Capítulo 07

Em momentos como esse, eu começo a questionar tudo ao meu redor. A vida mudou tão repentinamente que, quando percebi, já estava a bordo de um avião, a caminho de um destino desconhecido, atendendo ao chamado de uma pessoa que nunca vi antes.

Quem em sã consciência aceitaria um convite de um desconhecido para participar de um jogo que promete mudar sua vida? É algo que qualquer pessoa sensata evitaria, e mesmo eu, com toda a minha lógica, estou aqui, em um cenário tão absurdo quanto o convite em si.

A verdade é que, quando enfrentamos situações tão desesperadoras quanto a perda iminente do emprego pelo qual dediquei tanto esforço, somos capazes de fazer qualquer coisa. O meu trabalho, a minha segurança, tudo isso estava em jogo, e agora estou aqui, em uma missão aparentemente banal, mas carregada de um peso enorme.

Saio do elevador em um hotel de luxo e sigo em direção a um ponto específico onde devo descartar uma carta. A opulência ao meu redor é quase insuportável; o saguão é iluminado de forma exagerada, e todos os olhares se voltam para mim como se eu fosse uma figura de destaque. Sinto-me um peixe fora d'água, um intruso em um mundo que não é meu.

Caminho pelo saguão, todo iluminado, e vejo olhares direcionados a mim, como se eu fosse alguma celebridade mundialmente conhecida, em que ninguém ousa chegar perto devido ao local onde estamos (seria deselegante).

Caminho pelas ruas impecavelmente limpas e estruturadas, onde os carros param para me dar passagem e as pessoas me observam com uma curiosidade desconcertante. No entanto, quando me dou conta, já estou em uma área mais humilde da cidade. A diferença é gritante: os prédios estão desgastados, e as casas parecem prestes a desmoronar. A sensação de contraste é esmagadora.

Percorri um longo caminho sem me dar conta, perdida nos meus pensamentos, que quando percebo já estou na parte humilde da cidade!

É incrível que aqui seja a mesma cidade, as estruturas só no reboco sem pintura, os prédios e as casas sem nenhuma técnica de arquitetura, parecendo que irá desmoronar a qualquer momento.

Observando atentamente os detalhes ao redor, dou-me conta de uma construção em meio a duas casas, tão funda que parece que está sendo engolida, pelas construções em suas laterais.

Mas o que me chama atenção são as luzes emitidas. Paro e entro na loja, todos os lugares da cidade têm uma aparência retrô, aqui não difere. Assim que eu abro a porta e entro, um sino toca. Olho ao redor e finalmente percebi que está preso em cima da porta.

Alguém lá dentro saiu de uma parte de trás do balcão, balançando as cortinas que servem como porta.

Um senhor de cabelos grisalhos caminha na minha direção.

— Como posso ajudar? — Ele fala antes de sequer olhar para mim.

— Estava passando quando vi as luzes vindo daqui de dentro, e isso me intrigou. Decidi dar uma olhada — Explico de maneira suave e tranquila.

Ele me olha de cima para baixo e finalmente responde:

— Desculpe-me, mas é raro ver uma jovem como a senhorita por aqui. As luzes provavelmente vêm dos televisores que estão expostos.

Observo os televisores do qual esse senhor mencionara, e estão todos ligados, reproduzindo o mesmo canal. O telejornal local!

— Então, na verdade, aproveitando que estou aqui, gostaria de uma informação!

— Claro, se eu puder ajudar!

— Sabe onde fica a...

— Não acredito, um banco acaba de ser assaltado próximo à agência de turismo EtnoSum! — Ele comenta, me interrompendo e aumentando o volume da televisão."

O suspense no ar é palpável. O que está acontecendo? E como isso pode afetar a missão que estou prestes a completar? Sinto um frio na espinha, ciente de que algo muito maior e mais sombrio pode estar em jogo.

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