Capítulo 9: Escolhas Difíceis e Consequências Inesperadas

Daniela

Passaram-se duas semanas desde o acidente de Robin. Felizmente, ele não está mais em perigo de vida, mas permanece em estado vegetativo, preso a uma cama por tempo indeterminado.

Essas duas semanas têm sido difíceis para mim, pois meu pai não me permite entrar para vê-lo no hospital. Minha mãe liga todos os dias para me dar notícias sobre o estado de Robin e me quebra a alma ver ele assim e minha mãe com cara de cansada vendo a guerra que meu pai iniciou comigo. Meu pai se mantém firme em sua decisão de não me deixar entrar no hospital, mesmo quando se trata de meu irmão em esse estado.

Jennifer está indignada com a situação e expressa sua frustração.

-Como seu pai pode fazer isso? Robin é seu irmão, você tem o direito de vê-lo!

-Sim, mas o hospital está do lado da pessoa que é responsável pelo paciente e esse e meu pai, ele pode fazer o que quiser, mesmo que não seja justo para mim.

Eu concordo com ela, e continuo me arrumando para ir para o trabalho. Paulo cumpriu sua promessa a Robin e me deu o emprego na concessionária, mas meu pai está o pressionando para me demitir, além disso está agindo como irracionalmente, impedindo-me de entrar em qualquer lugar relacionado à família ou à empresa.

O melhor e deixar de pensar no que meu pai está fazendo acabo de me arrumar e decido sair de casa para ir ao trabalho. Cumprimento Jennifer com um beijo antes de partir.

-Estou indo trabalhar agora. - Digo e saio de casa, indo a pé até a concessionária, que não fica muito longe do apartamento de Jennifer. Durante o trajeto, tento clarear minha mente e focar no trabalho.

Na concessionária, o dia é bastante rotineiro. Atendo clientes, vendo dois carros, e percebo que Paulo não está presente, provavelmente foi à fábrica de carros. O dia passa sem problemas, e, a caminho de casa, recebo uma ligação de minha mãe, que atendo ansioso, pensando que pode ser uma boa notícia sobre Robin.

-Mãe, Robin acordou? - Pergunto com esperança.

-Não, Daniel, tudo continua igual. O médico disse que isso pode levar anos ou... que ele nunca mais acordará. - Minha mãe responde, com a voz embargada pelo choro.

A notícia me abala profundamente. Não posso acreditar que Robin nunca mais irá acordar. Tento ser forte para não angustiar ainda mais minha mãe.

-Mãe, Robin é uma pessoa forte, e ele vai se recuperar. - Tento confortá-la.

-Eu repito isso para mim mesma todos os dias, que ele vai ficar bem... mas cada vez e mais difícil… Daniel, por favor, volte para casa. Tenho um filho que está em coma, e o outro não pode me visitar na minha própria casa. Como você acha que me sinto?

Tudo isso é culpa do meu pai, mas minha mãe acha que tudo pode ser resolvido se eu me casar. Não sei o que responder. Meu pai está sendo intransigente, ameaçando até mesmo Paulo para que ele me demita e usando minha mãe indiretamente para eu fazer o que ele quer.

-Mãe, não posso voltar até que o Sr. Statham desiste desse casamento. Mas ele continua com essa ideia absurda, ele não entende que eu nunca vou me casar. Não sei o que Jessica está pensando ao aceitar esse casamento sem nem saber quem será o noivo se Robin ou eu. Ela parece ser uma pessoa gananciosa e oportunista.

-Não insulte ela, Daniel. Jessica é uma boa menina que está fazendo tudo pela família. Ela visita Robin todos os dias e se preocupa com a minha saúde. Não julgue-a sem conhecê-la.

-Mãe, sinceramente, não quero discutir sobre isso agora. Vamos deixar as coisas como estão. Cuide-se.

Ela concorda, e desligo o telefone, continuando meu caminho de volta para casa. No entanto, ao chegar em casa e encontro a porta arrombada e quando entro em Pânico pensando que Jennifer pode estar em perigo encontro toda a sala destruída e escuto Jennifer chorando no quarto, e minha preocupação imediatamente se volta para ela.

-O que aconteceu, meu amor? - Pergunto, abraçando-a.

-Daniel... O que vou fazer... Meu meu pai...

Ela começa a chorar, e eu a seguro com carinho.

-Jennifer, acalme-se e me conte o que aconteceu.

