Não acha que vai precisar de mais coisas? – pergunta Fran, olhando as poucas sacolas de roupas que eu havia comprado.
- Hm... não sei, durante minha vida nunca usei muitas roupas – eu disse, segurando um braço envergonhada.
Ela olha para os dois guardas que nos acompanharam e os três fazem um sinal positivo.
Eu fiquei confusa com aquilo, mas então ela se aproxima e coloca uma mão no meu ombro, como se quisesse me explicar algo.
– O Sr. Alessandro te deu o cartão pessoalmente, isso significa que ele quer que você compre o que quiser.
- Mas... ele disse que ia saber quanto gastei, onde e quando...
- Sim, mas ele não disse que você tinha um limite, certo?
Pensei por um momento e neguei. Ela sorriu e levanta a outra mão me indicando que continuemos comprando. Suspirei e concordei, sorrindo.
Entramos em outras lojas de roupas, onde comprei um pouco mais do que esperava, embora ainda não fosse muito.
Não me sentia confortável gastando o dinheiro de outra pessoa, então, mesmo que me dissessem para gastar, eu não conseguia.
Eu não comprei apenas roupas, também comprei algumas joias, bolsas e acessórios para o cabelo, como secador, chapinha, etc.
Também passamos pela loja de maquiagem, mas quando passamos por uma loja de lingerie, olhei para ela e passei direto envergonhada.
- Você acha que com essas coisas vai viver bem na mansão? – Fran pergunta.
- Hm... – Olhei para todos os lados para ter certeza e então, vi uma loja de tecnologia.
– Será que eles têm alguma película protetora ou capa para o celular?
- Vamos perguntar.
Fomos até a loja e Fran se encarregou de pedir a película protetora e a capa para o meu celular. Os funcionários foram muito simpáticos e até se ofereceram para instalar.
- Hum... Obrigada... - finalmente falei, envergonhada e tímida.
Percebi que eu tinha dificuldade para falar com pessoas simpáticas e amigáveis. Suponho que a falta de contato humano agradável tenha me tornado assim.
Olhei para o meu telefone com um sorriso, agora seria mais difícil quebrar ele.
Parei ao ver ao lado uma loja com muitas coisas de arte.
Não lembro muito da minha vida com minha mãe, mas me lembro que ela costumava desenhar muito, ela adorava pintar quadros e as vezes, eu desenhava junto com ela.
Quando fui vendida ao Nando, tiraram tudo de mim, mas mesmo assim, eu desenhava escondida com os delineadores de maquiagem.
- Quer entrar? – voltei a realidade e olhei para Fran.
- hum... não, não precisa. Vamos voltar para a mansão, estou me sentindo um pouco mal.
- O que você tem?
- Deve ser cansaço, não sou acostumada a andar tanto, deve ser isso, acho melhor irmos embora. – falo, tentando não olhar mais para a loja de arte.
Fran suspira, mas concorda com um sorriso e indica aos guardas que estamos indo embora, eles estavam realmente carregados com sacolas. Saímos para o estacionamento e entramos no carro.
- Ei, Fran...
Ela me olha enquanto se ajeita no assento.
- Embora tenha sido apenas por ordens do Alessandro... Obrigada por me acompanhar.
- Do que está falando? Foi eu que me ofereci para te acompanhar - Ela sorri.
Isso me surpreendeu por um momento, mas gostei e sorri.
Fran parecia ser alguém agradável, alguém em quem eu podia confiar. Ela parecia ser mais velha do que eu, e por isso, eu sentia como se ela fosse minha mãe.
Durante todo o trajeto, fiquei entretida olhando os aplicativos do celular. Tudo aquilo era tão novo para mim, mas eu prometi a mim mesma que ainda ia aprender a mexer direito naquele aparelho.
Sem perceber, já tínhamos chegado.
- Nós cuidaremos de levar as coisas, vá comer alguma coisa, já é meio-dia – Fran me alertou.
Suspirei e simplesmente saí, indo para dentro da mansão.
- Pensei que compraria mais coisas - Olhei para a mesa de jantar e vi Alessandro sentado lá.
- Não quis gastar muito. Afinal, é o seu dinheiro, eu não me senti confortável gastando muito - disse, desviando o olhar dele envergonhada.
- Hm...
Ouvi o som da cadeira sendo movida e quando ergui o olhar, ele já estava na minha frente, me observando com curiosidade.
- Uau, minha bela... você me surpreende - ele diz sorrindo e se afasta.
- Hã?
- Se eu te dissesse que isso foi um teste para você, você se importaria? - ele se aproxima de outra cadeira e a puxa, indicando que eu me sente.
- T-Teste? O que? - me aproximei e me sentei, ele ajustou a cadeira para mim.
- A maioria das pessoas ao receber um cartão com dinheiro ilimitado, exagera e gasta demais. Pessoas interesseiras são assim - Ele se senta no seu lugar, de frente para mim - Mas você não. Você primeiro se preocupou em eu ter confiado meu cartão a você. E depois, mesmo sabendo que poderia gastar o que quisesse, não gastou e comprou apenas o necessário para você.
Baixei o olhar, me sentindo um pouco envergonhada por ele estar dizendo essas coisas sobre mim.
- Isso diz muito sobre quem você é e como você é.
Fiquei em silêncio, pensando no que ele tinha dito.
Nesse momento, os empregados chegaram com pratos de comida e outros itens, colocando tudo na nossa frente.
Olhei para a comida, que parecia realmente boa, mas notei todos os talheres e me senti perdida.
Olhei discretamente para os empregados, que permaneceram lá. Eles trocaram olhares e então olharam para mim, sinalizando para eu pegar os talheres de fora, ou seja, os primeiros.
Peguei os talheres indicados e elas fizeram um sinal positivo com o polegar, indicando que eu tinha feito certo.
Mas então, fomos distraídos por um riso. Rapidamente, eles baixaram a cabeça e juntaram as mãos novamente, enquanto eu olhava para o Alessandro, que desviava o olhar de mim e escondia sua risada com a mão.
- Que foi? - perguntei, embora eu já soubesse por que ele estava rindo.
- Nada, nada. Apenas coma, minha bela.
- Hum...
Olhei para ele mais uma vez e depois para os empregados, eu agradeci com um olhar e eles apenas sorriram para mim.
Então, voltei minha atenção para o jantar com Alessandro.
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Atualizado até capítulo 69
Comments
Maria Sena
Eu até que entendo ela, porque nunca teve amor, atenção, carinho.
Foi criada e preparada pra ser vendida sexualmente, não teve contato com o mundo, então não sabe nada da vida. Que bom que ela foi comprada por alguém protetor e paciente. Se fosse outro já tinha perdido as rédeas com ela.
2024-11-10
0
Jucara Rodrigues
Adorando os empregados ajudando a garota
2024-06-15
9
Rozalia Barbosa
tô amando cada capítulo,vc Tá de parabéns autora 🥰🥰🥰
2024-06-04
0