Capítulo 7: À Beira do Desespero

Capítulo 7: À Beira do Desespero

Jessica

-Dan!

Vou até meu irmãozinho e o abraço por cima de tudo. Ele faz uma careta de dor, mas eu me afasto dele ainda muito feliz. Ele me dá um sorriso.

Meu coração se enche de alívio e felicidade ao ver Dam sorrindo, apesar da dor que ele claramente está sentindo. Ele é forte, e ver sua resiliência me dá esperança.

-Cuidado, ainda estou vivo. Sinto como se um caminhão tivesse me atropelado! - ele murmura, com delicadeza. - Tem marcas de pneus em mim. - ele diz e solta uma risada que faz ele franzir o rosto de dor.

Dou uma risada aliviada ao ouvir o senso de humor de Dam mesmo em meio à situação difícil.

-Você sempre encontra uma maneira de fazer piada, não é? - Digo, sorrindo gentilmente. - É bom ver esse sorriso no seu rosto, mesmo que esteja machucado. Você é realmente um palhaço sortudo.

Ele assente com um sorriso fraco e murmura um agradecimento, mas suas feições mudam para preocupação, e de repente ele tenta se levantar. Eu o impeço com cuidado.

-Você não pode se levantar, está muito machucado, com costelas quebradas e...

-Como está Robin? O último que lembro é de nós dois saindo voando pela explosão, e ele estava muito machucado. - Dam pergunta, sua voz carregada de preocupação.

Seguro Dam gentilmente, impedindo-o de tentar se levantar, já que sua condição não é a melhor.

-Dam, você precisa descansar e se recuperar. Quanto ao Robin, ele está no quarto ao lado se recuperando, mas não corre perigo.

Digo, e Dam se acalma, voltando a se deitar. Eu decido omitir a verdade por enquanto, na realidade, ele é capaz de se levantar da cama, ignorando seus machucados e ir ver o seu melhor amigo. Não quero que outro teimoso faça uma cena, Dan pode ser uma pessoa difícil quando quer.

-Você não está mentindo para mim, não é, Jessi? - a expressão de Dam está misturada com preocupação e um certo grau de desconfiança. Eu o encaro com meu olhar e um sorriso reconfortante.

-Quando eu menti para você, meu querido irmão? - Pisco meus olhos e ele tenta rir, mas por causa da dor que isso lhe causa ele para.

-Quando você não mentiu para mim, minha adorável irmã. Lembra do meu aniversário, no dia do aniversário da empresa...

-Está bem, pode parar, já entendi. Mas desta vez eu não estou mentindo.

Dam parece aceitar minhas palavras, embora ainda haja uma expressão de preocupação em seu rosto.

-Obrigado, Jessi, por estar aqui para mim. - Ele segura minha mão, e por um momento, uma sensação de ternura toma conta de mim. Dou um sorriso ao ver meu irmão sorrir e fechar os olhos.

Mas essa calma é abruptamente interrompida quando as máquinas que monitoram de Dam começam a apitar freneticamente. O pânico toma conta de mim enquanto vejo meu irmão fechar os olhos e as máquinas soarem o alarme. Eu grito, pedindo para me deixarem ficar com ele, mas os médicos e enfermeiros entram às pressas e me empurram para fora do quarto, fechando a porta atrás de mim.

Lá fora, encontro meus pais, que ainda estão visivelmente abalados pela situação e preocupados com Dam.

-Jessi, como está o seu irmão? - minha mãe pergunta, seus olhos cheios de preocupação.

Minha mãe tenta insistir, mas é o meu pai que fala desta vez.

-Vimos os médicos entrarem, o que aconteceu, Jessica?

-Mãe, eu... eu não sei. Estávamos conversando, e ele agradeceu por eu estar aqui, e então as máquinas começaram a apitar. Eu não entendo, estava tudo bem - Minha voz trêmula reflete minha confusão e desespero.

Meu pai tenta manter a calma, mas sua ansiedade é palpável. Ele pega minha mãe pela mão, e eles trocam olhares preocupados. Eu ainda estou em choque e fico parada olhando para a porta onde meu irmão esta. Juntos, esperamos por notícias, o silêncio do corredor amplificando nossa angústia. Depois de algum tempo, os médicos saem do quarto com uma maca onde está meu irmão. O rosto do médico está sério, e isso só aumenta minha aflição. Ele se aproxima de nós, e meu coração parece parar de bater enquanto espero desesperadamente por notícias.

