13. Pedido de Namoro

Kai corria ofegante entre os caminhos de madeira sobre os andaimes. Finalmente ele tinha distraído seus perseguidores e agora, poderia respirar aliviado. Sorte que ele não estava muito longe do local onde havia escondido a sua moto. Rapidamente ele se livrou da máscara e ajeitou os cabelos, dando um ar de mais uma pessoa que andava pelo local, que tinha várias casas noturnas suspeitas.

O oriental desdeu os andaimes com destreza, até alcançar uma velha escada de metal que dava para um beco. Mais a frente estava a lanchonete onde ele havia deixado a moto estacionada. Enquanto fazia o seu caminho, uma garotinha vendendo flores parou a sua frente e lhe ofereceu o produto. Pensando em agradar Pérola, o jovem comprou uma bela rosa para levar para morena.

Antes de voltar para o hotel, Kai entrou na lanchonete para comer algo rápido e após se alimentar, ele foi para o estacionamento vazio, onde ligou para superior e relatou os últimos acontecimentos:

— …então foi isso. - Kai encerrou e esperou o retorno.

— Então já descobriu o local, mas não sabe ainda quem é o culpado? - A voz rouca de sua superior soou pelo aparelho celular.

— Exatamente.

— Fique tranquilo, por hora você não pode voltar ao local para investigar e por aqui Heron já tem algumas pistas. Aguarde mais alguns dias e deixe Heron investigar, assim vamos poder juntar os dois lados.

— Sim senhora.

— Esta aproveitando para descansar?

— Um pouco.

— Deveria aproveitar esse momento. Se abrir um pouco mais. Você é o que mais me preocupa da equipe, sabia?

— Como assim? - Kai pode ouvir vozes de crianças ao fundo.

— Por mais que o nosso trabalho seja perigoso, não quer dizer que não possamos ter alguém ao nosso lado. Átila e Heron vivem falando das aventuras deles, até mesmo a Rachel que acabou de se juntar a nós conta algumas coisas e você só vive para o trabalho, isso me preocupa, sabia?

— Hum, parece que estou falando com a minha mãe. - Kai riu.

— Na falta dela, eu posso ser a sua.

— Ok, mãe, se é para te deixar feliz, eu estou ficando com uma moça aqui. Ela é linda, inteligente, esforçada, com muitos talentos. O tipo de mulher que sempre idealizei em toda a minha vida.

— Se gosta dela, deveria tentar.

— Eu já estava pensado nisso tem alguns dias, o problema é ter que ficar namorando a distância. Não sei se isso pode dar certo.

— Sem desculpas, quando queremos tudo pode dar certo. Só olhar para o meu caso. - Ela riu e Kai ouviu um dos filhos da superior. - Nada me impediu de ter cinco filhos, mesmo eu e meu marido estando no ramo de segurança.

— OK, eu vou tentar e te conto depois.

— Vou estar esperando.

Kai encerrou a ligação com a superior e em seguida ligou para Stephen, que atendeu após alguns toques:

— Stephen?

— Quem fala?

— Aqui é o Kai, gostaria que me ajudasse em uma coisa e imagino que só posso confiar em você.

— Nossa, nos conhecemos recentemente e já estamos assim? - Stephen brincou fazendo Kai rir.

— É que se eu contar para o Gael ou para Marin, eles vão contar para Pérola, já você tem mais pulso firme com ela.

— Isso eu tenho mesmo. Então, me conte.

— Quero pedir a Pérola em namoro e quero fazer algo legal para ela.

— Entendi, vamos fazer algo para que esse momento seja único para vocês dois. - Stephen falou animado. - Onde você está?

— Estou voltando para o hotel agora. Pretendo ver a Pérola primeiro, antes que ela durma.

— Ok, depois que matar a saudade dela, me ligue que eu te encontro.

— Certo.

Pérola havia terminado seu treino na academia e naquele momento voltava para sua casa quando reconheceu Kai e sua moto chamativa vindo pela rua. Como estava muito quente, ela havia decidido treinar a noite e o fato de Kai ter dito que iria resolver algumas coisas deixou com tempo livre.

Ela pode ver o homem reduzir a velocidade e parar próximo a ela:

— Que bom que te encontrei aqui fora. - Kai falou ao levantar o capacete.

— Achei que passaria a noite fora, do jeito que me falou que tinha uma implantação de sistema para fazer.

— No fim não precisavam de mim. - Ele mentiu. - O bom que pude te ver mais uma vez. - O moreno pegou a flor que havia comprado e entregou a mulher a sua frente. - Quando vi, pensei que ficaria mais bonita em sua mão.

Um sorriso surgiu na face da mulher, que ficou encantada com o gesto tão singelo:

— É a primeira vez que recebo flores. - Pérola confessa.

— Então vou te encher de flores todos os dias. - Kai sorriu ao vê - la sorrindo.

— Estou indo para casa, não quer ir comigo?

— Não posso agora, vou adiantar uma apresentação. Amanhã podemos nos encontrar cedo?

— Claro, eu provavelmente estarei na praia.

— Te encontro lá então. - O casal trocou rápido beijo. - Eu sei que é apenas alguns metros, mas que tal você subir e se agarrar em mim só um pouquinho. - Kai pediu.

— Achei que ia deixar a oportunidade passar. - Ela brincou e subiu na garupa da moto.

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