Toc, no fim do dia, vai para o "refúgio", está desanimada, o dia não foi tão produtivo como os outros além da perda do seu material, encontra Tia preocupada.
Tia:- Grilo está a reclamar o dia todo de dor na barriga e a sua mãe saiu cedo com Vagalume e não voltaram ainda.
Toc : — O que foi Grilo, o que está sentindo? Está doendo muito?
O menino realmente não está bem, logo hoje que ela não conseguiu nada, não sabe o que fazer, Paizão saiu também, não tem hospital público por perto. Tia está nervosa, andando de um lado a outro esfregando as mãos, ele é pequeno mais elas não o conseguem carregar, e está se contorcendo de dor.
Tia: — O que vamos fazer? Se paizão estivesse aqui... se fosse um machucado eu cuidaria, mais dor assim, nesse lugar, não é coisa boa…
Toc se lembra do cartão que Marcelo lhe deu, mais não tem um celular para ligar, lê o endereço, se correr consegue chegar em meia hora, de táxi cinco minutos. Revira a sua bolsa catando todo o dinheiro que tem. Mais não dá. Tia percebe o seu nervosismo e vê o cartão na sua mão.
Tia: — Vagalume trouxe um celular esses dias, estava nas coisas dele!
Toc corre para o procurar a torcer para que funcione, o encontra, respira aliviada quando consegue o ligar, digita os números e fica ansiosa esperando, ele toca, toca, muitas vezes.
Marcelo está a caminho da casa de Nena, o celular toca, não quer cometer o mesmo erro de mais cedo, então procura um lugar para estacionar, pega o celular e o número é desconhecido, não costuma atender, mais num impulso o faz.
📱 Alô!?
📱 Senhor Marcelo Novaes?! Sou eu, a garota do acidente de manhã, disse para ligar se precisasse, eu preciso, preciso de ajuda...
📱 Calma, fale devagar, não está bem? Eu queria ter-te levado ao hospital…
📱 Não é para mim, um menino meu amigo, está muito mal, por favor me ajude...
📱 Está bem, passe-me o endereço que estarei aí rapidinho.
Toc passa a localização e diz que vai o esperar na rua. Marcelo sente a ansiedade na voz dela, conhece o local, dá meia volta e se dirige até lá.
Toc: — Aquenta firme Grilo, vou buscar ajuda, volto o mais rápido possível tá bom?! — Dá um beijo na sua testa e sai a correr.
Toc sai do "refúgio", sabe que Paizão pediu para não mostrarem para ninguém onde estão, mais precisa de ajuda urgente, fica na rua esperando por Marcelo, os cinco minutos que demorou pareceram uma eternidade para ela.
De longe Marcelo vê a garota que tirou a sua paz o dia inteiro, sabe ser uma urgência, mais está feliz de a ver de novo. Encosta o carro, estranha o local, pois não tem residências ali, apenas um prédio abandonado.
Toc: — Vem comigo, por favor, Grilo está muito mal.
Marcelo a segue, entram por um corredor, passam por uma porta escondida, lá dentro uma mulher com um garoto que parece mesmo estar muito mal.
Marcelo: - Oi! Sou Marcelo.
Toc: — Grilo, ele vai nos ajudar...
Só então Marcelo entende que Grilo é o apelido do garoto, o pega com a ajuda da garota, que dá um beijo na testa da mulher que estava igualmente nervosa.
Toc: — Tia, assim que der eu mando notícias, vou deixar o celular com você.
Com cuidado levam o menino até o carro, Toc coloca a cabeça de Grilo no seu colo e vai tentando o acalmar. Marcelo observa tudo, fica admirando o cuidado e carinho que eles têm um com os outros, mais são tão diferentes para serem da mesma família, e o lugar onde estavam?? Tudo muito estranho, mais não é hora de ficar pensando nisso.
Marcelo vai o mais rápido possível, os leva para o hospital particular, onde sua família é sempre tratada, olha pelo retrovisor e vê a preocupação no olhar da garota.
Marcelo: — Estamos chegando, tenha calma.
Marcelo pega o celular e avisa o hospital que estão chegando e como o garoto está, assim que estaciona eles vêm com a maca, colocam o garoto e o levam para emergência. Toc segura a mão dele, mais não a deixam entrar.
Toc: — Eles vão cuidar de você, vai ficar tudo bem…
Marcelo segura os seus ombros a confortando e a puxa para se sentar numa cadeira. Lágrimas correm pelo rosto dela, que esfrega as mãos nervosa, ele tem um desejo imenso de a abraçar, mais assim que se sentaram ela afastou-se dele.
Marcelo: — Ele está em boas mãos. É o melhor hospital da região. O seu irmão…
Toc levanta os olhos e olha para ele, os seus pensamentos estão a mil, só agora se deu conta que não sabe o nome verdadeiro de Grilo, que eles não têm identidade, no sentido real da palavra, "identidade", como vai explicar tudo a ele, ao hospital?? Não quer continuar a mentir, mais o que ele vai pensar?? Como vai despejar toda a história deles? Não pode. Não pode expor os seus amigos.
Toc: - Ele não é meu irmão. É complicado...
Marcelo: — Não se preocupe, não precisa falar-me, se não quiser.
Posso saber pelo menos o seu nome?
Toc não sabe como, nem porque, saiu dos seus lábios sem pensar.
Toc: - Anne, sou Anne Beatriz!
Marcelo estende a mão com um sorriso nos lábios, o sorriso mais lindo que ela já viu.
Marcelo: — Prazer Anne Beatriz!
Ela dá-lhe a mão que ele aperta e dá um beijo, Anne sente novamente uma tensão no ar, um sentimento estranho a invade, ele levanta os olhos e a fita. O clima é dissolvido com a voz da enfermeira.
Enfermeira:- Marcelo?? Vocês são responsáveis pelo garoto? Preciso que preencham a ficha de entrada dele.
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Atualizado até capítulo 60
Comments
Claudina Damasceno
e agora?como preencher uma ficha sem saber nada do Grilo?
2024-12-17
1
Lena Macêdo E Silva
🙄📖🤔
2024-01-23
1
Cleide Almeida
eita viu
2023-12-31
2