Acomodados no novo lar, saem para conhecer os arredores e ver se conseguem algumas coisas para vender ou fazer para ganharem uns trocados, é dia, Vagalume já acha um local perfeito para fazer as suas acrobacias, e diz a Toc a sua idéia.
Vagalume: - Toc, minha Mona, pra começar vamos arrumar um lugar movimentado para você fazer o desenho de quem passa, você vai ganhar uma grana com seu dom!
Toc: — Vaga, eu sou tímida, como vou fazer?
Vagalume: - Deixa comigo querida, eu já até imagino, colocamos os que você já fez, eu faço propaganda mostrando o meu, como ficou perfeito e vai ver, vai chover freguês. Gente rica adora esse negócio de Arte!
Toc sorri feliz, Vagalume aponta e gesticula sem parar, há muito tempo ela estava a imaginar como poderia ajudar o grupo, ninguém reclamou mais ela sabe que não é fácil para nenhum deles conseguir ao menos o que comer e ainda estavam responsáveis pelo alimento dela. Mesmo com as ONGs, distribuição de sopa, doações, há dias que não conseguem nem o mínimo, e o que ela puder fazer para ajudar fará.
A alegria de Vagalume contagia, corre pelas ruas, puxa Grilo e Toc pela mão, brinca com os transeuntes, que na maioria leva numa boa e sorri, e os que fecham a cara são motivo de mais brincadeiras para ele. Bela e Tia vem bem atrás com Paizão que já está de olho nos locais onde colocam papelão e latinhas. Paizão vai precisar arrumar um novo carrinho para o transporte dos recicláveis, pois o que tinha foi quebrado pelos "home", mais ele mesmo fará um com o que encontraram no prédio.
Param em frente a um shopping, Toc sente novamente algo estranho, como se já tivesse ali, Vagalume os chama para entrar.
Vagalume: - Vamos, é um lugar público, não podem nos barrar...
Caminham por alguns corredores até que Toc se separa deles e no automático caminha para uma loja de roupas de marca, quando deu por si já estava lá dentro em frente a um manequim sentindo a maciez da peça, não sabe como mais sabia do que é feita, o tamanho e até o preço só no toque, desperta ao ouvir chamarem a sua atenção.
Atendente: — Ei?! O que está a fazer? Tire as suas mãos sujas dai! Aqui não é lugar para você.
A mulher grita com ela, chamando a atenção das pessoas que estavam dentro da loja que olharam para ela com desprezo, Toc se assusta e sai correndo dali, a sua cabeça dói, não entende o que acontece com ela, mais sente ser melhor não lembrar. Encontra Tia e a abraça forte, escondendo seu rosto.
Toc: - Vamos embora daqui?! Por favor!? - chora.
Vagalume e Grilo se aproximam querendo saber o que houve
Paizão também não se sente bem ali, a diferença é que ele se lembra do porquê: — Vamos! Aqui não é lugar para nós!
Todos o seguem, voltam depressa para rua, cada um com os seus fantasmas internos. O que faz um ser humano preferir a rua, a companhia de desconhecidos a da família e parentes? O que os faz escolher perambular de um lugar a outro sem destino certo a ter segurança de um lar? Que medos, traumas ou desilusões povoam os seus corações para preferirem viver assim?
É esse sentimento, a vontade de jogar tudo para o alto, de mandar tudo a me#¿$?%!¡, de sumir que Marcelo sentiu na noite anterior, como se fosse um fantoche nas mãos dos poderosos e da sociedade, onde tudo que faz nunca é o bastante e nunca será. Então, porque continuar? Porque se matar de trabalhar para que outros desfrutem dos benefícios sem esforço algum?
Porém, Marcelo tem Nena, uma senhora vivida e ponderada, que vê sempre o lado bom de tudo que acontece, que entende as artimanhas do destino e acredita que tudo tem um porque e que há sempre uma luz no fim do túnel.
Depois de uma manhã na sua companhia, tomando um delicioso café, ouvindo seus conselhos e caminhando pelo jardim de braços dados, Marcelo está bem mais calmo, refletindo a situação.
Nena: — Já pensou meu filho, se não os visse juntos? Quanto tempo mais seria enganado por eles?
Marcelo: - Tem razão vó, agora eu sei com quem estou lidando.
Nena: — Filho, mantenha sempre a calma, não queira os enfrentar… Use a inteligência e não a força.
Marcelo: — Eu sei vozinha! — dá um beijo no seu rosto -a senhora conhece-me, sabe que não deixarei barato, mais serei cuidadoso, eu prometo.
Nena: — Você é um bom menino, não deixa a maldade e o orgulho ferido tomarem o seu coração, não se iguale a eles.
Marcelo balança a cabeça e sorri para ela, mais na sua cabeça passam mil idéias do que fazer, como irá se vingar, primeiro precisa descobrir o que Gael pretende, porque ele o queria casado com Izabel? E o que eles fazem juntos?
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Atualizado até capítulo 60
Comments
Sandra Maria de Oliveira Costa
no quinto capítulo já gostando muito 🥰❤️
2024-10-25
2
Simone Santos
comecei ler e estou gostando da história,
2024-08-16
3
Lena Macêdo E Silva
o pior que a toc não lembra mas o senhor Gael com certeza vai lembrar e se aproveitar da amnésia dela... será que ela é gêmea com a Izabel ⁉️🤔🙄
2024-01-23
2