Capítulo 16: Dia da Atuação (parte 2)

Daniel

(5 horas antes do casamento)

Eu acordo com Jennifer nos meus braços, nossos corpos entrelaçados em um abraço caloroso. Não consigo evitar um sorriso enquanto a observo. Seus olhos se abrem lentamente, e ela parece surpresa ao me ver ali.

-Bom dia - digo suavemente, acariciando seu cabelo.

Ela sorri sonolenta e se aconchega mais em meus braços.

-Bom dia para você também, Daniel. - Sua voz é suave e sonolenta.

Ficamos assim por alguns momentos, apenas desfrutando da intimidade do momento. Quando a barriga dela ronca de fome, eu dou uma risada.

-Vamos comer algo?

-Sim, mas eu cozinho. O tempo que estive morando com você me ensinou que, se eu não quiser ter uma intoxicação alimentar, é melhor eu cozinhar.

-Sem objeções. - Digo, pois eu mesmo passo mal com minha culinária.

Ela coloca um vestido e se levanta para ir à cozinha. Eu saio atrás dela depois de colocar uma calça.

Olho para ela enquanto faz panquecas para comermos. Fico como um bobo olhando para ela. Mas como se trouxesse a realidade de volta, o alarme do celular de Jennifer toca, são 10h, faltam apenas 4h para o meu casamento com Jessica. Desligo o alarme e olho para Jennifer, que está fazendo a massa. Vou até ela e dou um abraço por trás, nela.

-Jennifer, eu preciso me preparar para o ir ou vou chegar atrasado. - Digo sem mencionar a palavra casamento para não magoá-la.

Ela para de mexer a massa e solta um suspiro claramente entendendo que, tenho que ir para o casamento, ela faz um bico e me olha com tristeza nos olhos.

-Daniel, por que você precisa ir? Fique comigo. Você não pode ver que isso é o que realmente importa?

Ela diz triste, eu solto um suspiro, dou espaço para ela se virar e olhar para o rosto dela, ela faz isso e eu olho nos olhos dela acariciando seu rosto com ternura.

-Eu entendo o que você está dizendo, Jennifer, e acredite em mim, eu adoraria ficar aqui com você. Mas quando escolhi voltar para casa, sabíamos que isso iria acontecer e não seria justo para Jéssica deixá-la agora com poucas horas para o casamento e sendo a cerimônia na casa dela os convidados a comeriam viva, com seus comentários. Além disso, há a questão do Robin.

Ela solta um suspiro profundamente, se solta do meu agarre e se senta em uma cadeira.

-Eu sei que você está certo, Daniel. Mas não consigo evitar sentir que tudo isso é errado. Não é justo para você, não é justo para mim, e certamente não é justo para o seu irmão…-Eu a abraço com carinho de novo.- Nem para Jéssica que terá que suportar os convidados cochichando.

-Sim você tem razão, não é justo para ninguém, Jennifer. Mas tenho que ir para a festa independentemente disso, Dei minha palavra que iria, eu te amo mais do que posso expressar em palavras. E, não importa o que aconteça, nunca vou deixar de cuidar de você.

Ela me abraça de volta, mas o relógio corta o nosso clima, e eu tenho que me arrumar para o casamento eu a solto.

-Daniel, eu faria qualquer coisa para te impedir de ir para aquele casamento. - Ela diz com sinceridade.

Eu me aproximo dela a beijo suavemente e seguro suas mãos.

-Jennifer, eu amo você mais do que posso expressar, e a última coisa que eu quero é te magoar. Mas, agora, tudo está uma bagunça, e eu preciso resolver as coisas, pelo menos até o casamento. Depois disso, vou lutar para fazer o que for necessário para ficarmos juntos, apenas tenho que saber onde Robin esta.

Ela abaixa a cabeça.

-Daniel, é difícil para mim aceitar. Não suportaria perder você.

Eu a abraço com força, beijando sua testa com carinho.

- Jennifer. Vou fazer de tudo para que possamos ficar juntos novamente. Eu te amo mais do que tudo.

Ela sorri, com os olhos marejados, e retribui o abraço.

-Então, faça o que precisa ser feito, Daniel.

Ela diz e se levanta da cadeira se vira e continua mexendo a massa eu a olho , eu quero conversar, mas sei que tenho que dar espaço para ela. Vou para o quarto me arrumar.

Quando estou tem arrumando escuto um som na cozinha de algo caindo, assustado corro de volta à cozinha e a encontrei desmaiada no chão. Meu coração dispara de preocupação enquanto vejo ela caída me abaixo do seu lado dela, verificando sua pulsação e tentando acordá-la.

-Jennifer, acorde! - Digo, mexendo ela suavemente.

Por um momento agonizante, parece que ela não está respondendo, e eu começo a entrar em pânico. Mas, finalmente, seus olhos se abrem lentamente, e ela me olha confusa.

-Daniel? - Ela murmura fracamente, ainda parecendo fraca.

-Sim, sou eu. Você está bem? O que aconteceu? - Pergunto, preocupado.

