Capítulo 19: Da Atuação ao Paraíso

Jessica

Pegamos um avião para ir às ilhas Maldivas. O caminho até aqui foi um deleite. Peguei o presente de casamento para Daniel do meu quarto, e a expressão no rosto dele no meio da viagem foi a mais prazerosa do mundo, a ponto de eu sentir que iria morrer se respirasse ou olhasse para ele. A melhor parte foi ele ter esquecido minha bagagem no táxi, e eu tive que carregar as minhas três malas, imaginem que sena linda uma mulher de vestido curto e com óculos carregando 3 malas, ainda bem que usei tênis ou teria torcido meu pé.

Agora estamos no avião, e para minha felicidade, quem reservou os assentos do avião foi meu querido sogro, e ele fez questão de que eu sentasse ao lado do meu lindo marido, que me faz querer amá-lo a cada momento da nossa viagem. Eu observava o rosto sereno de Daniel enquanto ele cochilava em seu assento. Infelizmente, há muitas testemunhas para eu matá-lo, então apenas o observo e penso em como vou tirá-lo dessa calma.

O anúncio de desembarque finalmente soou pelos alto-falantes, depois de muito tempo de viagem, eu fico tentada em esquecer do meu marido e descer do avião, mas isso não ajudaria no que estou planejando.

— Daniel,- digo com a voz mais gentil que posso, como se falasse para uma criança, mas ele não acorda. — Daniel... Daniel. -Eu gentilmente sacudi o ombro de Daniel para acordá-lo, mas ele não acorda, — ele dorme como uma pedra.- Vejo como os outros passageiros estão descendo, e o avião está quase ficando vazio, então eu o empurro e grito, — DANIEL!

Seus olhos piscaram abertos, com uma expressão de susto e de não entender nada.

— O que aconteceu?

— Nada, apenas que chegamos, e você não acordava. -digo olhando apra ele.-Por um momento achei que teria ficado viúva em menos de 5 horas de casada. - digo com um sorriso e mudo meu rosto para tristeza, — mas você está vivo.

Daniel, ainda sonolento, percebeu a ironia nas minhas palavras. Ele compartilhava do mesmo sentimento de descontentamento em relação ao casamento e à viagem, mas preferia manter uma fachada de bom humor e sarcasmo.

— Vamos lá, amor, você não gostaria de começar nossa lua de mel com um assassinato a bordo, não é mesmo? — Daniel brincou, piscando para Jessica.

Ele piscou os olhos em uma imitação exagerada de surpresa, deixando claro que entendia a brincadeira.Revirei os olhos, compreendendo a sarcástica sutilidade no tom de Daniel.

— Sim, você sabe, seria muito inconveniente ter que explicar tudo para o seguro de vida em tão pouco tempo de matrimônio.

Os dois rimos forçadamente olhando um para o outro. Era como se, naquele momento, nossas frustrações e expectativas não atendidas se unissem em um humor ácido que só nós compreendíamos.

— Uau, estou tão emocionado quanto você com este matrimônio, querida, — disse ele, em tom sarcástico, — Mal posso esperar para explorar as maravilhas das Maldivas com você.

Eu rio, reconhecendo o tom de sarcasmo na resposta de Daniel.

— Eu sei que você está, amor. É difícil conter toda essa empolgação, não é? — eu respondi brincando com ele.

—Sim, o melhor de tudo foi a emoção da minha esposa ao pensar que ficaria viúva tão cedo. Você me surpreende a cada momento.

—Bem, pelo menos você está aqui, ileso e pronto para desfrutar deste paraíso comigo, Para mim  a melhor parte foi meu marido me ajudando a carregar as minhas 3 malas. -Digo com o mesmo sorriso irônico.

— Oh,Que grande tristeza teria sido se minha querida esposa tivesse perdido o voo por carregar as malas. Perder você, minha adorável esposa, em nossa lua de mel teria tornado a vida insuportável, com a ausência de suas piadas sarcásticas e de seu afiado senso de humor.

— A vida seria uma verdadeira tragédia, não é mesmo? — respondi, jogando no sarcasmo que Daniel iniciou. — Imagino o quão desesperador seria viver sem esses momentos irônicos de alegria.

