Anne fica atenta a explicação de Marcelo, como podem em pleno século vinte qualificar e escolher um homem para um cargo por sua constituição familiar?
Anne: — E o que eu terei que fazer?
Marcelo: — Eu já disse a algumas pessoas que conheci uma garota na última viagem que fiz e que me apaixonei. Amanhã haverá uma recepção para os acionistas da empresa e gostaria que fosse, os meus pais também estarão lá.
Anne: — E se eu cometer alguma gafe?
Marcelo: — Eu estarei do seu lado o tempo todo. Vamos combinar alguns detalhes como, por exemplo de onde veio, o que faz…
Para Anne não será difícil, pois não se lembra mesmo de onde veio, poderá usar a imaginação e inventar um passado.
Anne: — E de onde eu seria?
Marcelo: — Vejamos?! Seus descendentes poderiam ter vindo do Japão?! Não! Teria que falar alguma coisa em japonês... Também pode inventar qualquer coisa, não conheço ninguém que fale japonês mesmo!
Anne: — Não é porque tenho ar oriental que tenho que ter vindo do Japão. São Paulo está cheio de descendentes de japoneses bem sucedidos.
Marcelo: — Já vi que é esperta e saberá contornar qualquer situação. Deixarei por sua conta. - sorri - Eu vi alguns dos seus desenhos no dia do acidente, você é talentosa, pode dizer que fez faculdade de Arte em algum lugar.
Anne: — E se resolverem me investigar?
Marcelo: — Eu tentei, procurei por seu nome nas redes sociais e não encontrei nenhuma Anne Beatriz…
Anne: — Você me investigou? - o olha zangada.
Marcelo: — Eu pesquisei! — sorri — Tive essa ideia desde o dia que lhe conheci. Eu iria propor-te ser minha noiva antes mesmo de ter acontecido tudo o que aconteceu com Eduardo, vou-te pagar um bom dinheiro...
Anne: — Não quero nenhum dinheiro. Só aceitei pelo que devo do hospital.
Marcelo: — Não quero que se sinta obrigada, quero que pense nisso como um negócio.
Anne: — Um negócio!? Está bem... Eu gostaria que fizesse um contrato que me liberasse assim que se tornar presidente.
Marcelo: — Está bem, o farei. Agora vou dar-lhe um cartão, quero que compre roupas, sapatos, bolsas, e não economize, faça as unhas, o cabelo, quero tudo do bom e do melhor para minha noiva.- sorri maroto -Eu até iria às compras com você, mais tenho que resolver alguns assuntos da empresa ainda hoje.
Anne: — Não tem medo que eu pegue o seu cartão e desapareça?
Marcelo: — Se esqueceu que sei onde você e os seus amigos estão? E eu confio em você Anne, sei que não seria capaz. - sorri para ela.
Os dois terminam o almoço, Marcelo diz-lhe que a buscará no dia seguinte, marca o horário e local, quando ela desce do carro ele brinca com ela.
Marcelo: — Anne?! Não vai dar um beijo de despedida no seu noivo? — sorri brincalhão.
Anne o olha enigmática, dá um sorriso, se aproxima dele, na janela do carro, se abaixa, segura o seu rosto fazendo carinho com o polegar, os seus lábios ficam quase se tocando, olha Marcelo nos olhos… Ele fecha seus olhos a espera do beijo...
Anne: — Quem sabe amanhã! — Se levanta e vai embora o deixando a ver navios.
Marcelo sorri, Anne o faz sorrir espontaneamente, algo que não fazia há muito tempo. As últimas relações que teve se resumiam a se#o, sem diálogos inteligentes ou risos soltos…
Marcelo vai para empresa, está feliz, com um sorriso no rosto e os funcionários notam, ficando a cochichar entre si qual seria o motivo da mudança de humor do chefe. Marcelo resolve o que precisa e vai para casa da vó Nena, precisa contar-lhe sobre os últimos acontecimentos.
Anne entra no "refúgio", encontra Tia tomando conta de Eduardo que dorme, pensa em contar a Tia a proposta de Marcelo, mais decide não dizer nada, quanto menos eles souberem melhor.
Anne: — Ele está bem?!
Tia: — Está, dei os remédios e ele dormiu. Graças a você e o seu amigo ele se salvou.
Bela e Vagalume saíram, para tentar ganhar uns trocados, Paizão está a catar latinhas. Bela disse-me que foi almoçar com o seu amigo?
Anne: — Fui. Ele ofereceu-me um trabalho...
Tia: — E aceitou?
Anne: - Tive que aceitar...
Tia parece entender tudo, olha para Eduardo dormindo, ele contou tudo sobre o hospital, a oferta de trabalho e sobre o carro...
Tia: — Toc... Se for preciso falo com Paizão e vamos para outro lugar...
Anne: — Não Tia, não é um trabalho tão ruim. Não é o que está pensando e durará apenas uns três meses. Vou tomar um banho, preciso comprar algumas coisas…
Anne pega o cartão que Marcelo lhe deu e vai às compras. No ‘shopping’ vai na mesma loja onde esteve antes. Escolhe um vestido, preto básico, e outro vermelho, os experimenta, caíram perfeitamente bem no seu corpo, valorizando as suas pequenas formas.
A atendente a reconhece, a atende sem muita vontade, ela mostra o cartão, a moça parece não acreditar e quando Anne vai os experimentar os vestidos ela chama a gerente que com o cartão em mãos liga para o segurança. Quando Anne sai do provador a esperam.
Gerente: - Garota, queria saber onde conseguiu esse cartão?
Anne: - É meu. Marcelo me deu.
A gerente parece não acreditar, a atendente muito menos. Mais por precaução a gerente resolveu ligar para Marcelo e confirmar.
Gerente: — Espere aí garota, se não for verdade o que disse…
Anne está com os vestidos nos braços, a atendente retira dela e os coloca de volta no cabide, fica a olhando como se quisesse a botar porta afora. De onde Anne está vê a gerente gesticulando ao falar no telefone e olhando para ela, Anne já não tem certeza de nada, a sua vontade é sair dali correndo. Em alguns minutos a gerente volta, o cartão na mão, o seu rosto vermelho, com um sorriso amarelo, parece não saber o que dizer.
Gerente: — Senhorita Anne... Aceite as nossas mais sinceras desculpas...
Anne: — Falou com Marcelo? — a olha intimidadora.
Gerente: — Sim. Senhor Marcelo Novais disse que é noiva dele...- diz gaguejando.
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Atualizado até capítulo 60
Comments
Lena Macêdo E Silva
ah, que bom, que ele sanou a sua dúvida, obrigada pelo atendimento vip, bye bye ‼️‼️‼️‼️‼️🤦
2024-01-23
1
Cleide Almeida
Eu ñ teria comprado mais numa loja dessa 😡😡😠😤
2023-12-31
2
Adelia Azevedo luz
o mundo não gira minha filha ele literalmente capota
2023-12-28
3