Ela se esforça para se sentar e segura a cabeça.

-Eu não sei, Daniel. Senti uma tontura repentina e... tudo ficou escuro. - Jennifer responde, sua voz trêmula.

Eu ajudo Jennifer a se levantar com cuidado e a levo até uma cadeira, enquanto continuava a verificar sua condição.

-Pode ter sido o estresse, Jennifer. Você tem passado por muita pressão ultimamente. Talvez seja melhor você descansar um pouco, e eu vou cuidar do restante. Não quero que você se sinta mal por minha causa.

Ela parece ainda pálida, mas parece melhor, embora ainda esteja visivelmente abalada.

-Obrigada, Daniel. Eu só... sinto muito por desabar assim.

Carrego ela até o quarto. A deito com cuidado na cama, cobrindo-a com um cobertor. Seu rosto ainda está pálido, e isso me inquieta profundamente.

-Vou ficar aqui enquanto você descansa, Jennifer. Se precisar de alguma coisa, não hesite em chamar. - Prometo, passando a mão em sua testa com carinho.

Ela me sorri fraco, um gesto que me aquece o coração.

-Obrigada, Daniel. Só preciso de um pouco de descanso, e estarei bem.

Fico ao lado da cama por alguns minutos, observando-a respirar e esperando que sua cor volte ao rosto. A barriga dela ronca novamente e me lembra que não comemos nada até agora. Vou para a cozinha fazer algo de comer para ela o máximo que consigo sem fazer ela passar mal e cortar algumas frutas e pegar o café da cafetera.

Terminando de cortar as frutas, as coloco em um prato e levo para Jennifer quando chego no quarto ela continua deitada na cama tentando descansar, ela me escuta entrar e abre os olhos quando vê o que estou levando.

-O café vai fazer você se sentir melhor - digo suavemente, entregando-lhe uma xícara.

Ela agradece e toma um gole, sentando-se na cama com esforço coloco a prato com as frutas na mesa de cabeceira.

-Obrigada, Daniel. Sinto que estou sendo um fardo para você agora.

Eu peguei sua mão e a apertou gentilmente.

-Não é um fardo, Jennifer. Estou feliz por estar aqui por você, parece que você está melhor, sua cor voltou. Mas eu realmente preciso ir para o casamento em breve. - Meus olhos se encontram com os dela, cheios de preocupação.

Ela parece relutante e aperta minha mão com força.

-Eu sei que você tem que ir, Daniel... Pode ir se casar com outra mulher.

Ela diz e volta a se deitar deixando de comer e dando as costas para mim.

-Eu te amo, Jennifer. - Sussurro .Dou um beijo suave na testa de Jennifer e saio do quarto com relutância.

Com um último olhar de despedida para a porta do quarto, saio do apartamento de Jennifer e me dirijo para o carro, com o coração pesado.

Entro no carro e começo a dirigir em direção à casa. No entanto, o trânsito está congestionado, e cada minuto que passa parece uma eternidade. Eu me preocupo cada vez mais com o tempo que estou perdendo.

Finalmente, chego em casa a tempo de me trocar rapidamente e colocar o smoking. Sinto-me como se estivesse em uma corrida contra o tempo. Não tenho nem mesmo um minuto para respirar. O nervosismo toma conta de mim, e eu faço o meu melhor para me aprontar o mais rápido possível.

Quando finalmente estou pronto, vou para o carro e no meio do caminho para a casa de Jéssica, percebo que deixei meu celular na minha casa. Não tenho tempo para voltar e pegá-lo, então decido seguir em frente. o casamento está prestes a acontecer, mas o trânsito era horrível e fico lá pelo menos mais 1hora e meia.

Chego à casa de Jessica, onde sera o casamento. A casa estava uma bagunça , com convidados cochichando e se perguntando onde eu estava e o caos já se instaurou. Quanto minha mãe, aparece nervosa e ansiosa no meio dos convidados, ela me ve e vem em minha direção.

-Filho porque você não atende seu telefone.-ela diz ansiosa e preocupada e um pouco irritada.

-Com a pressa, acabei esquecendo meu celular em casa,apenas persevi quando ja estava no carro.-explico para minha mãe mas ao ver meu pai, jogando um olhar severo, está discutindo com o organizador do evento, quando ele me vê vem até mim, com uma expressão de raiva no rosto.

-Daniel, o que diabos está acontecendo? Você está atrasado demais! Ele grita, seu rosto vermelho de raiva.

Suspiro profundamente, sabendo que não posso evitar uma briga com ele neste momento.

-Pai, eu tive alguns contratempos no trânsito, não pude evitar. - Tento me explicar.

Ele não quer ouvir minhas desculpas, mas os convidados começaram a nós olhar pelo tom do meu pai.

-Venha comigo Agora! -Ele me leva para um local menos movimentado.-Que merda você esta pensando ao chegar atrasado assim?Isso é inaceitável, Daniel. Você é o noivo. Você deveria estar aqui antes de todos, pronto para receber seus convidados. Sua irresponsabilidade pode prejudicar nossa imagem.-Ele diz gritando. - você não se preocupa com Robin, para esquecer do nosso trato dessa forma..