— Absolutamente, minha querida. E sobre o episódio da bagagem, bem, foi apenas um teste para garantir que você estava em forma para esta viagem incrível. Você passou no teste com louvor ao carregar todas as suas malas.

Ele diz e se levanta do banco, pega sua mala e sai andando me deixando atrás. “FIlho de uma egua”, penso enquanto pego minha bolsa.

Descemos do avião, e enquanto caminhávamos pela passarela em direção ao terminal do aeroporto nas Ilhas Maldivas, a brisa quente e o aroma do oceano nos envolviam. Era um cenário de cartão-postal, com o sol se pondo e as palmeiras balançando suavemente.

Eu carregava minhas três malas, enquanto Daniel, após suas palavras sarcásticas, pegou apenas a própria mala e a carregava facilmente. Bufei, mas não deixei que isso estragasse o começo da nossa lua de mel ou mesa de negócios.

-Você é um verdadeiro cavalheiro, Daniel-, murmurei com um toque de ironia, enquanto o observava se afastar um pouco na minha frente.

Ele virou-se, com um sorriso travesso nos lábios.

— Oh, querida Jessica, você sabe que é a mulher mais forte e capaz que já conheci. Três malas? Isso é fichinha para você! — Ele disse com um sorriso, claramente fazendo troça da situação

Revirei os olhos com o sarcasmo implacável de Daniel, mas continuei andando ao lado dele.

— Claro, porque o teste definitivo para uma vida feliz é a habilidade de carregar malas com graciosidade — retruquei, sem esconder minha irritação.

Daniel riu despreocupadamente, como se estivesse encarando tudo como um grande jogo. A verdade é que eu estava começando a ficar exausto com essa atitude. Quando nos aproximávamos da porta principal do aeroporto, minha bolsa estava quase despencando, sobrecarregada com minhas coisas, mas meu orgulho me impedia de pedir ajuda a Daniel. Antes que eu pudesse arriscar lançar uma das minhas malas para tentar salvar minha bolsa prestes a cair, um taxista se aproximou de mim e ofereceu auxílio.

— Senhora, eu posso ajudá-la com suas malas até o táxi. Você parece estar carregando bastante peso, e estamos aqui para tornar sua chegada às Maldivas o mais agradável possível.

Olhei para Daniel e depois para o taxista, agradecendo mentalmente pela oportunidade de não ter que carregar as malas sozinha. Eu olho o taxista com gratidão e um sorriso genuíno. Depois olho de volta para Daniel com um olhar triunfante, quando o taxista pega minhas malas eu ajeito minha bolsa.

— Parece que encontrei alguém mais cavalheiro do que você, querido. — Eu uso as mesmas palavras que ele.

Ri, sentindo uma mistura de gratidão e diversão diante da situação. Enquanto o taxista carregava minhas malas, olhei para Daniel com um olhar desafiador. Daniel apenas deu de ombros, como se não se importasse com a ajuda do taxista e nem com minhas provocações.

— Ah, minha querida, você sempre encontra o jeito de conquistar as pessoas e fazer com que elas façam o que você quiser. — Ele respondeu com uma calma irritante. Eu entendi a sua indireta me chamando de uma pessoa controladora, mas não me importo.

— Sim, mas eu não sou gananciosa como outras pessoas. — Disse e ele me olhou irritado, mas continuei. — Adivinha só, meu querido marido, estamos oficialmente na lua de mel! — Digo com uma animação que o deixa ainda mais irritado.

—  Uau, quem poderia imaginar? Um casamento arranjado, uma esposa sarcástica em relação a tudo e um marido de brinde. Não poderia pedir mais nada. — Daniel respondeu, com um tom sério e sarcástico.

— Oh, Daniel, você tem o dom de resumir tudo com tanta precisão. Um casamento arranjado, um marido que não escolhi, e sim, claro, sarcasmo é minha língua materna. Tudo isso é apenas o começo da nossa emocionante aventura juntos!  É o sonho de qualquer um!

— Jessica, você realmente não se importa com nada disso, não é? — Ele perguntou, sua voz carregada de frustração. — Esta lua de mel, nosso casamento forçado, tudo isso parece não te afetar nem um pouco.

Dei de ombros, mantendo meu sorriso irônico.

