capítulo 9

— Não, obrigado! Já pedi um Uber

— Cancela, por favor! Precisamos conversar sem brigar! Entra e Cancela.

Ela entrou no carro e ele arrancou devagar. Então se olharam e faltaram palavras para iniciar a conversa.

Gustavo dirigiu até uma praça e estacionou.

- Mariane,nunca vou me perdoar pelas palavras que eu disse ontem sobre você. Tem razão, ao dizer que não tive piedade, que não valorizei os seus sentimentos e a sua entrega. Eu era um moleque. Não é verdade que você tenha sido ou seja uma puta. - nesse momento ele a abraçou e secou as suas lágrimas.

— Perdoe a minha insensatez, o meu ciúme.

— Ciúme? Você foi muito mal comigo.

— Vou te deixar em casa e sigo para o hospital. Tive uma noite péssima pelas minhas palavras para você. Naquela hora eu queria te machucar, mas, acabei me machucando.

— obrigado por dizer-me essas palavras, eu estava me sentindo muito mal.

Então foi abraçada e beijada ardorosamente.

— Vou te deixar em casa para que possa descansar! Perdoa as minhas palavras desastrosas.

Pouco depois a deixou em frente ao seu prédio.

Mariane entrou em casa sentindo nos lábios o calor dos lábios dele e o seu abraço.

— mãe, cheguei! Vou dormir um pouco, me acorda por volta do meio dia. Tenho de ir à faculdade hoje.

- Pode descansar que eu te acordo na hora!

— A Julia já foi para a escola? Vou levar ela comigo na faculdade. Penso que vai gostar do ambiente.

— Descanse, te acordo para almoçar! Filha tem certeza que precisa trabalhar tanto assim? Poderia manter apenas o seu trabalho do hospital e deixar essa clínica, assim teria mais tempo para viver e para sua filha!

— Tem razão mãe, estou muito cansada! Acredito que quando terminar a pós-graduação ficarei melhor.

Mariane adormeceu assim que a mãe saiu do quarto. Só acordou com a Júlia dando beijinhos e chamando para almoçar.

— Boa tarde! minha princesa linda! Vou tomar um banho e logo estarei com vocês para o almoço.- disse a fazer cócegas na filha.

- Já almocei quando cheguei da escola! E tomei banho também.

— Então me aguarde! — Disse a entrar no banheiro. Tomou um banho relaxante, fez a sua higiene e quando chegou na sala para o almoço já estava totalmente pronta para sair.

— Júlia, hoje vamos juntas para a faculdade.

Quando saiu com menina estava alegre e as duas brincaram de toleta até o carro de aplicativo chegar?

— Edu, essa é a minha princesa Júlia! Hoje ela veio comigo para tomar sorvete na saída. — Apresentou a filha para o amigo.

...- Esqueceu que eu iria te buscar em casa para vir para cá?...

- Desculpe, esqueci mesmo, só lembrei do horário para estudo.

— Vamos para a biblioteca então. E passaram a tarde e o começo da noite fazendo pesquisas e reordenando o trabalho.

— Hoje preciso sair cedo, tenho plantão noturno! — o amigo informou e ela concordou. Então saíram da biblioteca por volta das seis e vinte da noite.

Mariane resolveu esticar a noite com a filha. Foram passear no ‘shopping’ onde fizeram lanche e depois a menina foi brincar nos carrinhos e ela ficou apenas observando o movimento. Até ouvir uma voz bem conhecida próxima dela.

— Onde está o namorado? Te deixou só hoje?- Disse sentando a seu lado. — você está muito bonita!

— Trouxe a Júlia para se divertir um pouco, mas estou cansada! — Disse a ignorar a pergunta inicial. — E você doutor? Que faz num ‘shopping’ a noite desacompanhado?

— Trouxe a minha sobrinha para passear e ela está naquele brinquedo. — apontou. -Estou acompanhado sim.

Então a Júlia aproximou-se sorridente e ele observou nela o próprio sorriso. Era uma menina de fato muito bonita, e era sua filha.

— Olá Júlia como vai? Você é uma linda mocinha!

— Estou bem! Muito obrigado!

— A sua mãe já te disse que o seu papai sou eu?

— Você está namorando a minha mãe? Ela não pode namorar! — disse zangada.

— Eu não estou namorando a sua mãe. Namoramos antes de você nascer. — Disse calmo.

— o meu papai não vai gostar se ela tiver um namorado. — Disse ciumenta sentando no Colo da mãe e abraçando o seu pescoço.

- Muito bem! Gostei da sua defesa! - sorriu.

Mariane não esperava aquela conversa em pleno ‘shopping’ numa noite de sexta-feira. Estava trêmula pela reação da menina.

— Eu sei quem é você. Estava na praia conversando com a minha mãe. — disse séria.

— Verdade! Eu nem sabia que a sua mãe tinha uma filha tão esperta, inteligente e gosta de sorvete!

Nesse momento uma jovem mulher aproximou-se e o convidou para sair com a menina para continuar o passeio. Mariane evitou olhar na direção da mulher. Então ele apresentou-as.

— Maura, essa é a Mariane, mãe da Júlia. Essa mocinha ciumenta, esperta, inteligente e muito estudiosa!

— Olá Maura! — Cumprimentou com um sorriso.

— Olá Mariane! Tenho ouvido falar muito de você e da Júlia!

- Olá Júlia! Não vai dar um abraço na sua tia?

A menina levantou e foi abraçar a tia sem entender muito bem de onde saíram.

— Essa é Antonela sua prima! Vocês são da mesma idade! — Apresentou a filha. As duas abraçaram-se e iniciaram uma conversa.

— Quando entrei no ‘shopping’ não esperava encontrar vocês, e muito menos que a Júlia fosse apresentada a família. Ela não sabe que Gustavo é o pai dela. — disse séria.

— Porquê não contaram ainda?

— Depois te conto a história toda! — ele interveio.

A irmã do Gustavo era bastante simpática e as meninas entenderam-se muito bem. Então Mariane despediu-se do casal de irmãos e da sobrinha.

— Até amanhã! — Disse Júlia beijando a prima e a tia, para Gustavo um abraço.

— Posso te deixar em casa e voltar para pegar a Maura. — sugeriu.

— Não precisa. Obrigado. Rapidinho chegamos em casa.

A cabeça da Mariane estava a dar voltas, ele falou sobre ela e a filha com a irmã. Porquê teria feito isso? Ela não aceitou fazer o exame que ele exigiu. Melhor relaxar e responder as perguntas da filha.

- Aquele moço disse que eu sou filha dele. E verdade? Eu não quero outro pai, só aquele que foi embora e vai voltar.

- Então, aquele moço, se chama Gustavo, a mamãe namorou ele quando era muito jovem, e juntos encomendamos você. O seu pai não soube da sua existência e só ficou sabendo depois daquele dia na praia.

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