Fico irritado com as palavras dele. A raiva que vinha acumulando explode.

-Você acha mesmo que eu não me importo com Robin? Este casamento não passa de um acordo de negócios! Eu nunca teria aparecido nesta festa se você não estivesse me manipulando com Robin..Pai... É até repugnante te chamar assim! - Grito com minha voz carregada de fúria e mágoa.

Meu pai fica muito irritado ao ponto de levantar a mão, prestes a me dar um tapa, mas eu seguro firme a sua mão. Ficamos nos encarando por um tempo até que ele tenta puxar sua mão. Eu a seguro firmemente, e quando ele puxa com mais força, eu a solto. Ele dá alguns passos para trás e olha novamente para mim, arrumando seu traje. Eu o encaro com raiva.

-Você não estava cumprindo o trato, Daniel. Você estava me desapontando. - Ele diz friamente. -Então eu não tenho o porquê cumprir com minha parte do trato.

Eu dou uma risada de fúria e descrença. "Desapontado? Cumprir a parte do trato?" penso, fechando minha mão em forma de soco. Tento me acalmar, mas é difícil escutá-lo falar dessa forma. Em vez de me acalmar, fico ainda mais irritado com suas palavras.

-”Desapontado? Cumprir a parte do trato?" - Repito, zombando da falsa moral dele. - Você realmente não tem limites, não é? Você realmente acha que eu me importo com sua opinião sobre mim? Você anda me desapontando desde que decidiu juntar a empresa dos Morrison com a nossa.- Meu pai se prepara para me responder, mas não lhe dou chance. - Pare com essa farsa de "cumprir o trato". Você não é um homem de palavra, você é um ganancioso que usaria qualquer desculpa para manter o controle sobre todos nós.- Digo, me aproximando com passos ameaçadores, paro na sua frente e continuo próximo ao seu rosto. - Mas eu não vou mais me deixar manipular por você. Esta é a última coisa que farei e não e por você mas sim por Jessica e Robin. Quando voltar da lua de mel, quero ver Robin no Hospital da Família, ou vou destruir tudo o que você construiu, seja a empresa ou sua reputação.

Decido sair dali, pensando que seria melhor encerrar a festa o mais rápido possível. Ao me dirigir à cerimônia, tento acalmar meus ânimos, mas algo acontece para arruinar minha tranquilidade. Me deparo com Paulo e Dan conversando. Ao tentar evitar um confronto com Dan tento desviar o caminho, mas ele me percebe e compartilha algo com Paulo, que me encara com uma expressão carrancuda antes de se afastar. Dan, por sua vez, permanece parado, me encarando com evidente raiva. Respiro profundamente, já esperando outra discussão. Ele se aproxima.

-Está tentando fugir?-, ele debocha. -Com medo das consequências de seus atos?-Ele ven andando com passos ameaçadores e para bem na minha frente. -O que você pensava que iria aconteceria depois de se atrasar? Eu não mencionei nada durante o atraso do compromisso, mas talvez deveria ter deixado claro o quanto sua atitude foi péssima.

Eu o encaro serio e fico firme, agora que estou com a postura reta a diferença de altura entre nós e clara e Dan ten que olhar para cima para fazer comigo, parece que isso não agrada muito ele.

-Dan, não quero brigar con você. Tive alguns contratempos, mas estou aqui agora, não estou?

Ele sorri com raiva e aperto notável nas mãos, quase formando um punho. Respira fundo, seu olhar se torna mais gélido, e ele tenta se acalmar.

-Eu vim aqui para te dar uma surra e fazer você sentir a dor e humilhação que minha irmã está passando agora. Mas depois do que você disse, eu quero é te matar. -, ele ameaça, e eu apenas o encaro ele solta um suspiro.-Daniel, este não é o casamento dos sonhos de ninguém, então não faça isto de chegar atrasado de propósito ou algo que a magoe. Você sabe que Jessica não tem culpa. Eu deveria ter parado este maldito casamento e fugido com minha irmã a muito tempo.

— Por que mudou de ideia? Por que não fugiu com Jessica?

Ele me olha com os olhos abertos e mais relaxado agora, mas com um pouco de raiva ainda.

-Eu estava disposto a sequestrar Jessica para impedir esse casamento, mas ela disse que estava tudo bem. Além disso, quando éramos crianças, você prometeu cuidar da minha irmã, e eu acreditei que você era uma boa pessoa.-Dan suspira, desviando o olhar por um momento antes de fixá-lo em mim novamente. -Tudo está pronto para o casamento. Jessica está vestida e os convidados estão aqui. Mas se esse casamento continuar causando dor à minha irmã, prefiro que ele não aconteça.-Ele me olha de maneira intensa. -Você vai seguir em frente com esse casamento, ou vou devo pegar minha irmã e fugir para longe?

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Comments

Rosa Beheregaray Fagundes

Rosa Beheregaray Fagundes

uai amei o irmão

2024-04-08

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