-Meu pai se meteu em problemas…E… e agora ele precisa de dinheiro para pagar suas dívidas... Eles vieram aqui cobrar... E eu não tenho todo esse dinheiro... Eles disseram que, se ele não pagar, vão matá-lo… e me machucar.

Eu fico chocado com o que ela diz. Abraço Jennifer com firmeza, tentando acalmá-la, enquanto minha mente começa a trabalhar em uma solução para o problema. Tudo está desmoronando, primeiro Robin e agora este problema de Jennifer.

-Jennifer, eu vou te ajudar a resolver tudo, então se acalme. Primeiro, precisamos conversar com seu pai e entender melhor a situação. Vamos descobrir uma maneira de lidar com essas dívidas, certo? - Tento transmitir calma e confiança a ela.

Jennifer assente, secando as lágrimas.

-Obrigada, Daniel. Eu estava tão assustada, não sabia a que fazer, nem sabia se você poderia me ajudar já que você tem seus próprios problemas.

-Você pode sempre contar comigo, Jennifer. Somos uma equipe de namorados. Agora, vamos ligar para seu pai e pedir que ele venha para nós explicar a situação mais detalhadamente.

Ela aceite e pega o celular para ligar para o seu pai, ela conversa com ele e ele concorda em vir ao apartamento para falar sobre. A tensão paira no ar enquanto aguardamos sua chegada, cientes de que teremos que enfrentar uma situação delicada que afeta diretamente a família de Jennifer.

Quando o pai de Jennifer chega em casa, ele fica visivelmente surpreso e chocado com a destruição causada pelos cobradores. A sala de estar está bagunçada, e ele observa os estragos enquanto tenta processar a situação.

-Filha, você tem tanto dinheiro e não consegue arrumar sua casa? - Ele diz sarcasticamente. Jennifer se aproxima dele, preocupada.

Eu o olho sem entender seu comentário sarcástico sua filha cavou de ser ameaçada e ele diz esse tipo de coisa.

-Senhor o que pensa…

Antes de eu acabar de falar Jennifer segura do meu braço e me interrompendo.

-Pai, precisamos conversar. - Jennifer diz com seriedade, ignorando o tom sarcástico dele.

Ele olha para Jennifer com raiva e depois lança um olhar em minha direção, que estou atrás dela, antes de voltar seu olhar para Jennifer.

-Do que se trata, Jennifer? Não tenho tempo para suas preocupações agora.

-Pai, os cobradores vieram até aqui, e eles... - Jennifer começa a explicar, mas ele a interrompe.

-O que? Cobradores? Você não deveria se envolver nisso. Como eles te encontraram?

-Pai, é sobre você. Eles vieram cobrar suas dívidas. E disseram que, se você não pagar, vão...

Ela é interrompida pelo pai, que agora parece preocupado e um pouco assustado.

-O que eles disseram, Jennifer? - Ele pergunta com ansiedade.

-Eles disseram que, se você não pagar, vão tomar medidas drásticas. Eu não quero que nada de ruim aconteça com você, pai. - Jennifer responde, com lágrimas nos olhos.

Ele parece refletir por um momento, olhando para o chão, antes de finalmente suspirar.

-Eu não sei o que fazer, Jennifer. As dívidas estão muito altas, e eu não tenho o dinheiro para pagar tudo isso, eu tentei resolver tudo sem te envolve, mas não consegui. - Ele admite com tristeza.

Jennifer coloca a mão no ombro dele, com compaixão.

-Pai, não estamos sozinhos nessa. Daniel e eu estamos aqui para ajudar. Vamos encontrar uma solução juntos.

Ele olha para mim, seus olhos cheios de preocupação.

-Sim senhor, eu irei ajudar, Jenifer e a mulher que amo e o senhor e familiar dela.

-Daniel, como você acha que pode nos ajudar? Será que você tem dinheiro guardado?

O pai de Jennifer olha para mim com uma expressão dura e uma pitada de desconfiança. Jennifer, por outro lado, parece esperançosa e ansiosa pela minha resposta, mas curica o pai mostrando que essa foi uma pergunta imprudente.

-Pai, como você pode perguntar isso tao descaradamente.

Ele solta um suspiro.

-Filha não a outra saída deste problema a não ser o dinheiro e melhor fazer perguntas diretas para não ter mal entendidos.

-Mas…

Eu seguro o hombro de Jennifer.

-Ele está certo Jen.-Eu digo e ela se acalma. -Senhor, eu farei o possível para ajudar. No entanto, meu próprio dinheiro não é suficiente para quitar todas as suas dívidas. - Respondo, sendo honesto sobre as minhas limitações financeiras pessoais.

