Capítulo 16 - Atendente e, "atendente".

Anne pega o seu cartão, a gerente chama a atendente mandando que ela traga de volta os vestidos.

Gerente: — Fique a vontade para escolher o que quiser…a loja é sua...

Anne: — Muito obrigada!? mais o meu dinheiro essa loja não terá!

Anne se vira e sai da loja bufando de raiva, ainda ouve a gerente passar um sermão na atendente, mais agora é tarde, sentiu tanto ódio, gostara tanto dos vestidos, não desiste, há muitas lojas ali, fará as compras na que for bem atendida sem precisarem saber que é noiva de Marcelo Novais.

Passa por mais algumas lojas onde a olham com a mesma desconfiança da primeira, quando já está desistindo decide entrar em uma loja menor, não tão glamourosa como as outras, começa a olhar as peças de roupa, tudo de boa qualidade. Uma mulher, vem até ela.

Rose: — Olá! O meu nome é Rose, fique a vontade. Se precisar de algo é só me chamar, estarei a organizar algumas peças, abri a pouco tempo e ainda não dei conta de organizar tudo. - sorri.

Anne sorri de volta: — A senhora tem vestidos para festa?

Rose: - Sim. Vou falar-te a verdade, os meus vestidos não são de primeira mão, mais são exclusivos, vou-te mostrar. Eu consigo esses vestidos com mulheres da alta sociedade, faço uns ajustes, coloco uns enfeites e ficam novos, você não encontrará outro igual.

Anne fica admirada com a beleza, delicadeza de material e fineza dos tecidos.

Anne: — Posso experimentar alguns?

Rose: — Mais é claro! Este aqui combina bem com a sua pele e é do seu tamanho.

Rose ajuda Anne escolher algumas peças, ela veste e lhe caem perfeitamente bem, Rose tem o dom de saber o que serve, o que lhe fica bem, mostra-lhe alguns sapatos e acessórios, e o valor que Anne pagaria num vestido em outra loja ali consegue vários, mais bonitos e com material muito melhor.

Rose: — Espere um pouquinho, tem um vestido dourado que acabei de reformar e acredito que vai dar direitinho em você.

Rose traz o vestido e Anne o coloca, quando Anne sai com ele, os olhos de Rose brilham.

Rose: — Menina, parece que foi feito para você! Coloque aquele sapato e essa bolsa, prenda os cabelos… Olhe...

Anne se vira e se olha no espelho, parece outra pessoa, uma mulher... não a garotinha de rua. Anne e Rose sorriem contente com o resultado. Anne pega o cartão para pagar.

Rose: - Querida, se precisar divido em várias prestações...

Anne fica com tudo que experimentou, pega uma blusa para Tia, sapatos para Bela, bolsa para Vagalume, só não leva nada para Grilo e Paizão por a loja ser de produtos femininos. Rose fica tão contente com as vendas…

Rose: — Obrigada querida, se precisar de ajuda...

Anne: — Na verdade, preciso, a senhora poderia indicar-me uma manicure e onde posso cuidar do meu cabelo?

Rose fica feliz com a confiança e passa a Anne o endereço de uma amiga que faz além de cabelos e unhas, maquiagem. Diz a Anne que está a precisar de uma ajudante para trabalhar com ela na loja, pergunta se não conhece ninguém e Anne se lembra de Bela e Tia quem sabe uma delas gostaria de trabalhar ali.

Anne aproveita a economia que fez e passa numa loja popular e compra algumas peças de roupa para o dia a dia, um pijama para dormir, ‘lingeries’ e camisetas para Paizão e Eduardo.

Faz as unhas, hidrata o cabelo e a amiga de Rose ensina-lhe a fazer uma maquiagem básica lhe vendendo alguns produtos.

Volta para casa cheia de sacolas nos braços, feliz, nunca pensou que fazer compras, cabelos e unhas seria tão bom. Todos adoraram os presentes e Bela abriu um sorriso de orelha a orelha quando ela falou do trabalho na loja.

Faltando algumas horas para Marcelo a pegar Anne começa a se arrumar, prende os seus cabelos num coque frouxo, deixa uns fios estrategicamente soltos, faz a maquiagem como aprendeu, um batom realçando a cor dos seus lábios, o vestido…

Marcelo toma um banho, se perfuma, coloca o seu ‘smoking’, o seu pensamento está em Anne, como será que ela vai aparecer? Se parecer com uma boa moça conquistará os seus pais que já estão cansados de o ver com mulheres, digamos, extravagantes, como Isabel. Isabel, ela certamente estará na festa, só espera que ela não arrume confusão, mais se arrumar Anne dará um jeito.

Pega as chaves do carro, se olha mais uma vez no espelho, pisca para si mesmo e sai, não quer se atrasar para pegar Anne novamente. Pensando melhor, vai precisar que ela se mude para seu apartamento, não quer arriscar descobrirem onde ela mora, o seu apartamento é grande e ela poderá ficar no quarto de hóspede.

Chega alguns minutos antes da hora combinada, coloca uma música para ouvir enquanto espera, gosta de Djavan, está ouvindo:

"Eu Te Devoro

Djavan

Teus sinais me confundem da cabeça aos pés

Mas por dentro eu te devoro

Teu olhar não me diz exato quem tu és

Mesmo assim eu te devoro..."

Quando olha para o lado do "refúgio", fica sem fôlego, Anne se aproxima, parece caminhar nas nuvens, num vestido dourado, dando um belo contraste com a pele morena dos seus ombros a mostra, uma abertura na saia que deixa uma das suas pernas bem torneadas a mostra, o vestido moldando o seu corpo perfeito, "onde estava escondido esse mulherão?"- pensa — tem a impressão que ela está mais alta, mais mulher... fica mudo, as palavras somem, o desejo toma conta, a devora..." Mas por dentro eu te devoro"...

Fica tão impressionado que se esquece das regras do cavalheirismo de sair e abrir a porta para ela, está hipnotizado por sua beleza...

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