O casamento

Ela me fita com um olhar de desdém e puxa a mão dela com tudo da minha, ela se retira rapidamente. Espero que ela consiga convencer seu filho e me permitir ir embora desse palácio. Uma senhora morena aproxima-se de mim, exibindo visíveis sinais de apreensão, e me dá um alerta.

— Querida, não se pode afrontar a Sultã. Essas ações podem ser interpretadas como traição e resultar em severas punições, até mesmo na forma de execução. — Ela fala com receio, deixando-me com medo.

— Execução? Porque eu disse a verdade? Eu não quero esse casamento, estou aqui porque fui forçada, minha vida está lá fora, não aqui dentro.

— Todas nós fomos escolhidas pelo Emir, e devemos agradecer por isso. Somos as melhores mulheres para fazer parte desta família. Você precisa ser uma boa esposa, aceitar seu marido, pois ele sabe o que faz.

— Mas quem está tomando as dores é ela e não o Hassan, até agora não vi ele reclamar de nada.

— Porque ela é a pior de todos, arrumar confusão com ela, e guerra para toda vida.

É evidente que ela já se entregou à vida de escrava da Sultã e do Emir, então não adianta explicar que este casamento não tem futuro. A mãe de Hassan retorna, visivelmente mais irritada do que quando saiu.

— Tire a roupa, vamos começar a realçar sua beleza.

— Você não falou com seu filho? Ele não quis me libertar?

— Não, ele disse que você é a mulher que Allah escolheu para ele, que viu um brilho assim que a viu. Agora vá, precisamos prepará-la, e não podemos nos atrasar.

Contra minha vontade, elas me conduzem até a banheira, onde uma sessão de beleza começa. Como futura esposa do sheik, fui envolvida por um ritual de preparação que me transportou para um mundo de luxo e tradição.

Depois do banho, fui levada para um quarto de luxo, onde um grupo de mulheres habilidosas começou a cuidar de mim. O aroma de óleos perfumados enchia o ar, enquanto me preparavam para o grande dia. Começaram lavando meu cabelo com água de rosas, deixando-o sedoso e brilhante.

Em seguida, minha pele foi esfoliada com uma mistura de açúcar e especiarias, deixando-a macia como pétalas de rosa. Enquanto isso, meus olhos foram contornados com m delineador, realçando uma beleza misteriosa. Meu corpo foi adornado com algumas tatuagens de henna, um tributo à cultura árabe.

O vestido que me aguardava era uma obra-prima de seda, ricamente bordado com alguns desenhos em ouro. Cada detalhe era uma homenagem à minha futura posição como princesa de Dubai. Quando o vesti, senti-me como uma deusa. Uma deusa enjaulada.

Por fim, fui conduzida a uma sala ricamente decorada, onde o Hassan me aguardava ao lado de seu pai e outros homens. Ele se aproximou de mim, segurando minha mão, indicando que eu deveria me sentar ao seu lado.

Ele estava vestido com uma indumentária que exalava elegância e riqueza. Sua vestimenta era uma declaração de seu status e sua conexão com a tradição árabe.

Começando de cima para baixo, ele usava um turbante de seda branca, decorado com delicadas amarrações douradas. Sua túnica longa era feita de seda pura, em uma tonalidade azul real. Ela era adornada com bordados dourados que contavam histórias de sua família e de sua cultura.

Sobre a túnica, ele usava um colete ricamente decorado, também em azul, com botões de ouro cravejados de pedras preciosas. Suas calças eram largas e fluídas, feitas do mesmo tecido de sua túnica, proporcionando conforto e sofisticação. Elas eram amarradas na cintura com um cinto de couro cravejado de pedras preciosas, que reluziam com cada passo.

Seus pés estavam calçados com botas de couro macio, adornadas com costuras intrincadas e enfeites dourados. Cada passo que ele dava era firme e confiante, como um verdadeiro líder.

O Hassan usava uma coleção de joias impressionantes, incluindo anéis com pedras preciosas, pulseiras elaboradas e um colar que simbolizava sua posição como líder de seu povo.

— Está muito bela, minha esposa. — Respondi a seu elogio com um sorriso irônico, pois não me interessava a sua aprovação.

Nós nos sentamos nas almofadas, e após as palavras do Emir sobre o nosso casamento, ele ordenou que servissem o banquete.

— Minha mãe disse que você queria me abandonar, como pode não querer ser a sheikha?

— Não querendo. Quando foi que você me consultou sobre qualquer aspecto desse casamento?

— Eu não preciso consultar nada, querida. Tudo o que eu quero, eu tenho. E eu quis você, e eu tenho você. Poderia fazer queixas até para o meu pai, mas não adiantaria em nada, já que eu faço minhas próprias escolhas, e eles fazem tudo o que eu quero.

— Um sheik mimado, essa é nova. — Ele sorri e olhamos para o pai dele que ergue a taça, e todos nós fazemos o mesmo. E assim se passa o primeiro dia do nosso casamento. Hassan me leva até a porta do harém, e segura minhas mãos, ele fala antes de eu entrar.

— Apenas mais dois dias, e vou fazê-la desejar estar comigo para sempre, apaixonada pelo prazer que lhe proporcionarei, a ponto de não querer mais ir embora.

— Você tem tanta confiança assim? — Ele sorri e aproxima o rosto do meu ouvido.

— Quando sentir minha língua explorando cada centímetro do seu corpo, verá o quanto confio em minhas habilidades. — Ele dá outra mordida na ponta da minha orelha, com a mesma pressão de antes. — Boa noite, esposa, até amanhã.

Ele abre a porta do harém, e eu entro, alisando a minha orelha, e prometo a mim mesma que vou revidar, mas vou arrancar o pedaço. Só me falta esse homem ser um sádico, aí sim estarei em apuros pelo resto da minha vida.

A noite passa rapidamente, e no dia seguinte há outra festa, chamada de pré-casamento. As meninas me falam que seriam apenas três dias, porque Hassan assim o quis, mas, na realidade, deveriam ser sete dias. Ele reduziu meus dias de liberdade, e isso é injusto.

Finalmente, chega o dia do casamento oficial, o religioso. Este é o mais importante de todas as celebrações, pois é quando realmente nos tornamos marido e mulher.

Desta vez, minha sessão de beleza e o meu vestido, juntamente com a maquiagem, foram o ponto alto, mesmo eu não querendo admitir, mas este é o casamento dos sonhos de qualquer mulher.

Me indicaram o caminho para a cerimônia, e, ao sair do harém, percebo que o corredor para a minha liberdade está livre. Sem hesitar, corro o mais rápido que posso para a porta de saída, afastando-me o máximo possível desse casamento forçado...

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