Capítulo 18 - Enfrentando as feras.

Anne não gostou nenhum pouco da maneira que o primo de Marcelo a olhou, na verdade, não gostou nada dele, o seu jeito debochado de falar, se achando o tal, Marcelo tem razão de não gostar dele.

Anne: — O que eu fiz para Marcelo querer se casar? Não conte a ninguém — cochicha para ele — mais eu costurei o nome dele, na boca de um sapo. Eu sou uma bruxa sabia? — ri.

Marcelo ri da cara que Valdir fez ao ouvir o que Anne lhe disse, ele ri amarelo quando percebeu que ela brincava com ele.

Marcelo vê os seus pais chegarem, pede licença a Valdir para ir até eles. Mais uma que Anne terá que enfrentar.

Marcelo: — Pai, mãe, quero que conheçam Anne, minha namorada…

Marta cumprimenta Anne, a analisando, já o seu pai abriu um sorriso apertando- lhe a mão.

Sr. Novais: — Anne? Não sabe como é bom ouvir o meu filho dizer isso.

Anne: — Dizer o que Senhor?

Sr. Novais: — Namorada! Acredita que ele nunca nos apresentou ninguém assim!? Como namorada! Isso deixa-me muito feliz…

Marcelo sorri e abraça Anne.

Marcelo: - Então pai, eu segui os seus conselhos e quando conheci Anne...- olha para ela com cara de apaixonado - percebi que ela era perfeita para mim...

Anne também sorri. O pai de Marcelo é muito simpático com ela, elogiou o filho várias vezes é notável a admiração que tem por ele. Anne se sente mal por o estar enganando, um pai sempre quer o melhor para o filho e é isso que Sr. Novais deseja, que Marcelo seja feliz. Já a sua mãe mal os cumprimentou já os deixou para conversar com um casal que chegara. Marcelo pede licença e vai buscar algo para beberem.

Sr. Novais: — Anne, faz tempo que eu não vejo o meu filho assim, alegre, espontâneo. Sei que é por sua causa, você faz bem a ele...

Marcelo pede as bebidas e está esperando quando Isabel se encosta nele por trás, esfregando seus seios fartos em seu braço.

Isabel: — Não acreditei no teatrinho entre você e aquela sem sal... Duvido que ela aquente metade do que nós fazíamos...

Marcelo: — Porque não vai procurar outro para infernizar Isabel, estou com Anne, apaixonado por ela.

Isabel: — Você está dizendo isso para me provocar, eu sei.

Marcelo: — Você se acha não é?! — Pega as bebidas e volta para seu pai e Anne, os encontra a rir, pelo jeito Anne conquistou Sr. Novais, fica os observando por alguns minutos.

Marcelo: — E então pai?! O que achou da minha futura noiva?

Sr. Novais: — Marcelo, se você deixar essa menina escapar...- sorri para Anne — Se eu fosse solteiro eu casava-me com ela! — Pisca para Anne.

Começam a servir canapés e outros salgadinhos finos, Anne se lembra dos seus amigos no "refúgio" e de como ficam felizes com um simples pão com mortadela e como é realmente bom e sustenta de verdade, o pai de Marcelo nota como ela olha para a bandeja de canapés.

Sr. Novais: — Aposto que prefere algo que mate a fome de verdade, não esses tira gostos minúsculos.

Anne: — Como adivinhou? Sou pequena mais como bem!

Sr. Novais: — Marcelo, saindo daqui leve essa menina num bom restaurante!

Marcelo concorda com a cabeça, na verdade, ele também está com fome e já está cansado de estar ali, sair com Anne seria uma boa, mais do jeito que o seu pai está todo derretido por ela não os deixará sair tão cedo dali.

Começam a tocar músicas e alguns casais começam a dançar.

Sr. Novais: — Marcelo se não for dançar com Anne eu vou...-sorri.

Marcelo: — Anne, dá-me o prazer de uma dança.

Anne ia dizer que não sabia dançar, o som da música contagiante entrava nos seus ouvidos e o seu corpo parecia se mexer sozinho, "eu amo dançar!" foi o que passou pela sua cabeça, pegou a mão que Marcelo lhe estendeu e foram para pista, Marcelo ficou mais uma vez deslumbrado com ela que parecia flutuar a seguir a música com movimentos precisos e ‘sexy’, sendo admirada pelos presentes, depois de algumas músicas mais agitadas começam as lentas, Marcelo segura as mãos de Anne, a puxa para si, colando os seus corpos, ela encosta a cabeça no seu peito sentindo o seu coração pulsar forte, o cheiro másculo dele penetra as suas narinas, um calor percorre o seu corpo, Anne se sente segura nos braços dele.

Marcelo fecha os olhos e sente o perfume delicado dos cabelos de Anne, o seu corpo pequeno e lindo colado ao seu lhe desperta sensações que ele jamais sentiu, um desejo de a proteger, de saber tudo sobre ela, de a livrar dos seus fantasmas, invade a sua mente, seu ser, descobrir do que ela gosta, a fazer sorrir…

O coração e a mente de Anne estão num impasse, o coração dizendo para que ela se deixe levar, para aproveitar o momento, curtir... A mente a repreendendo, a lembrando que é tudo falso, uma dívida sendo paga e que em três meses voltará a realidade, as ruas, ao seu grupo, a mente vence. Marcelo pega em seu queixo carinhosamente, olhos nos olhos, ele vai beija-la...

Anne: - Me desculpe! - se solta de Marcelo - preciso ir ao toalete.

Marcelo frustrado, vai para junto do seu pai, sabe que passou um pouco do limite. Anne vai ao banheiro, entra, fecha a porta e se encosta nela, a sua respiração está acelerada, o seu coração parece que quer sair pela boca, ela queria o beijo, queria muito e isso a assusta, não quer ser mais uma conquista de Marcelo, não quer se envolver…

Está ali brigando com os seus sentimentos quando alguém bate na porta.

— A bonequinha está passando mal?! Será que está dando o golpe da barriga em Marcelo? — debocha Isabel.

Anne respira fundo e abre a porta, Isabel está em frente ao espelho retocando o seu batom, a olha de cima, com desprezo.

Isabel: — Queria dar-te um aviso, boneca, Marcelo é meu e não será uma garota sem sal que vai o tirar de mim.

Anne: — Acho que Marcelo é bem grandinho para decidir com quem quer ficar.

Isabel se aproxima de Anne, bota o dedo no seu rosto, mais ela não se deixa intimidar.

Isabel: — Coisinha insignificante! Olhe bem para você e depois olhe para mim! Não dou muito tempo para ele perceber a burrada que está fazendo, sentir falta desse corpão aqui com o qual ele fazia loucuras...

Anne: - É por isso que ele lhe deixou, é apenas um corpo, sem conteúdo...

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