Jennifer parece aliviada com a minha disposição para ajudar, mas ao mesmo tempo preocupada com a gravidade da situação.

Enquanto estamos todos juntos discutindo a complicada situação do pai de Jennifer, ela, que até então estava em silêncio, parece estar lutando com algo em sua mente. Ela me olha com tristeza e, com um suspiro profundo, finalmente fala.

-Daniel, sei que isso pode parecer loucura, mas tenho uma ideia que poderia resolver a situação em que meu pai se envolveu, mas, na verdade, eu não quero que você faça isso, mas... meu pai poderia... - Ela para e soluça.

Olho surpreso para Jennifer, sem saber o que esperar.

-Se acalme, Jennifer, vamos escutar sua solução. O que você está pensando, Jenn?

Ela engole em seco antes de continuar e olha para o pai, que também espera ansiosamente o que ela vai dizer, segurando a mão dela para dar apoio e a abraço com a outro

-Talvez, por conveniência, você poderia... se casar. Quero dizer, apenas no papel, para que você possa ajudar, e depois, de se casar com Jessica, você pede o divorcio. - Ela diz, e eu a olho pasmo, sem saber o que dizer. Ela continua olhando para o chão e continua falando: - Eu sei que é uma ideia maluca, mas estou desesperada e não sei o que fazer.

Houve um momento de silêncio enquanto deixo as palavras dela penetrarem na minha mente, e então eu paro de abraçá-la para pensar. Era uma ideia radical, e o fato de a mulher que amo estar me pedindo isso aperta meu coração. No entanto, compreendo que ela está preocupada com seu pai, e isso me mantém calmo, mesmo que eu esteja à beira da loucura. Tento encontrar as palavras certas para não magoá-la ou parecer rude em minha resposta, e finalmente respondo com uma expressão séria, olhando nos olhos dela:

-Jennifer, eu entendo que você esteja preocupada e desesperada por seu pai, mas o casamento é uma decisão muito séria. Não posso simplesmente fazer isso por conveniência. Além disso, isso poderia complicar ainda mais as coisas a longo prazo e eu não poderia voltar à minha decisão.

Jennifer abaixa os olhos, desapontada, mas se levanta e me olha, insistindo desesperadamente.

-Daniel, por favor, pense nisso. É a única maneira de salvar meu pai e tirá-lo dessa situação e você também poderá ver Robin e sua mãe, todos ganham. -Eu a apenas a olho não sei o que disser a mulher que eu amo está me pedindo para eu me casar com outra mulher.

Sinto o peso de sua súplica e percebo que ela está disposta a fazer qualquer coisa para proteger seu pai. A situação é angustiante, e não sei o que fazer. A ideia de um casamento de conveniência é complicada, e a decisão está em minhas mãos.

Enquanto Jennifer e seu pai esperam minha resposta, sei que esta é uma encruzilhada que exigirá uma escolha difícil, uma que mudará toda nossas vidas.

-Jenifer, você está sendo egoísta. Não é apenas um casamento que envolve eu e Jessica, são nossas famílias e Robin, que ama Jessica profundamente. Ele nunca me perdoaria. - Digo, tentando fazê-la entrar em razão. Mas ela não desiste.

-Sim, estou sendo egoísta, mas e a vida do meu pai que está em jogo. Ele me criou e me deu seu amor incondicionalmente. Agora a sua família não deixa você nem ver seu irmão, e Robin não sabe que Jessica tem um namorado. Você mesmo disse que a viu abraçada com um homem. Mas se você se casar, poderá ver seu irmão no hospital e voltar à sua vida, e eu estaria ao seu lado. Então, por favor, Daniel, todos ganham.

Ela diz gritando, desconsolada e chorando, se aproximando de mim, seus olhos cheios de desespero. Jennifer está claramente desesperada, e eu sinto a pressão de sua súplica. No entanto, sei que não posso tomar uma decisão tão importante movido apenas pela urgência da situação. Respiro fundo e mantenho minha firmeza enquanto falo com gentileza, mas com determinação.

-Jennifer, entendo o quanto seu pai significa para você, e estou disposto a ajudar de outras maneiras, mas não posso tomar uma decisão tão séria como o casamento apenas por conveniência. Isso afetaria profundamente não apenas a minha vida, mas a de Jessica e Robin também. Preciso encontrar outra forma de ajudar seu pai sem recorrer a essa solução drástica.