-Desculpe pelo susto, ele apenas teve um pequeno pico de pressão. Estamos controlando a situação. Mas vamos levá-lo novamente para a UTI para ficar de olho nele - O médico tenta acalmar a todos nós.

Ele sai junto com meu irmão, meus pais também vão atrás dele, e eu fico parada no corredor enquanto eles seguem para acompanhar Robin.

Enquanto minha família segue o médico e Dam para a UTI, eu permaneço parada no corredor, me sentindo impotente e preocupada. Não sei o que fazer, a incerteza me consome. "Se eu perder Dam, o que será da minha vida?" Além das preocupações com o casamento arranjado, agora lidar com a possibilidade de perder meu irmão é avassalador. Sinto uma onda de ansiedade se acumulando dentro de mim enquanto estou parada no corredor do hospital, olhando para onde meus pais se dirigiram. Minha respiração fica irregular, e meu coração bate mais rápido do que o normal. Minhas mãos tremem, e sinto que não consigo respirar.

-Jessi! - Paulo chega e me segura pelos ombros, tirando-me do meu ataque de pânico. - Calma, tudo vai ficar bem, Jessi. - Ele diz, segurando meu rosto e limpando com o polegar uma lágrima que eu nem tinha percebido que tinha caído. Estou tão sobrecarregada que não penso duas vezes antes de me jogar para ele, abraçando-o e deixando soltar tudo o que estava segurando. Choro nos seus braços, ele apenas me abraça e me consola, me dando beijos na cabeça para me mostrar que estou segura e apoiada. Suas palavras de conforto e sua presença são como um bálsamo para minha alma, e eu me permito soltar todas as emoções que estavam presas dentro de mim.

Enquanto choro nos braços de Paulo, percebo o quanto ele tem sido um apoio desde o momento que trouxeram meu irmão.

-Eu não sei o que faria sem você - sussurro entre soluços, a gratidão transbordando em minhas palavras.

Ele aperta o abraço e beija minha testa mais uma vez.

-Nós vamos passar por isso juntos, Jessi. Estou do seu lado, não importa o que aconteça.

Ele diz isso, e depois de um tempo estou mais calma, e me solto abruptamente dele e dou alguns passos para trás, percebendo o que tinha feito e o que tinha dito. "Foi um momento delicado, estava emotiva", digo para mim mesma, limpando minhas lágrimas, fingindo que o que aconteceu há alguns minutos nunca ocorreu. Olho para ele, já com minha cara sem lágrimas.

-Lembrei que tenho que ficar a mais de 20 quilômetros de você. - Digo com minha voz um pouco cortada. Ele dá um sorriso e aponta para algum lugar, e eu o sigo com o olhar, vendo garrafas de água e alguns lanches jogados. Depois olho para ele.

-Eu fui conseguir algo para comer para sua alteza e para mim, mas tive que jogá-los pelo estado em que você estava. O mínimo que você pode fazer agora pelo meu lanche sacrificado é deixar sua vingança para depois.

Ele diz, estendendo a mão, e eu agradeço por ele não tocar no assunto de eu chorar na frente dele desesperada. Eu seguro a mão dele, fechando o trato.

-Obrigada, Paulo. - Agradeço, e ele sorri.

-Por quê, por jogar seu lanche no chão? - Ele diz e dá um meio sorriso.

-Sim, eu não gostava de sanduíche de frango. - Digo, fazendo uma careta.

Ele ri suavemente, e a leveza do momento é um alívio após a intensidade dos últimos acontecimentos.

-Então, o que você vai comer agora? - Ele pergunta, mudando o assunto para algo mais leve.

-Nada, já comi algo de manhã. Agora vou onde Dan para ver onde ele está. - Digo e começo a me dirigir para onde meus pais foram, mas Paulo me segura pelo braço.

-Não minta para mim. Você não comeu nada desde ontem à noite. Dam não gostaria de ver a irmã assim. Então, agora, vamos comer. Não aja como uma criancinha que precisa que a comida seja colocada na boca. - Ele diz com firmeza, mas com uma expressão preocupada.

Eu suspiro, sabendo que ele está certo.