— Não vejo o ponto em me estressar com coisas que não posso mudar, Daniel. Bem, você mesmo disse, não posso pedir mais nada. — Retruquei, fazendo uma referência clara ao próprio Daniel. — Eu aprendi a aproveitar o que a vida me dá.

O taxista, que até então estava apenas observando a troca de palavras entre nós, começou a se sentir um pouco desconfortável com a tensão no ar. Ele fez o seu melhor para manter o silêncio e se concentrar em carregar as minhas malas.

Daniel respirou fundo, como se estivesse tentando controlar sua irritação.

— Tudo bem, talvez eu esteja dando voltas demais sobre este casamento. Mas você tem que entender, Jessica, que esta não era a vida que eu planejava. Eu tinha sonhos, ambições... — Ele começou a explicar, mas o interrompi.

— Eu também tinha sonhos, Daniel, mas aprendi que a vida nem sempre segue o plano que traçamos. Às vezes, precisamos nos adaptar e encontrar a felicidade onde podemos. — Disse com uma sinceridade.

Daniel olhou para mim por um momento, como se estivesse tentando entender minha perspectiva. Finalmente, ele soltou um suspiro resignado.

— Você é realmente única, Jessica. Talvez eu deva aprender a levar as coisas mais levemente, como você faz. -Ele diz ironicamente e mexendo a cabeça em reprovação.

— Sim, Daniel, a vida é muito mais fácil quando você não está sempre lutando contra as correntes. Às vezes, é melhor simplesmente se deixar levar para encontrar uma saida. — Respondo, aceitando o elogio disfarçado.

-Não tem como dialogar com uma pessoa que já se resigno ao que lhe foi imposto.- Ele diz e entra no táxi.

Eu solto um suspiro e entro no táxi.

-Eu não aceitei este casamento sem ter um plano em mente, e se você está curioso para saber qual é, vou te contar quando chegarmos ao resort

Ele me ignora e eu também decidi permanecer em silêncio pensando em como vou negociar com ele, “não foi uma boa ideia irritar ele antes de fazer a proposta”, penso. Enquanto o táxi começava a se mover em direção ao  resort de luxo que reservamos. Estamos em completo silêncio que sufoca até que Daniel mais calmo fala finalmente decidindo abrir um pouco o jogo.

Ele suspirou, olhando pela janela e parecendo profundamente reflexivo.

— Jessica, acho que é hora de sermos honestos um com o outro. Você sabe tão bem quanto eu que este casamento não era exatamente o que queríamos. Nossos pais organizaram isso, como se fosse um negócio, uma transação que beneficiaria as duas famílias. Eu nem mesmo queria me casar, muito menos fazer essa viagem. Mas aqui estamos, presos um ao outro.

— Daniel, eu entendo que você tem muitas preocupações em relação a tudo isso, e eu também tenho as minhas. Acho que seria melhor conversarmos mais a fundo sobre nossos sentimentos e expectativas quando chegarmos ao resort. O que acha? — Sugeri, mantendo um tom tranquilo e conciliatório.

Daniel pareceu desapontado com minha resposta, talvez esperando que eu me abrisse completamente naquele momento. No entanto, eu estava determinada a abordar essa conversa de maneira mais apropriada e confortável para ambos.

Ele suspirou novamente e concordou.

— Tudo bem, Jessica. Vamos esperar até chegarmos ao resort para discutir isso melhor. Talvez você esteja certa, e seja um lugar mais adequado para lidarmos com tudo isso.

Assenti, aliviada por termos adiado a conversa. Sabia que precisávamos abordar nossas  expectativas, mas queria fazê-lo da maneira certa, em um ambiente mais propício.

Não demorou muito para chegarmos ao resort luxuoso nas Maldivas. Conforme nos aproximávamos do resort, a vista das águas cristalinas e das praias de areias brancas era verdadeiramente espetacular.

Quando o táxi finalmente parou em frente ao resort luxuoso, o taxista nos cumprimentou calorosamente.

— Aqui estamos nós, senhores. Desejo-lhes uma estadia memorável.

Agradecemos ao taxista e peguei minha mala, enquanto Daniel pegou a sua e mais uma mala minha, e não olha para trás ao fazer isso , fazendo um esforço extra para demonstrar que estava disposto a colaborar. agora estou mais segura que nunca em fazer a proposta para ele.

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