o envelope com mãos trêmulas e retiro o que há dentro, sem saber que as próximas horas podem mudar completamente o curso da minha vida.
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Atualizado até capítulo 21
Comments
Cecilia geralda Geralda ramos
está ficando chato ,repetido. dá um passo autor.
2025-01-20
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