Marcelo precisa voltar, já há dias não aparece na empresa resolvendo tudo que pode on-line, mais agora é inevitável, precisa ir até lá, está nervoso por não ter tido nenhuma ideia, não é homem de deixar para lá, ainda mais uma traição dos dois lados. Entra no carro e sai a dirigir pela cidade sem rumo para distrair a cabeça.
Toc arruma o seu material de desenho e sai toda animada, faz tempo que não pensa em como poderia ser sua vida antes, está feliz com o que vive no momento e com as pessoas que a rodeiam. O passado é passado, ficou para trás.
Já não se parecem mais com os mendigos de antes, e sim com uma família, até Paizão já baixou a guarda e não passa o tempo todo vigiando, além de deixar o seu casaco sujo de lado, Toc até o viu sorrir quando Tia lhe fez uma macarronada caprichada. Assim, contente, ela sai distraída pelas ruas.
O celular de Marcelo toca insistentemente, é seu pai, ele aproveita que está a passar por uma rua menos movimentada e o pega para atender:
📱Pai, estou no trânsito. O que quer?
📱 Filho é assim que fala comigo depois de não nos vermos a semanas? Por onde andou?
📱 Estava cuidando de negócios, já estou de volta.
📱 Filho, você precisa....
Marcelo se distrai e não vê uma moça atravessando a rua com um punhado de coisas nos braços. Freia bruscamente, mais mesmo assim ainda esbarra o carro nela que é jogada para o outro lado da rua.
Toc estava mesmo distraída mais o carro veio com tudo na sua direção, o seu material foi espalhado pelo chão e ela caiu.
Marcelo sai do carro desesperado, se ajoelha do lado de Toc.
Marcelo: — Moça !? Moça, se machucou? Me perdoe...
Toc: — Estou bem. Eu estava distraída..,
Marcelo a ajuda a se levantar, a calça estava rasgada no joelho e ele esfolado mais a preocupação de Toc era com o seu material, ela havia gasto quase tudo que ganhou com eles, comprou até uma prancheta para apoio do papel, estava tudo espalhado pelo chão e como havia chovido a noite estava tudo molhado e sujo. Marcelo a ajuda a recolher algumas coisas, quando pegam juntos um desenho e seus olhares se cruzam uma onda estranha percorre os dois.
Marcelo: — Foi minha culpa. Estava dirigindo falando no celular. Fui um erro meu. - vê que ela se machucou - O seu joelho, está sangrando!! Não quer mesmo que eu te leve ao hospital?
Toc: - Não!! - Responde rápido, no impulso - Não precisa!! - Se afasta dele. - Minhas coisas?!
Marcelo: — Não se preocupe, eu te dou o dinheiro para que compre tudo novo! Tem certeza que está bem?
Toc: — Estou. Não se preocupe. — Ela vai saindo para ir para o ponto onde fica a desenhar quando ele a chama.
Marcelo: — Moça!? O meu nome é Marcelo! Deixe-me pagar um café para você? Para me desculpar!
Toc está de costas para ele, fica indecisa, é um desconhecido, mais algo no seu íntimo a diz para aceitar. Ela vira-se para ele e os seus olhares se cruzam novamente. Se sente estranha. Marcelo fica a admirar o seu rosto, um rosto delicado, um nariz pequeno e perfeito com ar oriental e uma pele morena claro, os cabelos escuros com ondas soltos pelos ombros, espalhados pelo vento. Uma beleza exótica, deliciosamente diferente, ele sorri-lhe.
Toc: — Preciso ir trabalhar... - não consegue o encarar, sente-se envergonhada.
Marcelo: — Vou dar-te meu cartão! Me liga para eu te pagar o prejuízo que te dei.
Ela pega o cartão e sai apressada, Marcelo fica a olhar até ela sumir na multidão, uma ideia veio-lhe a cabeça, uma moça bonita, educada, parece precisar de dinheiro, daria uma bela noiva...
Toc verifica o seu material e está quase todo perdido, conseguirá fazer poucos trabalhos hoje. Olha o cartão nas suas mãos, "Grupo Novais" Marcelo Júnior Novais 745.........pensa em jogar o cartão fora, mais decide o guardar.
Marcelo vai para empresa com o pensando no pequeno acidente e nos olhos da garota que não lhe disse nem o seu nome. Chegando no seu escritório pede a secretária para não ser incomodado.
Marcelo: — Marise, eu não estou para ninguém!
Marise: — Senhor, Isabel tem o procurado diariamente, e também o senhor Gael.
Marcelo: — Marise, eu disse para ninguém! Principalmente para eles. Invente uma desculpa qualquer mais não diga que estou aqui.
Ela concorda com a cabeça, estranha um pouco, Isabel entrava sem ser anunciada a qualquer hora, mais como é apenas a secretária não faz mais perguntas.
Marcelo tenta focar no trabalho, mais uns olhos cor de mel não lhe saem da cabeça, ele poderia ter insistido mais, e se ela estivesse com dor e não reclamou? Se tiver algum ferimento interno? Ele poderia pelo menos ter pegado seu telefone e seu nome, mais ficou meio que paralisado, sem ação pelo que aconteceu. Ele fica andando pelo escritório de um lado a outro, não consegue resolver nada, então pega as chaves do carro e sai, vai conversar com sua avó Nena, quem sabe ela possa o ajudar a entender o que se passa com ele.
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Atualizado até capítulo 60
Comments
Simone Santos
ansiosa pra saber qual a ligação entre a toc e o sr Gael
2024-08-16
4
Lena Macêdo E Silva
quem é rico mora na praia, mas quem trabalha não tem onde morar quem é pobre chora com fome, mas quem tem nome joga prata no ar....
Fagner
2024-01-23
2
Vanessa Eduardo
Está apaixonado
2024-01-05
1