Capítulo 11 - No hospital.

"Preencher a ficha, como?" Anne olha para a enfermeira e para Marcelo, e ele parece entender que ela não quer fazer isso, parece com medo. "Será que ela não sabe ler e escrever?" - pensa Marcelo.

Marcelo: - Por favor, poderíamos preencher depois? Ela está muito nervosa. - Dá um sorriso para enfermeira que se derrete toda por ele.

Enfermeira Jane: — Está bem Marcelo! Depois o senhor procura-me então? Para preencher a ficha…- sorri e sai a olhar para trás fazendo charme, e ele sorri de volta.

Anne percebe que ele usa de seu charme para conseguir o que quer, e mesmo sendo para a ajudar não gostou do que ele fez, sentiu um aperto no coração, um sentimento diferente a invade.

Anne: — Obrigada! — se levanta - Como será que Grilo está? — olha para outro lado.

Um médico vem até eles, conhece Marcelo há muito tempo, chega e o cumprimenta antes de dar informação sobre Grilo.

Dr Paulo: — Marcelo!? É você aqui!!Como vai amigo?! Foi você que trouxe o garoto? - se abraçam.

Marcelo: - Sim Paulo, que bom que é você que está

atendendo hoje!? E como ele está?

Dr Paulo: — Ele foi para cirurgia. O seu apêndice está inflamado. Que bom que o trouxe logo, se demorasse poderia complicar. Eduardo é um garoto forte, daqui a pouco estará bom.

Marcelo: - Eduardo!? Há sim Eduardo. O Grilo!

Dr Paulo: — Ele disse-me que o seu nome é Eduardo Santos.

Anne estava atenta a conversa deles, então Grilo se chama Eduardo, Eduardo Santos, porque nunca lhe disse o seu nome? Porque nunca perguntou o nome verdadeiro de todos do grupo? Mais o que é um nome? Porque se lembrou do seu? "Anne Beatriz" "Anne Beatriz de Lima" quem era Anne Beatriz? O que ela fazia? Quem eram seus pais? Porque ninguém a procurou? Do que ela fugia? Mais agora não é momento para pensar nisso.

Anne: — Ele vai ficar bem?! Eduardo vai ficar bem?!

O doutor olha para ela e sorri: — Sim, ele vai ficar bem. Pode ficar tranquila. É frequente esse tipo de cirurgia.

O doutor se despede deles e volta para emergência.

Marcelo: — Aceita aquele cafezinho agora?!

Anne: - Eu preciso avisar que Grilo está bem...

Marcelo: — Use o meu celular! — Retira do bolso, destrava e oferece-lhe. — Vi que deixou o celular com a sua tia, está na última ligação.

Anne pega o celular e liga. Tia atende e ela explica o que aconteceu, a deixando mais calma. Tia diz que Vagalume e Bela ainda não chegaram e que Paizão estava do seu lado esperando notícias. Anne diz que volta assim que der, para ficarem tranquilos, desliga e entrega o celular para ele.

Marcelo: — Tudo certo?! Vamos tomar o café então!?

Anne aceita, não comeu nada o dia inteiro, o seu estômago está até roncando: — Vamos, estou mesmo com fome.

Marcelo sorri e dá o braço a ela que exita um pouco mais o segura. Vão juntos a lanchonete do hospital, Anne se assusta com o preço de tudo, aí cai a ficha: "estão num hospital particular, e ela e todos do grupo não tem dinheiro". Balança a cabeça para não pensar nisso agora, o que importa é que Grilo," Eduardo" ficará bem. Depois ela pensa num modo de resolver tudo isso.

Marcelo percebe que ela está preocupada e que parou de comer.

Marcelo: - O que houve? Está ruim?!

Anne: — Não é isso, está tudo ótimo... obrigada. Você está sendo muito gentil, devo-te muito já…

Marcelo: - Esqueça isso e coma, tudo ficará bem. Acharemos uma maneira de acertamos tudo. - A olha atrevido.

Marcelo planeja uma maneira de ter essa garota sempre por perto, não sabe o que está a acontecer com ele mais se sente bem do lado dela, se sente forte, capaz de enfrentar o que vier.

O seu celular não para de vibrar, o pega e há inúmeras ligações de Isabel e do seu pai, havia esquecido que estava a falar com ele na hora do pequeno acidente, havia desligado o celular assim que entrou no carro. Pede licença a Anne para ligar.

📱 Marcelo?! O que houve?! Você me deixou falando sozinho...

📱Me desculpe pai, houve um imprevisto. Estou no hospital.

📱Se machucou?! É grave?

📱 Não pai, não se preocupe, não é comigo, estou ajudando uma amiga. Depois a gente se fala.

Anne ouve a conversa, uma amiga, será? Há momentos que ele lhe parece mesmo um amigo, mais há outros que ele a olha com um olhar que a deixa sem ar. Mais deve ser coisa da sua cabeça, não há como um homem como ele se interessar por uma garota de rua que até poucas horas não sabia nem o seu nome.

Voltam para a recepção, a enfermeira de antes vem conversar com Marcelo, Anne se levanta e os deixa a sós, vai até a porta da emergência querendo ver o que acontece lá dentro. Uma outra enfermeira a vê e vem até ela.

Enfermeira: — Oi! Está preocupada com o garoto não é? — Anne balança a cabeça confirmando — Ele está bem, a cirurgia já acabou e logo o levarão para o quarto e poderá ficar com ele.

Anne respira aliviada: - Que bom, muito obrigada!!

Anne olha para Marcelo e ele está dando um de seus cartões a enfermeira, " é mesmo um cafajeste" pensa. " O melhor é ficar longe dele".

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