capítulo 7

Gustavo a levou para casa e durante o percurso o silêncio era quebrado apenas pela respiração de ambos. Em frente ao prédio ele saiu do carro, deu a volta e abriu a porta para ela sair.

— Boa noite! Mariane! — Disse frio

— Boa noite! doutor! — Entrou no prédio sem olhar para trás. Ouviu o carro saindo, tentando conter as lágrimas. Para sua sorte o porteiro estava falando com um morador, entrou no elevador sem ser notada. Abriu a porta devagar e entrou em casa cuidadosamente. No quarto desabou. Sabia que poderia ter evitado tudo que aconteceu.

Adormeceu chorando como a sete anos.

Na manhã seguinte estava dolorida, mas a dor maior era no coração. Decidiu que mesmo no hospital evitaria encontrar o Gustavo, mas havia exigência dele sobre a paternidade.

— Mariane o Doutor Gustavo quer falar com você sobre o paciente João.

— Por favor, avisa que dei uma saída, chama a Edna para atender. — disse e trancou—se na sala.

— Mesmo que ele viesse procurá—la não a encontraria. Ouviu a sua voz do lado de fora e prendeu a respiração. Estava nervosa e não queria encontrá-lo.

— Avise a enfermeira Mariane que preciso falar sobre o paciente. Quero testar outra medicação no curativo.

Mariane ouviu tudo atrás da porta, tremendo. Aguardou alguns minutos e saiu cautelosa para o corredor.

— Está fugindo do doutor bonitão chefe? — brincou uma técnica. — Esse eu pegava!

— Esse, eu não quero pegar! — Respondeu séria

— Mariane! Chamou a amiga. — O doutor Gustavo quer falar com você!

— Edna, eu quero distância desse homem! — disse.

— Saiu com ele e o resultado foi Desastroso?

- Ele me vê como a sete anos. Não quero ser amante de um cara que só quer me encontrar no

local de abate.

— Você tranzou com ele? Então ferrou!

— Nunca mais vou permitir que ele me toque.

— E como vai fazer para fugir dele? Não esqueça que trabalhamos no mesmo hospital, impossível não se encontrar!

— Posso encontrar profissionalmente, nunca mais, como homem!

— Então Prepare-se, ele voltou e já te viu. Terá de enfrentá-lo.

— Bom dia! enfermeira! Preciso-lhe falar sobre o curativo do João. — Disse sério. — Podemos falar agora?

— Sim, podemos falar sobre o curativo. Abriu a prescrição e a indicação do curativo, virando a tela para ele, mas, o toque foi inevitável. Ela se pp0afastou um pouco. — Então doutor? O que precisa ser trocado?

— Não fuja de mim. Te encontro em dois tempos. -Murmurou a apontar para tela fingindo assinalar algo. — Te espero na saída.

— por favor, me esquece!

— Ainda não! Não fuja! te encontro na sua saída do hospital.

Mariane não respondeu e ele saiu. Falou com o paciente e se foi.

- o que ele queria de verdade?

- Enfernizar minha vida! De onde essa praga saiu?

— Quem mandou bancar a sereia? Tubarão te pegou!

— E eu vou te matar se continuar me zoando!

— A minha afilhada vai ficar órfã da dinda dela!- saiu a rir da amiga.

O plantão foi bastante trabalhoso, e quando chegou a sua rendição, ela hesitou em deixar o setor, temia o encontro com Gustavo.

Entrou no elevador e desceu no segundo andar. Passaria para outro elevador no fundo do corredor e sairia rapidamente pela recepção principal e pegaria um táxi até vá clínica onde deveria continuar sua jornada. Assim ela fez e conseguiu chegar a tempo na clínica.

Recebeu uma mensagem no celular; — Vai se arrepender de fazer-me de palhaço!

Leu e não retucou.Apenas sorriu e continuou a trabalhar.

Na manhã seguinte saiu do plantão muito cansada e disposta a descansar antes de ir à faculdade para a aula da pós-graduação.

Entrou em casa, beijou a filha que estava saindo com a avó para ir ao colégio. Tomou um café puro,um banho frio, vestiu um pijama, mas antes observou as marcas ainda presentes no seu corpo. Em seguida deitou e adormeceu pesado.

Quando despertou assustou-se com a hora e saiu rapidamente para a faculdade.

Na saída estava acompanhada do amigo Eduardo que a conduzia com a mão no seu ombro. Não observou o carro de Gustavo parado no estacionamento. Estavam a brincar e o amigo beijou os seus cabelos.

— Vamos fazer um lanche? Estou morto de fome!

— Vamos fazer melhor, preciso de uma refeição, algo como carne seca com apimentado, batata frita e refrigerante! - Sugeriu.

— Então vamos para o restaurante! — sentaram ficaram a conversar enquanto esperavam a refeição e pareciam muito felizes juntos.

— Quer uma carona? Te deixo em casa e vou para o meu plantão! — ofereceu o amigo.

— Aceito a sua carona e agradeço pela sua companhia! Amanhã estou de folga e nós podemos, se encontrar na biblioteca para estudar.

— Então eu passo na sua casa por das quatro da tarde e vamos para biblioteca

— combinado! Te aguardo amanhã as quatro! — despediu-se do amigo com um beijo no rosto.

Caminhava para a entrada do prédio quando Gustavo enviou uma mensagem pedindo que aguardasse na entrada do prédio. Ela olhou em volta e seguiu adiante, mas parou, com receio de ser agredida verbalmente na rua.

— Esse cara é o tal namorado? Vem comigo! — disse a pegar o braço dela e a conduzindo para o seu carro.

— Eu estava a chegar em casa. Não posso sair com você!

— Pode sim, me deve isso. Esqueceu que fugiu de mim ontem sua vadia!

— Você está me destratando? Não tenho obrigação alguma de atender os seus chamados, as suas ordens. Não tenho nenhum compromisso com você!

— Compromisso não tem, mas, não vou admitir que faça amor com outro cara como faz comigo.

- Você é louco! Durante sete anos, ficamos sem nenhum contato, eu poderia ter tido vários amantes e não seria da sua conta! Agora vai regular os meus passos? Vai cuidar da sua vida!

— Não me faça ser violento com você! A partir de agora vai fazer exatamente como eu disser.- Segurava o seu pescoço e beijou a sua boca. — você me pertence. Quero você para sempre na minha vida. Quero esse corpo, essa mulher forte, inteligente, gostosa, e para isso não precisamos de formalidades como o casamento. Vamos para o meu apartamento conversar sobre o que teremos um do outro. Te quero muito!

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