-Tudo bem, Paulo. Vamos comer algo, mas só se você também comer algo. - Nós vamos para a cafeteria do hospital. Já resignada de que não poderei ver meu irmão, me sinto sensível a ponto de chorar na frente da minha família. Não quero preocupá-los mais do que já estão. Sento-me na cadeira e Paulo traz um sanduíche de presunto para mim e outro para ele.

-Agora coma, ou eu vou abrir a sua boca e jogar a comida dentro.

Dou uma risada e pego o sanduíche para começar a comer. Sinto como se meu estômago não aceitasse nada, mas me esforço para comer. Tenho que conseguir forças. Paulo percebe minha dificuldade e puxa uma conversa para que eu pare de pensar.

-Jessi, como você sabia que estávamos neste hospital?

Eu paro de comer, seguro meu sanduíche com mais força e depois mastigo enquanto penso em como explicar para ele. "Eu contratei um detetive para seguir Robin e encontrar Daniel, mas não é o que você pensa." Claro que ele não entenderia completamente, mas pelo menos é uma explicação parcial. Ainda lembro quando Ethan me ligou com aquela informação.

** Feedback **

-Senhorita, o senhor Robin teve um acidente de carro na colina!

Meu coração afunda ao ouvir a notícia sobre o acidente de carro de Robin na colina. Minha mente corre em um turbilhão de preocupação, e a primeira coisa que penso é em Dam, que também estava com ele.

-Como estão Robin e Dan? Eles estão bem? - Minha voz sai trêmula, e minha ansiedade aumenta a cada segundo que passa.

-O carro do senhor Robin capotou em uma curva e está embaixo da colina. Seu irmão foi ajudá-lo e conseguiu tirar o senhor Robin do carro, mas o carro explodiu enquanto estavam perto, os dois foram jogados a alguns metros do carro...

Eu entro em desespero e começo a tremer.

-Como eles estão? - Grito.

-Eu liguei para a ambulância, e o senhor Paulo, que estava no carro à frente, voltou e está indo com o senhor Robin, que está mais grave. Estamos a caminho do Hospital da Família Statham.

Minha mente está em tumulto enquanto tento processar a situação. Meu irmão e Robin estiveram envolvidos em um acidente terrível indo para a cabana. Eu tento me acalmar, desligo o telefone sem deixar ele finalizar a chamada e entro no carro para ir ao hospital, acelerando em direção ao destino enquanto o coração aperta de angústia.

** Fim do feedback **

Eu engulo a força e sinto o alimento raspar minha garganta.

-O Dr. Richard é amigo da família e me ligou quando ouviu o nome Morrison.

Paulo parece surpreso com minha resposta, mas depois acena com a cabeça como se estivesse processando a informação.

-Entendo. Então foi o Dr. Richard quem nos encontrou aqui. Espero que ele possa nos manter informados sobre o estado de Dan e Robin.

Eu dou um sorriso, sentindo um pouco de culpa por ter mentido para ele, mas sei que ele não entenderia completamente a situação. Permanecemos em silêncio até terminar de comer. Quando me levanto, ele vem junto comigo e antes de eu chegar no corredor para ver a UTI, ele me para.

-Parece que você está com frio. - Ele segura minha mão e tira sua jaqueta de jeans que estava usando desde o dia anterior e me cobre com ela, também colocando sua touca em mim. - Você pensa que não sinto frio?

Eu digo e tento tirar para devolver a ele, mas ele me impede.

-Eu vou ter que ir embora para a concessionária, tenho coisas que fazer lá e tenho certeza de que Robin e Dam estão em boas mãos. - Ele diz e vai embora, e vejo ele partir agora um pouco mais aquecida e aliviada. Paulo me transmitiu seu ânimo e estou certa de que Dam e Robin vão ficar bem.

Volto em direção à UTI, antes de virar o corredor, esbarro em alguém e dou alguns passos para trás por causa disso. Olho para cima e encontro uns olhos cinzentos me observando, parecendo repreensivos e com raiva.

-Seu irmão entrou na UTI há horas, e você vem agora. - Ele diz e sai andando, não antes de me olhar dos pés à cabeça. Fico perplexa com seu comentário e o observo partir, me perguntando o que ele quis dizer com aquilo. Dou de ombros e volto em direção aos meus pais, pensando que algo o deixou mal-humorado ou que tipo de mosquito o picou.

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