Capítulo 4 - Grupo Novais

Na cobertura de um dos maiores e melhores prédios da capital, em uma festa da empresa, Marcelo Novais se afasta do grupo de sangue suga falsos e puxa sacos que não lhe deram sossego por um minuto, a maioria querendo um cargo mais alto ou o encher com ideias mirabolantes, só veio porque seu pai insistiu, ele está com a cabeça a mil com as cobranças dos seus pais que querem que ele sossegue e se case antes de assumir a presidência do grupo Novais dentro de alguns meses, não entende porque precisa ter uma esposa e, porque não pode continuar com a sua vida de ‘playboy’, está no alge com seus trinta anos, um corpo bem cuidado, e ganhando muito dinheiro, se casar?! Isso em nada mudaria o fato dele ser um perito em tudo que faz, além de ter elevado o nome do grupo e ter conseguido uma alta de quase cem por cento nas ações do mesmo, sempre foi o melhor em tudo, nos estudos, no trabalho, sempre almejou o melhor não por ganância, e sim pelo seu crescimento pessoal, mais nunca é o suficiente. Mesmo assim as cobranças não param, " será melhor para imagem do futuro presidente " " na sua idade já tinha sossegado" " precisa de alguém que o complete", é o que escuto de meus pais diariamente, os acionistas querem cada vez mais dinheiro e os seus pais, por serem de uma geração que valorizam a família e a sua hierarquia, ficam-lhe arrumando pretendentes e mais pretendentes, umas garotas que fingem ser o que não são, interesseiras e vazias, que só sabem falar de jóias, estética e fofocas da alta sociedade, e são essas pessoas que o rodeiam na festa, talvez esteja ficando estressado, não aquenta ouvir mais nada, nem fingir sorrisos, precisa sair dali.

Está a procura de Isabel, com quem veio, ela pelo menos não esconde ser quem é, filha de um dos acionistas, muito bonita, loira com um corpo escultural, com seus vinte e cinco anos, ele impressionou-se com a sua beleza quando a encontrou nos corredores da empresa, a atração foi imediata, meia hora depois que se esbarraram já estavam transando, e hoje estava incrivelmente sexy em um vestido preto colado e curto deixando seus dotes visíveis, sabe que a maioria dos homens e até mulheres presentes a desejam, ela, como ele, diz adorar um sexo casual, já há alguns meses têm se encontrado, um satisfaz o desejo do outro, sem cobranças, mesmo ela dizendo que ele é o único em sua vida no momento, pelo menos até agora é a melhor opção que ele encontrou. Marcelo pensa em propor-lhe, não o casamento, mais um contrato, com ela poderia ter uma "relação aberta" como dizem e deixaria os seus pais felizes.

Está decidido a isso quando ouve vozes, e uma delas é de Isabel e a outra do sócio de seu pai e maior acionista do grupo, Senhor Gael.

Isabel: — Ele come nas minhas mãos. Não dou mais que uma semana para ele me propor casamento…

Gael: — Boa menina! Vem cá... Sabe que terá tudo que quiser quando conseguir isso.

Marcelo percebe que falam dele, se sente o maior imbecil do mundo quando vê Isabel fazendo um oral no velho, sim. Gael é quase da idade do seu pai," que bela bisca... é ela, filha da pu... E eu achando-me o gostosão, cai direitinho!" — pensa com nojo — "mais isso não vai ficar assim, se pensam que vão controlar-me estão muito enganados!"

Ele volta para festa louco de raiva, ela é apenas mais uma manipuladora e puxa saco, mais o que Gael pretende com isso? Se diz amigo do seu pai, um falso, lobo em pele de cordeiro. Toma um Uísque e sai dali o mais rápido possível, está se sentindo sufocado, enganado, um objeto, entra no seu carro e sai pelas ruas sem rumo, bem que o seu pai avisou-lhe para ter cuidado, que nesse ramo de negócios são cobras comendo cobras, percebe também que não daria conta de ter uma " relação aberta ", ser corno não é para ele, na teoria é moderno, bonito, mais quando percebe a realidade, não, talvez no fundo, infelizmente, seus pais tenham ração.

Dirigi até a casa de sua avó, uma das poucas pessoas que o ama sem exigir nada em troca, está carente de um carinho verdadeiro e precisa de um lugar para esfriar a cabeça e pensar no que e como fazer para não se deixar mais cair em armadilhas como a de Gael.

Nena o recebe de braços abertos: — Pensei que havia esquecido de mim, meu querido.

Marcelo a abraça levantando-a no ar: - Jamais! Vozinha querida, meu porto seguro, sabe que é a pessoa mais importante pra mim! Me desculpa o horário, sei que já estava dormindo..

Nena: - Minha casa está aberta para você a qualquer hora, você sabe disso! Vá tomar um banho enquanto faço um chá para você, seu quarto está do jeito que deixou.

Marcelo lhe dá um beijo e faz o que ela disse, desliga o celular, não quer falar com ninguém, toma seu chá e dorme com o cafuné de Nena, não quer pensar em nada por pelo menos um dia.

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