16. Tentando algo novo

O local escolhido para tirar as fotos daquele dia havia sido a praia, para isso foi montado uma tenda e a área foi isolada para que nenhum curioso se aproximasse do local para não constranger a mulher quer usava um belo conjunto de trajes de banho branco com detalhes em metal dourado. Kai observava Pérola seguir as indicações do fotógrafo sentado ao lado do sogro e do primo da namorada, que assim como ele, estavam orgulhosos de ver o empenho de Pérola em entregar um bom trabalho.

A cada foto tirada, o oriental se encantava mais pela jovem que posava para as lentes. Pérola era tão linda, tão poderosa, era uma pena que não conseguia reconhecer tudo isso em si. O trio ouviu o fotografo indicar uma pausa, e logo a morena caminhou até eles usando um roupão de tecido leve que haviam fornecido a ela:

— Nossa, nunca imaginei que isso pudesse ser tão cansativo. - Pérola reclamou ao sentar na cadeira que estava disponível ao lado do pai, que lhe entregou um refresco de frutas vermelhas.

— Eu nunca disse que não seria. - Stephen falou ao terminar a sua bebida. - Mas você está indo muito bem.

— Eu concordo, você esta linda posando assim. Nasceu para isso. - Netuno completou.

— Realmente esta muito linda, Pérola. Mas nos diga, esta sendo ruim? - Kai perguntou preocupado surpreendendo a namorada.

— Esta sendo diferente do que pensei. - Pérola falou pensativa. - Mas está sendo legal, a equipe é tranquila e ter vocês aqui de olho me deixa mais segura.

— Acho que podemos combinar de sempre que houver algum ensaio um dos três sempre estará com você. - Stephen completou.

— Eu iria sugerir isso. - Kai sorriu.

— Já decidiu o que irá fazer com seu primeiro cachê? - Netuno perguntou.

— Hum… acho que vou levar os três para comer algo gostoso, o que acham? - A morena falou animada.

— Por mim está ótimo. - Netuno sorriu para filha. - E você Kai?

— Vou com vocês e de lá devo ir trabalhar, provavelmente voltarei tarde hoje, Pérola. - O jovem respondeu e recebe um olhar desanimado da namorada.

— Nada de aulas de moto hoje? - Pérola perguntou.

— Infelizmente não, mas amanhã podemos continuar.

— Sei que ninguém se importa, mas não vou poder ir porque vou escolher as fotos dessa moça que irão ser enviadas para as postagens. Então aproveitem e tragam uma marmitinha para esse belo estilista bonitão. - Stephen jogou os cabelos fazendo charme.

— Sabemos bem como vai escolher essas fotos, seu moleque sem vergonha! - O homem mais velho deu um leve tapa na coxa do sobrinho. - Pensa que não percebi o quanto o fotografo não parava de te olhar?

— Ih, tio, me deixa eu me divertir enquanto posso e também estou ganhando um belo desconto por isso. - Stephen sorriu travesso, fazendo o grupo todo cair na risada.

Após o ensaio fotográfico, o grupo foi até um restaurante escolhido por Pérola, onde almoçaram e puderam descansar um pouco. Pérola voltou para casa com o pai, que só sabia elogiar o trabalho dela posando para as fotos. Foi então que parados em um semáforo que ela percebeu que seu pai havia parado de falar e havia ficado tenso. A surfista olhou na direção e pode ver a bela mulher alta e elegante que estava ao lado de um carro luxuoso:

— Não acredito que ela teve a coragem de pisar aqui. - Pérola falou de mau-humor.

— Nem eu. - Netuno viu a luz ficar verde e acelerou. - Espero que ela não venha atrás de nós dois.

— Eu também espero. - Pérola se encolheu no banco ao se lembrar do passado com aquela mulher. - Não quero que ela estrague esse momento que estou vivendo.

— Se por acaso ela tentar falar com você, me avise. - Netuno falou preocupado. - Não é porque ela foi sua madrasta que ela é sua mãe, então você não tem obrigação nenhuma com ela.

— Eu sei. - Pérola olhou para estrada desanimada. - A minha verdadeira mãe está morta e aquela cobra não tem nada a ver comigo.

— Me perdoe por fazer você passar por tudo aquilo.

— Não se preocupe, pai, aquilo é passado. - Ela forçou um sorriso, mesmo sabendo o que estava por vir.

...-***-...

Kai seguiu pelo caminho escuro onde encontraria seu informante e onde também se livraria do mesmo, afinal, se aquele cara havia vendido informações para ele, provavelmente o trairia em algum momento. Ele encontrou o jovem com aparência doentia devido o uso de drogas e pegou o endereço onde os chefes iriam se encontrar naquela madrugada. Ele agradeceu e golpeou o jovem, fazendo o mesmo desmaiar. Com perícia, ele pegou um punhal e cortou o pescoço do homem, deixando o mesmo perder sangue até a morte. Aquele seria um problema a menos, já que sua missão estava no fim.

A essa altura, ele já havia encontrado a carga e já havia passado a informação para sua líder, agora faltava saber para onde seria enviado o fruto do roubo. O oriental limpou o punhal na roupa da vítima e guardou o objeto no local de origem. Em seguida, ele se dirigiu ao local indicado no endereço que havia conseguido. O local se tratava de um bar de luxo, que havia aparecido em alguns pontos da investigação e seria provavelmente o local de negociações.

Ele entrou no bar como cliente e procurou discretamente por alguém que parecesse suspeito, não foi difícil ele identificar um dos chefes do grupo que ele estava investigando em uma mesa. A sorte estava ao lado dele, porque havia outra mesa próxima, onde ele poderia ocupar para ouvir melhor, só que ele precisava de um disfarce. Se Rachel estivesse por ali seria mais fácil, só que ele estava sozinho. Foi então que ele se lembrou de Pérola. Provavelmente a namorada não ficaria feliz em saber que ele estava com outra mulher, mesmo que fosse por fingimento.

Foi então que ele viu uma mulher de meia-idade, com longos cabelos loiros e vestimentas elegantes, se aproximar da mesa do seu alvo. Provavelmente ela seria a compradora do fruto do roubo. Mas o que seguiu o deixou mais surpreso ainda: junto da mulher estava Marcus.

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