Assim que chego à minha mesa, um bilhete pregado nela chama a minha atenção. O chefe convoca-me para uma reunião na sua sala. O meu coração dispara, uma mistura de apreensão e esperança toma conta de mim. Talvez seja apenas uma chamada para pedir algo simples, como um café, mas o medo do desconhecido é palpável.
Bato na porta e entro quando ele concede permissão. A sala, normalmente um espaço acolhedor, agora parece intimidante. Ele está sentado atrás de uma mesa cheia de documentos e pastas, seu semblante austero e distante me faz sentir pequena e insignificante.
— Por favor, sente-se, Sophia — diz ele, com uma voz que parece fria e distante, como se houvesse uma parede invisível entre nós. — Precisamos ter uma conversa séria.
Engulo em seco e me acomodo na cadeira em frente a ele, a ansiedade faz meu coração acelerar. Talvez ele saiba algo e me ameace, ou talvez queira descobrir o que eu sei.
— Como você sabe, nossa empresa passou por algumas mudanças recentemente — começou ele, a voz séria e imperturbável. — Eu valorizo muito a opinião dos meus sócios, e embora eu goste muito de você, Sophia, infelizmente, precisamos fazer alguns cortes de pessoal para garantir a estabilidade da empresa.
Eu tremo ligeiramente, tentando assimilar as palavras que ele está dizendo. Cortes de pessoal? Isso significa...
— Infelizmente, Sophia, seu cargo está sendo afetado por essas mudanças — continua ele, olhando-me com uma expressão de indiferença. — Precisamos reduzir o número de funcionários, e sua posição foi considerada dispensável.
Uma onda de choque me atravessou, e meu rosto queimou de vergonha e humilhação. Meus dedos tremiam, e eu tentei manter a compostura.
— Mas... mas eu trabalhei duro, Sr. — consigo dizer, a voz embargada pela emoção. — Sempre cumpri minhas responsabilidades e pensei que reconhecesse minha dedicação.
O chefe suspira, como se minhas palavras fossem apenas um eco distante. — Entendo sua frustração, Sophia. Tentei argumentar contra essa decisão, mas a administração já tomou sua decisão. Nada do que eu diga ou faça mudará isso.
Lágrimas ameaçam brotar nos meus olhos, mas eu me forço a segurar. Não quero dar ao chefe a satisfação de me ver chorar. Alguém que eu admirava tanto e simplesmente decepcionou minhas expectativas, provando ser uma pessoa insensível e sabe se lá, o que mais! A decepção e o sentimento de traição são esmagadores. A pessoa que eu admirava parece ter se revelado insensível e cruel.
— Você tem duas opções — ele continuou, com frieza. — Aceitar sua demissão imediata ou permanecer no escritório por mais duas semanas até que seu substituto seja contratado. A escolha é sua.
Ficar mais duas semanas seria uma tortura, enfrentando o olhar de compaixão disfarçada dos colegas e o constante sentimento de ser uma estranha em um lugar que já considerei meu lar. Tomei uma decisão rápida.
— Eu aceito minha demissão imediata — respondo, lutando para manter minha voz firme. — Não vejo motivo para prolongar essa situação.
O chefe, surpreso com a minha resposta, hesita antes de falar. É claro que esperava resistência. — Muito bem, então. Arrume as suas coisas e entregue as suas chaves e crachá na recepção. Desejo-lhe boa sorte em suas futuras empreitadas.
Eu me levanto, sentindo o peso da derrota nas minhas costas. Olho para o chefe uma última vez, com uma mistura de raiva e culpa que queima dentro de mim.
— Obrigada, Sr. — eu digo com uma voz trêmula. — Vou seguir em frente e encontrar um lugar onde minha dedicação e habilidades sejam valorizadas.
Saio da sala, carregando a humilhação e a sensação de injustiça. Recuso-me a ser derrotada por essa demissão. Talvez seja hora de me permitir ser guiada por um novo caminho, onde minha verdadeira valia fosse reconhecida.
Enquanto Caminho pelos corredores vazios em direção à minha antiga mesa, eu sei que há um mundo desconhecido me aguardando lá fora.
Ao sair do prédio, o que está lá fora, na verdade, é a Bella, me aguardando. Seus olhos brilham com uma mistura de preocupação e tristeza. Ela me abraça calorosamente, sabendo que palavras não são necessárias nesse momento.
— Sophia, sinto muito pelo que aconteceu — diz Bella, sua voz cheia de empatia.
Conto a ela a verdade sobre a reunião e o que eu ouvi. Ela fica surpresa, mas responde com determinação.
— Não se preocupe, não vou deixar que isso fique impune. Estou disposta a investigar tudo na surdina e descobrir a verdade sobre o que aconteceu.
Minhas lágrimas começam a ceder diante de sua compaixão e determinação. Eu sei que Bella é alguém em quem eu posso confiar plenamente, alguém que estaria ao meu lado não importasse o que acontecesse.
— Obrigada, Bella — murmuro, sentindo uma onda de gratidão me envolver. —Sua amizade e apoio significam o mundo para mim.
Bella assente, resoluta. — Eu não deixarei que o chefe saia impune depois de tudo o que você passou. Vou montar um plano discreto e começar a investigação imediatamente. Ninguém vai me deter. — Mas ouça meu conselho: leve esse dinheiro e fuja. Se ele realmente tem más intenções, saiba que ele vai te caçar. O chefe tem muitos recursos. É melhor você se proteger.
A sensação de ser protegida por Bella trouxe um alívio temporário, enquanto a incerteza do futuro me envolve. A decisão de seguir em frente e enfrentar o desconhecido me faz sentir um misto de medo e esperança.
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Atualizado até capítulo 21
Comments
Cecilia geralda Geralda ramos
mas ela vai fugir ela não descobriu nada de errado ,ou Sofia está escondendo algo ,ou será que tem haver com a tatoo
2025-01-19
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