18. Apaixonada

Os olhos verdes se abriram lentamente e fitaram o teto branco do quarto do hotel. Ela sentiu o calor próximo do seu corpo e um peso sobre a sua cintura. Foi então que ela se recordou do acontecido de horas antes. Pérola virou o rosto com cuidado e pode ver as feições leves e relaxadas de Kai, que dormia profundamente. Ele já era lindo, mas vê - lo daquela forma tão relaxada o deixava mais belo ainda.

Com cuidado, a morena tirou o braço dele de sua cintura e se ergueu devagar para não acordá - lo. Como já tinha tomado um banho antes de dormir com ele, a surfista apenas se levantou e se vestiu; Ao pegar o celular, percebeu que ainda eram vinte e duas horas, provavelmente seu pai ainda não havia chegado e ela poderia voltar para casa sem problemas.

Pérola deixou um bilhete carinhoso na cabeceira da cama e saiu do quarto em silêncio, dando uma última olhada no namorado antes de sair. Com um sorriso, a surfista desceu para o hall de entrada, onde encontrou Gael, que ficou curioso ao ver a amiga ali naquele horário:

— Mulher, o que esta fazendo perdida por aqui? - O jovem perguntou.

— Estava com o Kai, perdi a noção do tempo. Sabe me dizer se meu pai passou por aqui? - Pérola perguntou se aproximando do balcão.

— Ainda não apareceu para a verificação noturna. - Gael riu. - Então, é novidade você ir até o quarto do Kai.

— Pois é, sempre tem a primeira vez.

— Tu deu? - Gael perguntou direto com um sorriso travesso.

— Gael! - Pérola corou.

— Sortuda do cão! - Ele fingiu estar irritado fazendo a amiga rir. - Foi bom?

— Foi. - Ela respondeu com um ar apaixonado. - Ele foi bem cuidadoso.

— Isso me deixa feliz. - Gael saiu do balcão e foi até Pérola para abraçá - la. - Parabéns, agora você é uma mulher completa. E se ele fizer qualquer coisa ruim com você, me avise que eu quebro ele.

— Não precisa se preocupar, estamos muito bem, por isso decidi dar esse passo. - Ela suspirou. - É uma pena que tudo isso pode ser temporário.

— É por ser temporário que você tem que aproveitar, apesar que, não acho que ele vá desistir de você tão fácil, ainda mais após pedi- la em namoro.

— O problema é que moramos longe um do outro e vai ser complicado ficar namorando a distância.

— Não pense nisso agora, viva um dia de cada vez.

Os amigos ouvem passos e logo Netuno surge:

— Filha, o que faz aqui tão tarde? - O homem mais velho perguntou preocupado. - Aconteceu alguma coisa?

— Nada de mais. - Pérola sorriu para o pai. - Já terminou a sua ronda?

— Sim, só vim dar um olá para o Gael. - Netuno sorriu para a filha e para o funcionário. - Esta tudo certo por aqui?

— Esta, sim, chefe. - Gael respondeu simpático. - Só tempos hóspedes para amanhã, então está tudo sob controle.

— Certo, então vou para casa e qualquer coisa pode me ligar. Vamos filha?

— Vamos.

Pai e filha saem do hall, passam pela área administrativa e fazem juntos o caminho até a casa. Ao entrar na sala, Netuno observou a filha por alguns instantes, tomando coragem para perguntar:

— Filha. - O homem grande e musculoso chamou.

— Oi? - Pérola atendeu enquanto andava para cozinha para tomar um pouco de água.

— Você estava com o Kai?

— Sim. - Ela já imaginava a pergunta que o pai iria fazer, já que os dois não tinham segredos um com o outro.

— Você sabe que hoje eu saí para me divertir com o Stephen, e eu nunca escondi de você o tipo de diversão seria essa, isso desde que você passou a entender melhor as coisas do mundo. - Netuno suspirou. - Eu sei que é adulta, e já esperava que em algum momento certas coisas ocorressem, mas se não se sentir a vontade para conversar sobre isso comigo, tudo bem.

— Pai. - Pérola largou o copo que havia pegado para encher em cima da mesa e se aproximou do pai, segurando as mãos dele em seguida. - Eu sei que somos muito abertos sobre qualquer assunto e é uma das coisas que o faz ser o melhor pai do mundo para mim e nunca que eu iria esconder qualquer coisa do senhor. Então, hoje eu tive a minha primeira vez com o Kai e só dei esse passo porque estou apaixonada por ele.

— E ficou tudo bem? Esta sentindo algum desconforto? Ele te tratou bem? - Netuno perguntou preocupado.

— Sim, ele me tratou muito bem e só aconteceu porque eu quis, ele não me forçou a nada e antes que se desespere, nós tomamos os cuidados necessários.

— Obrigado por confiar em mim. Saiba que para qualquer coisa, o papai esta aqui para te proteger e espero de coração que esse rapaz a faça muito feliz.

— Mesmo se ele não ficar, eu estou sendo muito feliz nesse momento. - Ela sorriu. - O Kai tem me ajudado a enfrentar os meus medos e a crescer como pessoa, isso já é o suficiente para mim.

— Pérola, seja um pouco mais egoísta e queira ele o tanto o quanto ele te quer, acredite, vai ser bom para vocês dois.

— Deixe o futuro decidir isso.

— Nossa, estou tão feliz em saber que esta feliz. - Netuno abraçou a filha. - Amanhã eu converso com o Kai sobre vocês dois.

— Nem precisa, ele já disse que quer conversar com o senhor para reafirmar que quer seguir um relacionamento firme comigo.

— Ele é realmente um bom rapaz.

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