Ela olha para mim com tristeza, mas parece compreender minha posição.

-Eu entendo, Daniel. Me desculpa por pedir isso, eu não estava pensando direito. Vou tentar encontrar outra saída para essa situação. - Ela diz, com lágrimas nos olhos, depois olha para o pai.-Não se preocupe pai, a gente dará um jeito. - Ela diz entre soluços.

-Não se preocupem, eu vou dar um jeito nisso. - O pai dela diz e se despede, saindo de casa.

Jennifer começa a chorar e eu a abraço com carinho, tentando confortá-la. Levo-a para o quarto para ela descansar. Ela dorme chorando, e eu limpo seu rosto e a cubro com a cama. Depois, vou até a varanda pensando sobre tudo o que aconteceu. Deixo esses pensamentos de lado e vou me deitar, afinal, tenho que trabalhar no dia seguinte.

No meio da noite, o som do celular perturba meu sono. Quando vejo, é o celular de Jennifer. Eu a acordo para ela atender.

-Boa noite, quem fala? - Ela diz com voz sonolenta, mas rapidamente ela levanta. - Como? O quê? Ele está... Qual o hospital? Sim, eu já vou.

Ela desliga o telefone e se levanta correndo da cama.

-O que aconteceu, meu amor? Onde você vai?

-O meu pai está no hospital em estado grave? - Ela diz antes de sair apressadamente do quarto.

Eu acompanho Jennifer até o hospital, onde ela busca desesperadamente por seu pai. Quando finalmente o encontra na sala de emergência, seu rosto está machucado, e ele está com gesso em uma perna e em um braço. O estado dele é preocupante, e Jennifer imediatamente pergunta o que aconteceu.

-Pai, o que aconteceu? - Ela pergunta com angústia.

Seu pai, ainda se recuperando, olha para ela e abre os olhos com surpresa.

-O que você está fazendo aqui, filha? - Ele responde com dificuldade.

-Como assim, onde eu estaria se meu pai está todo machucado no hospital? - Jennifer responde, visivelmente preocupada com a condição dele.

Enquanto eles conversam, um médico se aproxima e pergunta se são familiares do Senhor Hanks. Jennifer confirma e pede para saber o que aconteceu.

-O senhor foi encontrado na rua todo machucado com sinais de agressão severa. Uma mulher que passava por aí ligou para o hospital. Ele não tem lesões graves, exceto pela perna esquerda e a mão direita, que tiveram os ossos quebrados. Ele ficará com gesso por algumas semanas. - O médico explica.

Jennifer agradece ao médico, e ele se retira. Em seguida, ela se vira para seu pai, preocupada, e pergunta como ele se machucou. Seu pai parece relutante, mas Jennifer insiste.

-Foram as pessoas que vieram na minha casa, não foram, pai?

O senhor Hanks suspira e olha para o lado, mas Jennifer lê as expressões dele.

-Eu apenas queria dizer que deixassem você em paz que eu pagaria, mas que iria demorar. Eles ficaram irritados e começaram a me bater, e me deram três dias para pagar ou eles iriam te machucar, Jennifer. - Ele diz preocupado.

Jennifer fica chocada com a revelação e abraça o pai, demonstrando sua preocupação.

-Mas pai, por que você foi lá? Nós dissemos que daríamos um jeito. - Ela diz tristemente enquanto o abraça.

Eu não sei o que fazer. Se algo acontecer com Jennifer, sendo que eu poderia ter evitado, eu não suportaria. Já basta ter Robin em estado vegetativo. Penso enquanto olho para os dois, mas nada vem à minha cabeça para conseguir dinheiro em 3 dias, e se eu não conseguir Jennifer e seu pai estarão em perigo.Como posso tirá-los dessa situação? Por mais que eu pense, não vejo uma forma de conseguir dinheiro em três dias. A única opção seria me casar.

Eu tomo uma decisão. Acredito que será o melhor para todos. Se eu me casar com Jessica, posso salvar o pai de Jennifer, e ela e eu poderemos ver meu irmão. Decido não pensar nas pessoas prejudicadas com isso desta vez.

Quando Jennifer e o pai dela param de conversar, decido falar com Jennifer no corredor.

-Não se preocupe, eu vou dar um jeito. - Digo olhando para ela.

-Daniel, você vai se...

Não deixo ela terminar de falar e a abraço.

-Shh. É o melhor para todos, não é? - Digo para ela e para mim mesmo. Ela não diz mais nada, e ficamos abraçados no corredor.

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